Dia mundial da Saúde | Nossa contribuição para a saúde das populações da Amazônia?

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Comemorado no dia 7 de abril, o dia dedicado à conscientização dos cuidados com o corpo e a mente, nos leva à reflexão sobre a qualidade de vida e como temos contribuído para a saúde dos povos da floresta amazônica;

Criada pela Organização Mundial da Saúde em 1948, a data busca conscientizar a população sobre a importância de manter corpo e mente saudáveis e assim evitar problemas de saúde. Uma pesquisa desenvolvida pelo IBGE em 2013 analisou aspectos da saúde da população brasileira e estilos de vida e doenças crônicas.

A categoria examinou o consumo alimentar, uso de álcool, atividade física, hábito de assistir televisão e o tabagismo. No Estado do Pará, apenas 21,4% da população de 18 anos ou mais de idade, praticam o nível recomendado de atividade física no lazer. Já a hipertensão arterial é uma das doenças crônicas mais comuns entre a população paraense. em 2013, a proporção de pessoas com 18 anos ou mais que nunca mediram a pressão arterial foi de 9,9% número superior a proporção nacional (3,0%).

A assistência médica se tornou indispensável para o tratamento da popularmente conhecida “pressão alta”. De acordo com a pesquisa 71,4% da população receberam assistência médica para hipertensão nos últimos 12 meses. A proporção do estado é uma das menores em comparação no conjunto de regiões do norte, sendo Tocantis (78,4%) a região com maior proporção nessa categoria e Acre a menor (65%). A falta da assistência médica já é considerada um problema de saúde pública no Brasil e no mundo.

O que temos feito para contribuir com a saúde na Amazônia?

Entendemos que a saúde está associada a inúmeros fatores, como a qualidade de vida, condições sanitárias e de moradia e bem estar mental. Iniciamos ações em 1987 em 16 comunidades-piloto da zona rural de Santarém/Pará. A partir de 2000, expandimos atividades para Belterra, Aveiro e Juruti – atendendo em torno de 30 mil pessoas, sobretudo populações tradicionais, muitas delas em situação de risco e vulnerabilidade.

A saúde foi o ponto de partida para a criação do Projeto Saúde e Alegria a partir dos quatro eixos de trabalho: Educação e prevenção em saúde, saúde da família, higiene e saneamento, ensino e pesquisa e controle social. Aliar o lúdico com mensagens educativas foi a solução encontrada para prevenir doenças de origem primária, mas que contribuíam com o alto índice de desnutrição e mortalidade infantil na região do Oeste do Pará.

O difícil acesso, às longas distâncias, as populações dispersas, o baixo investimento em saneamento, a dificuldades de transporte e de comunicação somavam para que o Sistema Único de Saúde (SUS) alcançasse de modo insuficiente as comunidades localizadas na zona rural. Diante deste quadro, o Programa de Saúde do PSA procurou somar esforços às politicas públicas para assegurar o direito a saúde e reduzir os níveis de exclusão destas populações, tornando mais acessíveis os serviços assistenciais e construindo ações resolutivas no campo da atenção básica com forte viés de prevenção e educação.

Água e saneamento

Em 2004 o PSA deu inicio a projetos na área do saneamento em novas áreas atendidas e que culminou na implantação de mais de 5 mil sanitários com fossas rústicas, distribuição de filtros de água para praticamente 100% das famílias, implantação de microssistemas de água encanada nos polos maiores e a perfuração de poços artesianos em localidades menores.

Em 2019, chegamos a 52 comunidades, 4.300 famílias tem torneiras nas residências e mais de 16 mil pessoas usuárias dessa água abastecida pelos sistemas. Uma das mais recentes inaugurações de sistema de água movido a energia solar foi na aldeia indígena na Floresta Nacional do Tapajós em 20 de fevereiro de 2019.

Barco Hospital

Através das parcerias das Prefeituras locais, representações comunitárias, universidades e organizações afins foi desenvolvido um modelo demonstrativo de saúde, participativo e adaptado à realidade amazônica, a operação da Unidade Móvel de Saúde – Navio “Abaré” – que hoje é referência do Ministério da Saúde para aplicação de politicas e estratégias de atenção básica em toda região.

O primeiro barco hospital completa em 2019 Treze anos de existência. O modelo de saúde básica itinerante virou política pública na Amazônia e no Pantanal em 2010, quando o governo federal lançou a estratégia de Saúde da Família Fluvial, e tornou o modelo navio-hospital uma política com abrangência para as duas regiões.

Com estrutura adaptada a realidade amazônica, o navio-hospital Abaré começou a navegar nas águas do Rio Tapajós em 2006 através do Projeto Saúde e Alegria (PSA), em parceria com as prefeituras locais e com apoio  da ONG holandesa Terre Dês Hommes (TDH), então sua proprietária. Nesse primeiro contato, foram aproximadamente 15 mil ribeirinhos de 72 comunidades das áreas rurais dos municípios de Santarém, Belterra e Aveiro que passaram a ter acesso regular aos serviços básicos de saúde, com visitas a cada 40 dias, percorrendo longas distâncias e chegando em locais praticamente excluídos da rede pública.

Com 93% de resolutividade – apenas 7 a cada 100 pacientes sendo encaminhados para os centros urbanos. Em março deste ano,  Barco Hosiptal Abaré fez a rodada de atendimentos nas águas do Rio Tapajós.

Educação Permanente em Saúde

Oficinas de educação em saúde para Agentes Comunitários das regiões dos rios Tapajós e Arapiuns estão sendo realizadas mensalmente para os ACS que atendem nas comunidades do Tapajós: Capixauã, Nuquini, Parauá, Jauarituba, Vila de Boim, Nova Vista, Samaúma, Surucuá, Pedra Branca, Aldeia Solimões, aldeia Muratuba, Maripá, Vila Amorim, São Tomé, Aldeia Santo Amaro e região do Arapiuns: São Miguel, Alto Mentai, Mentae, Cachoeira do Aruã, Prainha do Maró, Vila Gorete, Coroca, Vila Brasil, Lago Central, São Miguel, São Pedro, Tucumã, Cuipiranga, Atodí, Atrocal, Urucureá, Aldeia do Aminã, Curí.

Oficinas de Educação em Saúde

A prevenção é uma importante linha de ação junto ao público juvenil. Em 2019 no período de 18 a 23 de março nossas equipes levaram educação em saúde para crianças, jovens e adolescentes das comunidades Maripá, Suruacá, Vila Amorim, Parauá e Boim. Por meio de atividades lúdicas, compartilhamos conhecimento sobre a prevenção e detecção precoce de doenças como os diferentes tipos de câncer.

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