Projetos comunitários de alunos da Escola de Redes Comunitárias da Amazônia ampliarão comunicação em sete territórios da Amazônia Legal 

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Vinte e um alunos da Escola de Redes Comunitárias da Amazônia (Acre, Amazonas e Pará), apresentaram projetos a serem implementados em cada um dos sete territórios

Chegou o dia de conhecer os sonhos coletivos para cada uma das sete regiões integrantes da Escola de Redes Comunitárias da Amazônia. Na última sexta-feira (24), os grupos apresentaram seus respectivos projetos comunitários em que expressam o desejo de conquistar o direito ao uso da internet, ao acesso de tecnologias para participação social, participação em rádios comunitárias e processos formativos de comunicação.

Foi o momento ápice resultante da estruturação da escola – que é o pilar de formação e treinamento do projeto “Conectando os Desconectados”, uma iniciativa global, promovida pelas organizações APC e Rhizomatica e executada no Brasil pelo Projeto Saúde e Alegria. Iniciada em 2021 com a formação de um conselho consultivo, buscou conectar comunidades desconectadas por meio do desenvolvimento de modelos, capacidades e formas de sustentabilidade para populações com foco em assistência técnica, capacitação, assessoria para advocacy e mobilização comunitária.

A participação de 21 alunos em três estados da Amazônia Legal (Acre, Amazonas e Pará), resultou na elaboração de sete projetos comunitários, nos quais os estudantes apresentaram suas propostas que receberam mentoria, foram avaliadas e receberão apoio financeiro para colocá-las  em prática.

As comunidades que possuem integrantes na iniciativa são: no Pará, os projetos Ciência Cidadã na Aldeia Solimões e Guardiöes do Bem Viver no PAE Lago Grande – ambos no município de Santarém – e a Rede Águas do Cuidar/ Casa Preta na Ilha de Caratateua, grande Belém. No estado do Amazonas, a Aldeia Marajaí, município de Alvarães – Médio Solimões; o Grupo Formigueiro de Vila de Lindóia em Itacoatiara; e a Rede Wayuri em São Gabriel da Cachoeira. No Acre, a Aldeia Puyanawa em Mâncio Lima.

Apresentações dos Planos de Trabalhos dos projetos foram feitas em 17 e 24 de fevereiro, online.

O coordenador da Escola, Paulo Lima, avaliou o encontro de socialização dos projetos como um momento importante e resultado de um esforço para criar um espaço democrático, com princípio de respeito à liberdade e neutralidade da rede. “Ficamos muito satisfeitos com o trabalho dos grupos e com as propostas para cada um dos territórios. Pra nós da Escola é de uma alegria enorme saber que estamos possibilitando o fortalecimento de experiências locais, com espaços de sociabilidade, como rádios comunitárias, telecentros e rádios web”.

Participaram da mesa de avaliação das iniciativas: Sabrina Costa (coordenadora de projeto), Paulo Lima (coordenador da Escola), Adriane Gama (pesquisadora da escola), Samela Bonfim (comunicação do projeto), Débora Prado (APC), Bruna Zanolli (Rizomática), Daniela Bello (Redes A. C.).

Conheça um pouco mais sobre as iniciativas preliminares de cada grupo:

Arandu Caratateua – Águas do Cuidar / Casa Preta Amazônia

Visa a criação de um núcleo de comunicação comunitária na Ilha para a promoção de informações que sejam relevantes para o bem viver da comunidade, assim como potencializar projetos sociais, culturais e socioambientais que valorizem a autoestima e permanência dos moradores e moradoras da ilha, além de criar e ampliar espaços de formação no ramo da educomunicação socioambiental e comunitária voltada para quem vive na Ilha de Caratateua.

Telecentro Indígena do Médio Solimões – “Os tecedores Sucurapá” / Aldeia Marajaí

Pretende abranger 800 indígenas que residem na Aldeia Marajaí com implantação de espaço comunitário de telecentro para desenvolvimento das ações locais do projeto, proporcionando acesso à internet de qualidade para a comunidade indígena, permitindo acesso a informações, educação e comunicação; fortalecendo a cultura e preservação da língua indígena através da utilização de tecnologias digitais e ferramentas educacionais e desenvolvendo habilidades digitais e empreendedorismo entre os membros da comunidade indígena, possibilitando oportunidades de trabalho e renda.

Formigueiro

Busca promover comunicação em rede com ênfase na agricultura sustentável no campo e na floresta, atendendo a 14 comunidades diretas e 12 comunidades indiretas, atingindo cerca de 2.500 pessoas. É objetivo da proposta levar informações às comunidades parceiras do grupo formigueiro nas áreas de agricultura familiar, saúde, empreendedorismo e uso de novas tecnologias, aos agricultores e produtores rurais, ribeirinhos e comunidades tradicionais do entorno.

Projeto rádio FM Puyanawa

Objetiva melhorar a comunicação interna e externa na aldeia, através das mídias sociais e rádio poste, possibilitando que os indígenas sejam interlocutores e possuam protagonismo no compartilhamento de conteúdos relacionados a sua cultura. Público-alvo: 728 pessoas –, sendo elas 335 homens e 393 mulheres.

Wayuri – Rádio Web Indígena de São Gabriel da Cachoeira

Projeto busca conectar as comunidades indígenas através da transmissão de informações e conteúdo, preservar e compartilhar a cultura, a língua e a história das comunidades indígenas, fornecer informações importantes, como notícias, informações de saúde e treinamentos, fomentar a participação da comunidade, permitindo que as comunidades indígenas produzam e transmitam seus próprios programas e empoderar as comunidades indígenas, fornecendo-lhes uma plataforma para se expressarem. Estima-se que a Rádio Web atinja um mínimo de 2.500 pessoas.

Rádio Web na comunidade Vila Brasil, no PAE Lago Grande – Guardiões do Bem Viver

Intenta criar Rádio WEB na comunidade de Vila Brasil, gerida pelos Guardiões do Bem Viver para facilitar a comunicação entre as comunidades do PAE Lago Grande, levando informação e entretenimento paras as comunidades, estimular o protagonismo juvenil dentro do território, fortalecer a cultura local, promovendo programações com os artistas regionais, promover diálogos sobre o Bem Viver e a Pastoral da Juventude, denunciar as ameaças que o território sofre, como os impactos das madeiras nos rios Arapiuns e Tapajós, a pesca predatória, a ameaça da mineração e estimular debates sobre as mudanças climáticas.

Ponto de Conectividade na aldeia Solimões 

Criar Ponto de Conectividade na aldeia Solimões, assim como estruturar o local de funcionamento da rádio a partir da implantação de um novo sistema de energia solar. Objetiva proporcionar acesso de qualidade e baixo custo aos aldeados, fortalecer a defesa do território por meio da ampliação do acesso à informação, levar informação e entretenimento e estimular o protagonismo juvenil dentro do território, bem como o fortalecimento das Redes Comunitárias.

Alguns dos Planos de Trabalho serão ajustados visando viabilidade e maior adesão aos propósitos das redes comunitárias de Internet.

Veja também:

Ouça:

Acompanhe aqui a playlist do projeto

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