Acosper renova estatuto em assembleia e se reorganiza para o desafio de implementar um Ecocentro

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Centro comercializará produtos da sociobiodiversidade regional em Santarém. Elaboração técnica de instalação e orçamento de equipamentos necessários já foram realizados;

Durante a Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária da Cooperativa Agroextrativista do Oeste do Pará (ACOSPER) realizada na última segunda-feira (28/6) para renovar o estatuto da entidade, cooperados, diretoria e parceiros, discutiram o processo de implantação do Ecocentro que reunirá itens das cadeias produtivas da sociobiodiversidade da região do Baixo Amazonas tais como óleos vegetais, mel de abelha, artesanatos, frutas e sementes.

Mel de abelha nativa será um dos produtos comercializados no Ecocentro. Foto: Samela Bonfim/PSA.

O espaço será construído em Santarém a partir da parceria entre a Acosper, STTR e Projeto Saúde e Alegria com objetivo de fortalecer as cadeias produtivas que estão sendo apoiadas nas comunidades dos municípios de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos, funcionando como um pólo de referência para o armazenamento, beneficiamento e escoamento da produção de produtos da chamada sociobiodiversidade: relação entre a diversidade biológica, os sistemas agrícolas tradicionais (agrobiodiversidade) e o bom manejo destes recursos junto com o conhecimento e cultura das populações tradicionais e agricultores familiares.

O Ecocentro será instalado nas dependências da ACOSPER e deve começar a operar a partir do primeiro semestre de 2022, explicou o coordenador de Programas Econômicos Ambientais do PSA, Davide Pompermaier, durante a assembleia:

Espaço do Ecocentro será revitalizado e passará por reforma. Foto: Daniela Pantoja/Rede Notícias da Amazônia.

“Estamos apoiando financeiramente e com a assistência técnica a renovação e reorganização da cooperativa. O projeto do Ecocentro é de transformação do terreno da sede da Acosper e do galpão que antigamente hospedava a usina de borracha em um empreendimento com usina de extração de óleo, câmaras frias para polpas de frutas, empacotadeira de farinhas de grãos e uma casa de processamento de mel e outros produtos de abelhas nativas sem ferrão. Essas são algumas das iniciativas que estamos discutindo e apoiando junto a Acosper. Estamos chegando à elaboração do projeto técnico de reforma do galpão e pedido de licença prévia para a Secretaria de Meio Ambiente. A parte de elaboração técnica de instalação e orçamento dos equipamentos já está realizada, agora precisamos formalizar a documentação para dar entrada no pedido de licença prévia”.

O objetivo é que o espaço represente uma oportunidade de comercialização com agregação de valor para os produtores agroextrativistas da região. Está prevista também a instalação de um sistema de energia solar.

“Agora nós estamos partindo para um planejamento mais concreto. Um dos desafios é fazer com que os agricultores e agricultoras cresçam cada vez mais a partir da sua organização e do aumento da produção para comercializar na estrutura que está sendo construída. Tem todo um conjunto de ações que são necessárias fazer. O Ecocentro faz parte do processo de fortalecimento da agricultura familiar. A gestão desse empreendimento requer muito trabalho e estudo. O Ecocentro é pra nós essa referência regional do Oeste do Pará nas dependências da Acosper e do Sindicato para atender essa demanda da região, de produtos que são demandados através do cooperativismo” – destacou o presidente da Acosper, Manoel Edvaldo.

Ecocentro representa um espaço de união, onde agricultores e agricultoras poderão ofertar seus produtos oriundos da agricultura familiar.

Para os agricultores, o espaço representa uma alternativa de escoamento da produção de forma organizada e com valorização da mão de obra local, explicou a agricultora Naete Silva Mota, da comunidade Enseada do Amorim na região do Tapajós. “Eu acredito que nossos produtos terão sim um mercado, principalmente a gente que trabalha com farinha, mandioca, açaí, andiroba, a gente tem certeza que vai ter um mercado para a gente vender” – conta.

A iniciativa vem ganhando novos parceiros, como a Universidade Federal do Oeste do Pará que sinalizou positivo para a formalização da parceria por meio da pró-reitora de ensino e graduação, Solange Ximenes: “O cooperativismo é muito importante porque ele rompe um modelo de desenvolvimento pensado a partir do agronegócio, um modelo de desenvolvimento que destrói a natureza, que escraviza muita das vezes esse indivíduo naquele modelo de trabalho. A agricultura familiar e o cooperativismo vem trazer essa outra perspectiva de desenvolvimento mais vinculado ao meio ambiente, respeitando o homem, seu tempo, seus espaços e sobretudo preservando a natureza e promovendo a integração dos homens e uma alimentação mais saudável, especialmente nesse contexto atual no Brasil e no mundo”.

Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária da Cooperativa Agroextrativista do Oeste do Pará (ACOSPER) foi realizada na última segunda-feira (28/6). Foto: Alessandro Oliveira/STTR STM.

Participaram da assembleia cooperados, Projeto Saúde e Alegria, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER – REGIONAL), UFOPA, FEAGLE, Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais (AMTR) STTR  de Santarém e UNICAFs.

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