Região é uma das sete a fazer parte do programa internacional de formação que, no Brasil, é liderado pelo Projeto Saúde e Alegria
Localizada na margem direita do Rio Solimões no município de Alvarães Amazonas, a Aldeia Marajaí, terra indígena do povo Mayoruna, recebeu a equipe da Escola de Redes Comunitárias da Amazônia no período de 26 a 27 de março.
A aldeia que é composta por 192 famílias e 900 habitantes tem como um de seus maiores desafios, a necessidade de expandir a comunicação. Uma das expectativas das lideranças comunitárias, é potencializar a formação de jovens para a ampliar a propagação de informações dentro da aldeia, conta o tuxaua da aldeia, Midas: “pra nós o meio de comunicação é muito importante. Marajaí tem muito jovem com vontade de praticar a comunicação. É um incentivo para a nossa escola”.
No último sábado (26/03), as ações de campo da Escola de Redes Comunitárias da Amazônia chegaram à aldeia. Lideranças, professores e alunos da escola se deslocaram para participar da oficina com o objetivo refletir sobre o território, mapear fortalezas, desafios e sonhos do coletivo. O processo foi conduzido por Adriane Gama e Guilherme Gitahy de Figueiredo – especialista da escola.
“Fomos recebidos com uma calorosa apresentação das crianças. A dança de meninas e a benção do tuxaua. Foi um encontro com a presença dos professores, diretores da escola indígena e lideranças da aldeia e os três estudantes da escola. No domingo participamos do encontro dos tecedores de paneiros – um exemplo de projeto de comunicação amazônica, realizado no Médio Solimões” – pontuou Adriane Gama.
No domingo (27), a Escola participou do projeto de redes de comunicação comunitária do Médio Solimões, Tecedores de Paneiros. Coletivos de jovens apresentaram suas ações de Comunicação Comunitária com exibição de produções de filmes, palestras sobre fake news, oficina de pintura cinematográfica e oficina de vídeo por aplicativo de celular.
A partir dos encontros presenciais que vão acontecer até o fim de abril nas sete comunidades participantes, o conselho da Escola de Redes Comunitárias da Amazônia irá compor a grade curricular da formação que acontece de julho a dezembro – fazem parte do conselho sete especialistas e sete lideranças de cada organização envolvida.
“O nosso final de semana foi simplesmente incrível. Foi demais a bricolagem da oficina da Escola de Redes no sábado com professores, lideranças e comunicadores, e o ajuri de projetos de comunicação apoiando o projeto de comunicação do Marajaí no domingo, recebendo sobretudo as crianças e jovens da aldeia” – considerou o professor dr. Guilherme Gitahy.
Para uma das alunas da escola, Mariany Martins, a realização da oficina foi uma oportunidade de visualizar as ações para fortalecer as iniciativas comunitárias: “Ser aluna da escola me remete a várias expectativas e uma delas é aprofundar meus conhecimentos para propagar informação na minha aldeia. Hoje nós pudemos ver a mobilização dos nossos professores, gestores e jovens que super interagiram”.
Os três estudantes da Aldeia da escola de redes são: Mariany Martins, Jovane Neves e Charles Oliveira, os três são professores da escola indígena. O trio se integrará aos 21 alunos de três estados da Amazônia Legal (Acre, Amazonas e Pará) na primeira turma da Escola de Redes Comunitárias da Amazônia. As aulas iniciam no mês de julho de 2022 a partir de conteúdos temáticos pensados coletivamente para fortalecer as redes envolvidas.
As comunidades selecionadas para participar da formação são: no Pará, os projetos Ciência Cidadã na Aldeia Solimões e Guardiöes do Bem Viver no PAE Lago Grande – ambos no município de Santarém – e a Rede Águas do Cuidar/ Casa Preta na Ilha de Caratateua, grande Belém. No estado do Amazonas, a Aldeia Marajaí, município de Alvarães – Médio Solimões; o Grupo Formigueiro de Vila de Lindóia em Itacoatiara; e a Rede Wayuri em São Gabriel da Cachoeira. No Acre, a Aldeia Puyanawa em Mâncio Lima.