Representada pelo comunicador Valter Oliveira, a Rede Mocoronga de Comunicação Popular participou do V Congresso da América Latina e do Caribe de Ciências Sociais, destacando as principais iniciativas de comunicação comunitária na Amazônia, apoiadas pelo Projeto Saúde e Alegria
A Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais em Montevideo, no Uruguai, foi palco da quinta edição do Congresso da América Latina e do Caribe de Ciências Sociais no período de 16 a 18 de novembro de 2022. Com o tema ‘Democracia, justiça e igualdade’, refletiu sobre o estado atual das ciências sociais e explorou as contribuições acadêmicas que podem ser feitas na América Latina.
Valter Oliveira participou do encontro, representando a Rede Mocoronga de Comunicação Popular do Projeto Saúde e Alegria e a Agência de Iniciativas Cidadãs AIC Brasil, organização da Sociedade Civil que nasce de um projeto de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais, com foco nas redes comunitárias.
A programação do evento integrou mesas de debates, voltadas à democracia e justiça. Em 2020, Valter e Fábio Pena, coordenador de Educomunicação do PSA, escreveram o artigo ‘Rede Mocoronga: a importância da comunicação autônoma para o fortalecimento das comunidades amazônicas’, que integrou o livro ‘Imagem Comunitária: Relatos e reflexões sobre experiências de comunicação participativa e cidadã no Brasil’. A obra é fruto da sistematização da trajetória do Projeto Saúde e Alegria na implementação de iniciativas de educomunicação.
“É uma produção colaborativa de narrativas midiáticas que circulam em questões de interesse público. É uma proposta de construção de caminhos para que as pessoas, grupos e coletivos possam se mobilizar”, ressaltou Oliveira que durante o encontro de três dias no Uruguai, enfatizou a necessidade de fortalecimento das ações de comunicação de povos tradicionais: “Pra mim foi um momento muito importante porque apesar do congresso falar muito sobre projetos políticos, de cidadania, tem pouca participação dos povos indígenas, quilombolas e negros. A gente viu pouca representatividade. Fico feliz de ser uma dessas pessoas representando o povo jovem indígena, mostrar a realidade da Amazônia”, ressalta.
O congresso foi organizado em dez eixos temáticos que buscaram provocar debates localizados nas fronteiras de seus respectivos campos, informados pelas especificidades e desafios enfrentados pela região: gênero, desigualdade, exclusão, múltiplas discriminações e sistemas de opressão; estado de direito e direitos humanos. Democracia, justiça, instituições, processos políticos, governança e movimentos sociais; relações internacionais, integração e segurança; educação, inovação, ciência e tecnologia; infância, adolescência e juventude; mudanças climáticas, riscos, sustentabilidade e meio ambiente; comunicação, cidadania e poder; economia e desenvolvimento inclusivos; migrações, refúgios e mobilidade humana; estado, governo e políticas públicas.