Mundurukus do Médio e Alto Tapajós recebem apoio para alimentação, pesca e medição de oxigênio

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Nesta terça-feira (01) itens embarcaram de Santarém com destino às aldeias de Jacareacanga e municípios vizinhos. Ação faz parte da campanha Com Saúde e Alegria Sem Corona;

Quinhentas famílias indígenas estão sendo beneficiadas com 500 cestas básicas que contem alimentos não perecíveis, seis caixas de anzóis, 400 rolos de linha de nylon para captura de peixes para subsistência e 30 oxímetros para postos de saúde das áreas indígenas. As cestas compostas por pacotes de arroz, feijão, biscoito, leite, açúcar, sal, óleo, vinagre, água sanitária e sabão de côco pretendem colaborar com a segurança alimentar das populações afetadas pelos impactos da covid-19 na região.

Segundo a enfermeira especialista em saúde indígena e saúde coletiva, Coordenadora do Distrito Sanitário especial Indígena – DSEI, Cleidiane Carvalho a preocupação em garantir a prevenção nesses territórios continua e as parcerias são fundamentais: “vamos contemplar outras aldeias que não receberam no primeiro momento. E o Saúde e Alegria tem sido grande parceiro, a gente tem trabalhado em conjunto. O Dsei Rio Tapajós tem 13.496 indígenas localizados em cinco municípios diferentes. Nós vamos dividir uma parte para o Cururu onde eles estão mais isolados. Na aldeia Santa nós não temos nenhum caso confirmado de covid-19. É uma aldeia que precisa de uma atenção mais especial porque eles não estão se deslocando, e não tem o café, o feijão, o arroz, o básico. É uma forma de evitar que essa população se desloque à cidade” – esclarece.

Itens começaram a desembarcar em Jacareacanga. Foto: Desei Rio Tapajós.

No mês de maio, uma primeira remessa distribuiu kits de malhadeiras, higiene e alimentação para as aldeias do polo base Itaituba considerando uma população de 1.210 pessoas das comunidades Praia do Índio, Praia do Mangue, Sawre Apompo KM 43, Sawre Muybu, Karo Muybu, Dace Watpu, Daje Kapap, Camarão, Escrivão, Pinhel, Poxo Muybu e Sawre Aboy. Através da parceria com o Dsei Rio Tapajós foram entregues 150 kits de segurança alimentar e 150 de proteção familiar e higiene e 22 malhadeiras. As ações de distribuição têm como foco os povos tradicionais indígenas de zonas de maior vulnerabilidade da bacia do Tapajós. A intenção é reduzir a necessidade de deslocamento para cidade e riscos de novas contaminações.

Ouça entrevista completa:

“Com muita alegria que a gente começa esse apoio que terá três meses. A gente está enviando também apoio para que eles façam recarga de oxigênio em todos os postos avançados, buscando fortalecer o atendimento para essa população que vem sofrendo com ataques de garimpeiros, grilagem, violência, todo tipo de dificuldade estão sofrendo os guerreiros mundurukus que são exemplo de resistência pra todos nós” – ressaltou um dos coordenadores do Projeto Saúde e Alegria, Paulo Lima.

Descarregamento de kits e cestas. Foto: Desei Rio Tapajós.

A ação conta com o apoio do Fundo Canadá e Fundo Casa. Seus representantes destacaram a necessidade de promover meios para que as populações indígenas não precisem sair das aldeias em busca de alimentos:

“O governo do Canadá está comprometido em trabalhar com os povos indígenas no Canadá e também no Brasil incluindo os povos indígenas na Amazônia. Atualmente apoiamos uma iniciativa através do Fundo Canadá para iniciativas locais com o Projeto Saúde e Alegria para levar alimentos e produtos básicos de higiene e limpeza às populações Mundurukus facilitando também o acesso ao serviço de saúde. Consideramos essa iniciativa muito importante, especialmente nesse momento de pandemia pois evita que essas populações tenham que se deslocar até as cidades e se exponham à covid-19”- Ministro-Conselheiro Juan-Pablo Valdes, Fundo Canadá. [Ouça entrevista abaixo]

“O Fundo Casa apoia as comunidades do Tapajós há diversos anos e reconhecemos o direito dessas comunidades aos territórios e a importância dos mesmos na manutenção do ecossistema amazônico. Sabemos o quanto a pandemia vulnerabilizou essas comunidades, em especial as comunidades indígenas. Nesse sentido além do Fundo Casa realizar uma chamada emergencial voltada especificamente para a Amazônia e Nordeste apoiando em torno 160 grupos, também atuamos diretamente com algumas organizações estratégicas nos territórios. No Tapajós, na frente de apoio ao povo Munduruku a parceria com PSA possibilitou que pudéssemos desenvolver ações na frente de alimentação e de saúde, com apoio financeiro do Fundo Seguimos Juntos (Sitawi)” – Cristina Orpheo – Diretora Executiva Fundo Casa.

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