Saúde e Alegria retoma programa de acesso à água e saneamento básico para comunidades da Amazônia 

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Construções voltam gradualmente após paralisação em decorrência da pandemia covid-19. Desde março as obras foram suspensas por prevenção às comunidades. Serviços contribuem para possibilitar acesso à água potável e saneamento básico e nesta fase, respeitando protocolos de segurança, envolve comunidades dos territórios da região de Várzea, Floresta Nacional do Tapajós, TI Maró e Assentamento Lago Grande;

Com a rápida proliferação da pandemia COVID-19 na região Norte,  o Projeto Saúde e Alegria havia se antecipado no início do ano com a implantação de tecnologias sociais visando garantir o acesso à água de qualidade, uma demanda já existente, e ainda mais importante para assegurar condições de higiene e saneamento à população rural em tempos de pandemia. No entanto, os serviços tiveram que ser interrompidos e os esforços da organização estiveram concentrados na Campanha #ComSaudeeAlegriaSemCorona. 

Embora a preocupação de COVID19 continue, aos poucos as ações mais relevantes do Projeto Saúde e Alegria estão sendo retomadas, a exemplo dos serviços do Programa de Acesso à Água e Saneamento, agora dentro de protocolos de segurança. O trabalho recomeçou no período de 17 a 21 de agosto, quando técnicos do PSA visitaram as comunidades da Floresta Nacional do Tapajós para realizar entrega de tecnologias de acesso à água. Foram oficialmente entregues 165 tecnologias nas comunidades Jaguarari, Martanxin, Prainha 1, Prainha 2, Itapaiuna e Paraíso por meio da parceria com a Asproc e Federação da Flona, explicou o gestor do Programa de água do PSA, Carlos Dombroski: “Visitamos 165 famílias nessas seis comunidades onde fomos fazer as entregas das tecnologias sociais. Dentro do polo da prainha I, prainha II e Itapiúna está sendo concluído o sistema de água, talvez o maior sistema de abastecimento de água dentro das comunidades ribeirinhas”.

O sistema que compreende um poço de cem metros de profundidade será inaugurado nesta última semana de agosto e beneficiará mais de cem famílias, ressaltou o técnico do PSA, Silvanei Rodrigues.

No dia 22 de agosto, e equipe técnica visitou a comunidade São José na região Arapixuna, PAE Lago Grande, na várzea de Santarém juntamente com a Sapopema, executora dos serviços e a Colônia de Pescadores Z-20. Na reunião com representantes dos comunitários foi realizado planejamento para execução de trinta tecnologias sociais com sistema de abastecimento de água e captação de água de chuva. “Foi muito proveitoso e é mais benefício, mais água e mais saúde para todas essas famílias da nossa região” – acrescentou Dombroski.

Para os beneficiários, o anúncio das construções é motivo de alegria e esperança, uma vez que a região sofre há anos com ausência de água de qualidade: “As comunidades dessa região no verão ficam com uma água sem condições de uso. E essa água vai restabelecer até as forças das pessoas que no verão tem que trabalhar tanto. Nós somos muito gratos” – comentou José Maria da comunidade São José.

“As ações do projeto Cisterna têm sido muito importantes para criar condições dignas de higiene e saneamento nas comunidades da Várzea, que já era uma demanda emergente antes, e passou a ser ainda mais para ajudar a prevenir contra a contaminação do coronavírus que neste momento avança para a zona rural do município. Além disso, é um trabalho que tem contribuído para fortalecer as organizações dos pescadores nos conselhos regionais de pesca, os acordos de pesca e levado dignidade às comunidades” – esclareceu o coordenador da Sapopema, Antônio José Bentes.

Além dos 165 sistemas finalizados na região da Flona, serão entregues na próxima semana 25 nas comunidades de várzea Costa do Tapará e Aracampina, em setembro por meio da execução da SOMECDH, 49 na comunidade de Vila Amazonas – PAE Lago Grande e 46 na Terra Indígena do Rio Maró nas Aldeias de Cachoeira do Maró, Novo Lugar e São José, explicou o coordenador do Programa de Desenvolvimento Territorial, Davide Pompaneir.

Na região de abrangência da comunidade Martanxin, os comunitários comemoraram a chegada dos sistemas, disse a moradora Regiane Farias: “Nós tínhamos um pequeno microssistema que dava assistência para quatro famílias e muitos não tinham oportunidade de ter água de qualidade. O sistema vai beneficiar 21 famílias que moram aqui.”

Programa de água e Saneamento do PSA

Sistema de encanamento distribui água para casas isoladas nas comunidades.

Diretamente relacionado às condições de saúde e à qualidade de vida da população, o acesso à água potável tem sido um dos focos do trabalho do PSA. O programa realiza a implantação de sistemas independentes de tratamento e abastecimento de água, construídos e geridos pelas próprias comunidades. A tecnologia híbrida gera economia e reduz o impacto ambiental graças ao uso da energia solar.

Atualmente as ações são parte do projeto de tecnologias sociais com Cisternas, gerido pelo Projeto Saúde e Alegria na região com recursos do Ministério da Cidadania e de parceiros como a Aliança Água + Acesso (Instituto Coca-Cola Brasil, Fundação Avina, Instituto Iguá e WTT) e da Mott Foundation.

Até agora foram instalados 42 sistemas, doze deles com energia solar, somando 186 quilômetros de rede de distribuição, mais de 200 poços construídos e beneficiando mais de 13.450 pessoas em 53 comunidades [veja os números em tempo real aqui]

Diferencial: gestão comunitária

Comunitários participam ativamente das construções. Fotos: Walter Oliveira/PSA.

Um dos requisitos para implantação das tecnologias sociais é a participação comunitária, considerada base para construção de sistemas de acesso à água. As tecnologias são construídas de forma participativa por quem será beneficiado pelo projeto de instalação hidráulica. A estratégia é garantir o pertencimento e empoderamento das comunidades. Para tanto são realizadas reuniões, mutirões onde os moradores escavaram o caminho para levar a rede hidráulica subterrânea para todas as casas. E assim, aprenderam juntos como funciona uma rede de abastecimento enquanto outras equipes trabalham com técnicos na perfuração do poço e construção do elevado para instalar a caixa d’água central. Essa metodologia é adotada em todos os projetos de instalações hidráulicas para que os próprios comunitários possam cuidar e realizar manutenção nos sistemas.

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