Em região com difícil acesso, onde só é possível chegar de avião, foram entregues seis Unidades de Atenção Primária Indígena- UAPIs com equipamentos e recursos humanos para atender indígenas com sintomas de covid-19;
A Pandemia covid-19 tem se alastrado tanto quanto nos centros urbanos, nas regiões de floresta onde moram populações tradicionais indígenas. Na terra indígena Tumucumaque os casos tem aumentado, segundo reportagem publicada no EL País em 16 de junho, na região que fica na fronteira do Amapá e do Pará com o Suriname, onde vivem 1.700 indígenas de seis povos, com pelo menos dois registros de comunidades isoladas. À época foram contabilizados pelo menos 23 infectados, incluindo uma mulher grávida de cinco meses transferida em estado grave à Macapá.
Preocupados com a disseminação do vírus, entidades se articularam para apoiar a região no tratamento de pacientes indígenas. A Rede Infovid, Associação Expedicionários da Saúde -EDS, Projeto Saúde e Alegria-PSA e organizações que atuam na área, como o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena – IEPÊ e a COIAB, se uniram para montar Unidades de Atenção Primária Indígena. “São enfermarias dotadas de equipamento e recursos humanos capazes de atender pacientes portadores de covid-19 com síndrome respiratória de leve e média intensidade. Para atenção dos pacientes mais graves que extrapolam a resolutividade das unidades foi estabelecido fluxo de remoção para a rede SUS” – explicou o médico do PSA, Fábio Tozzi.
Seis unidades foram montadas numa proposta de oferecer enfermarias de campanha dotadas de aparelhos portáteis concentradores de oxigênio de baixa vazão que são capazes de produzir cerca de 5LPM de O2 medicinal em concentrações de 85% a 95%, Cilindros de oxigênio, válvulas equipamento de nebulização e oxigenoterapia, geradores, colchões para pronação, medicamentos e EPIs.
As UAPIS devem funcionar com a equipe do Distrito Sanitário Especial Indígena- DSEI Amapá e Norte do Pará, preparada tecnicamente para atender os casos da doença com uso de condensadores ou cilindros de oxigênio nas Terras Indígenas (TIs) do Parque do Tumucumaque, Paru D´Este, Wajãpi, Uaçá, Juminã e Galibi cobrem uma área de 5.392.324 hectares e têm representado nas últimas décadas, barreiras efetivas contra o desmatamento na região amazônica. São áreas culturalmente riquíssimas e habitadas por diferentes povos: Aparai, Galibi Ka’lina, Galibi Marworno, Karipuna, Kahyana, Akuriyo, Txikiyana, Katxuyana, Palikur, Tiriyó, Wajãpi e Wayana.
“Com a conclusão do hospital de campanha, estamos nos dedicando totalmente à saúde dos povos indígenas da Amazônia – que é o DNA da EDS. Já viabilizamos diversas Enfermarias de Campanha em diferentes cidades do norte do país, onde a situação pandêmica é muito grave e os recursos são limitados.”, afirmou o Presidente da Associação EDS, Dr. Ricardo Affonso Ferreira.
Esta é mais uma das ações da Campanha #ComSaudeeAlegriaSemCorona em que o PSA desenvolve inúmeras atividades de combate e prevenção ao vírus em comunidades ribeirinhas e indígenas. Além dos povos Mundurukus no médio Tapajós e aldeias do Baixo Tapajós, chega nesta fase ao Tumucumaque a través de apoio à captação de recursos e articulação com a Rede Infovid e Expedicionários da Saúde.