Além dos representantes da etnia Paracanã (ATM), participaram da formação moradores de comunidades da Resex, Flona e PAE Lago Grande;
Conservar a biodiversidade é uma tarefa constante para os povos da floresta Amazônica que buscam cada vez mais somar forças para defender os recursos naturais. Nessa perspectiva, mais de 45 moradores das comunidades Carão, Anumã, Pedra Branca, Maguari, Jamaraquá, Jaguarari, Atodi, Bacuri e aldeia Paracanã participaram de uma capacitação no Centro Experimental Floresta Ativa.
A formação em recuperação de área de preservação permanente (APP) destacou no período de 8 a 11 de dezembro conhecimentos teóricos e práticos de como preservar a natureza a partir dos conceitos da agricultura sintrópica. “Eles também aprenderam um novo método de cultivar as espécies alimentares, despertando um grande interesse pela técnica de sintropia” – explicou o coordenador do Programa Floresta Ativa Tapajós, Paulo Bonassa.
A capacitação contou com a presença de representantes de 11 aldeias de Altamira, sudoeste do Estado do Pará. Para os indígenas que já desenvolvem plantio de espécies frutíferas, a sintropia vai agregar às plantações e contribuir para a preservação da natureza, contou a liderança, Bamamora Paracanã.
A intenção do projeto é expandir o conhecimento sobre a sintropia e possibilitar novas formas de produzir com respeito ao meio ambiente. “O Instituto Clima e Sociedade financia o projeto. Esse recurso visa também a formação de duas brigadas de incêndio no entorno do Cefa e na Aldeia TI Maró, restauração florestal, implantação de sistemas agroflorestais, meliponicultura e produção de óleos” – conclui Bonassa.
Sintropia
Também conhecida como agricultura sintrópica, o método aproveita as lições da natureza para cultivos sadios e produtivos. O suíço Ernst Götsch é o criador desse sistema que reúne na mesma área, produção de hortaliças, frutas e madeira. A técnica também recupera áreas degradas e protege o meio ambiente. A sintropia é o contrário de entropia (termo associado a desorganização, degradação de sistemas, a perdas de energia) e propõe reordenar, restaurar o ambiente natural.
Fotos: Moacir Imbiriba/PSA.