Cento e trinta e cinco famílias de dezenove comunidades em quatro territórios são apoiadas pelo Programa Floresta Ativa do Projeto Saúde e Alegria que realiza capacitações e fornece infraestrutura de suporte às atividades. Caixas estão sendo fabricadas pela Coomflona, para doação aos meliponicultores associados da Acosper, gerando renda aos carpinteiros
A meliponicultura (manejo racional de abelhas nativas sem ferrão) é uma das atividades com grande potencial para aliar proteção à floresta e geração de oportunidades econômicas para os moradores de áreas isoladas da Amazônia. O Programa Floresta Ativa têm buscado alternativas para promover a legalidade da atividade, apoiando meliponicultores de quatro regiões: Resex Tapajós-Arapiuns, PAE Tapará, PAE Lago Grande e Quilombo Maria Valentina.
Atualmente, 135 famílias distribuídas em 19 comunidades, pertencentes aos quatro territórios, recebem a assistência técnica do projeto, manejando 1.825 colmeias de abelhas sem ferrão, explica a engenheira florestal do PSA, Raylana Rodrigues: “A Jandaíra predomina na Região de Várzea e a Canudo na Terra Firme. Esse trabalho de acompanhamento é muito importante para assegurar aos comunitários uma prática conforme os padrões exigidos pela Adepará”.
O manejo racional de abelhas nativas proporciona renda complementar significativa, demandando dedicação reduzida, ao mesmo tempo que oferece serviços ambientais relevantes na polinização de espécies vegetais nativas e de interesse agrícola.
Nesta semana, técnicos do PSA estão realizando diagnóstico para identificar a situação de cada produção familiar para mapear a necessidade dos meliponários: “Visitamos os meliponicultores de Pixuna do Tapará e as comunidades São Raimundo, São José e Nova Vista do Quilombo Maria Valentina. Estamos realizando diagnóstico para entender a cadeia produtiva da criação de abelhas sem ferrão, além de promover assistência técnica. Esses produtores são cooperados da Acosper que será responsável por receber essa produção de mel para que seja embalada, rotulada com certificação do selo da Adepará para um mel legal no mercado” – ressaltou o extensionista rural, responsável pela atividade, Márcio Roberto.
O projeto de meliponicultura inclui capacitação dos produtores, entrega de kits para manejadores, apoio para a certificação dos produtos e desenvolvimento de soluções para o processamento, o armazenamento e a comercialização da produção.
Apoio que gera apoio: produção de caixas para colmeias
O ciclo da geração de renda, envolve além dos meliponicultores, moradores da floresta que geram renda com a floresta em pé. Carpinteiros da Cooperativa Mista da FLONA Tapajós (COOMFLONA) estão fabricando duzentas caixas modelos, feitas de acordo com a característica de cada espécie de abelha para os meliponicultores. A madeira usada para a produção é oriunda de áreas manejadas do km 117 da Flona. O Projeto Saúde e Alegria paga pelo serviço à Coomflona, contratada para fabricar as caixas. Os cooperados da ACOSPER recebem os objetos.