Impactar positivamente vidas de comunidades distantes dos grandes centros talvez não fosse o primeiro pensamento para uma acadêmica de contabilidade de Santarém há alguns anos. Mas o tempo e o engajamento social traçaram um caminho que hoje transforma o dia a dia de populações tradicionais às margens de rios e estradas nas zonas rurais de quatro cidades do oeste do Pará.

As primeiras experiências de Adriana Pontes, responsável pela coordenação https://saudeealegria.org.br/wp-content/uploads/2023/02/Criancas-com-Saude-e-Alegria-3-scaled-1-1.jpgistrativo-financeira do Projeto Saúde e Alegria, iniciaram ainda durante o estágio da primeira graduação. A academia oportunizou os contatos com o PSA e, mais tarde, também com a formação em direito, essa relação rendeu ainda mais frutos. Há seis anos ela compõe a equipe executiva da ONG.

Nascida e banhada nos rios da região, Adriana conhece as dificuldades de trabalhar na Amazônia e aplica esse conhecimento diariamente na idealização de projetos à execução das ações dentro das comunidades.

“A logística na Amazônia por si só já é algo muito difícil. A gente não tem um mínimo de infraestrutura. Então, contamos até com criatividade, porque às vezes a logística não sai redondinha do jeito que a gente quer por vários fatores, como condições climáticas e geográficas, enfim, natural da região”, conta.

Fazer chegar o básico a essas famílias perpassa por um trabalho feito a várias mãos, tanto em Santarém quanto dentro das comunidades. Cada equipe responsável por pensar, mobilizar e executar é coordenada sob olhar cuidadoso de Adriana. “Nos desdobramos ao máximo para poder fazer chegar a saúde, a educação, todos os equipamentos que a gente manda até lá na ponta, na comunidade”, ressalta.

É essa mobilização em equipe é o que emociona a coordenadora https://saudeealegria.org.br/wp-content/uploads/2023/02/Criancas-com-Saude-e-Alegria-3-scaled-1-1.jpgistrativo-financeira. Lembrar dos primeiros passos e das conquistas ao longo dos anos mostra como o PSA ajuda a transformar vidas.

“Aqui eu cresci muito, pessoal e profissionalmente. O PSA abriu várias portas. Me motiva saber que eu faço parte de um grupo que pode contribuir muito com a sociedade, melhorar a vida, a condição financeira dessas populações que estão geograficamente mais distantes dos grandes centros”, disse Adriana ao destacar sobre o que a mais motiva na atuação da ONG na região.

Da semente plantada no Centro Experimental Floresta Ativa (Cefa) às grandes expedições de saúde às populações mais longínquas, tudo precisa de planejamento, alinhamento e engajamento das equipes e, principalmente, boa aplicação de recursos.

“Todos os relatórios financeiros, as prestações de contas e os balanços patrimoniais são atualizados e auditados por um serviço independente para então serem submetidos à análise do conselho fiscal do PSA e à aprovação pela assembleia geral de sócios. Nós temos, ainda, a autoria dos doadores, e isso é muito importante. A cultura da transparência estabelece um vínculo de confiança com a sociedade”, explicou.

Foi esse trabalho executado na ponta do lápis, processos burocráticos,  e transparência que colocou o PSA, em 2019, entre as melhores ONGs do Brasil, pela boa gestão e https://saudeealegria.org.br/wp-content/uploads/2023/02/Criancas-com-Saude-e-Alegria-3-scaled-1-1.jpgistração financeira.

Adriana Pontes destaca que essas conquistas são possíveis por causa da seriedade com que o Projeto Saúde e Alegria desenvolve as missões no oeste do Pará, levando qualidade de vida às populações das comunidades, e pelo investimento na transparência.

Atualmente, o Projeto Saúde e Alegria participa da mentoria com a Ambev no programa de excelência. Desde 2020 o PSA conquistou o Selo Doar e faz parte de um seleto grupo de organizações brasileiras que alcançaram padrão de qualidade baseado em critérios certificadores de 15 países que pertencem ao ICFO (International Committee on Fundraising Organizations).

O Selo é reconhecimento pelas boas práticas de gerenciamento do trabalho com as equipes dos PSA, das comunidades atendidas e, sobretudo, das prestações de contas dos projetos sociais.

Apesar de contribuir com todos os passos das atividades, Adriana nem sempre acompanha a implementação das ações e serviços diretamente em campo. Entretanto, para ela, saber que mais uma família terá água potável nas torneiras ou acesso a serviços básicos enche o coração.

“A gente fica aqui na burocracia, assinando muitos papéis por dia, vendo nota fiscal, tomando conta de tudo, e quando você vai a campo e vê que aquilo realmente atingiu o objetivo é bem gratificante”, completou. 

O engajamento, troca de experiências e conexão entre profissionais e comunidade torna ainda mais o PSA uma instituição multidisciplinar. Os saberes se completam e ajudam no desenvolvimento socioambiental, além do crescimento pessoal. “Adquirir essas experiências é desenvolver o meu lado mais cidadã e humana”, enfatizou.

As parcerias e amigos do Projeto Saúde e Alegria são fundamentais, sejam elas públicas, privadas ou de outras entidades da sociedade civil. Segundo a coordenadora https://saudeealegria.org.br/wp-content/uploads/2023/02/Criancas-com-Saude-e-Alegria-3-scaled-1-1.jpgistrativo-financeira, as equipes sozinhas não conseguem ir muito além. É preciso dar as mãos, apoiar um ao outro e seguir fazendo o melhor às famílias atendidas.

“Um coletivo não só com o poder público, mas com a academia, as próprias lideranças e a comunidade também. Acho que esse é o diferencial. A gente sozinho não é nada, precisamos de parcerias para implementar políticas públicas”.

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Eu sou Saúde e Alegria é um podcast com histórias de pessoas que lutam pela cidadania e pela floresta em pé em comunidades da Amazônia paraense. Uma campanha em comemoração aos 36 anos do PSA. Os episódios são lançados toda sexta-feira.

• Reportagem: Geovane Brito
  
• Apresentação podcast: Priscila Castro
• Mixagem podcast: Raik Pereira
  
• Artes: Vanessa Campos
• Captura e edição audiovisual: Priscila Tapajoara
• Coordenação editorial: Samela Bonfim
• Coordenação Geral: Fabio Pena

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