“Não usar mais o fogo para destruir a natureza e poluir o ar” diz indígena sobre Oficina Roça Sem Fogo

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Produtores rurais de comunidades e aldeias da Resex Tapajós Arapiuns,município de Santarém aprenderam técnicas de agricultura sem fogo. A oficina de capacitação foi realizada no Centro Experimental Floresta Ativa Tapajós na Comunidade Carão e promoveu o ensino de conhecimento teórico/prático

Drone: Henrique Martins/PSA

Flávio Rodrigues produtor na Aldeia São Francisco Parauá cultiva mandioca, milho e feijão. Para abertura dos roçados, a única técnica até então conhecida era a queima das matas. Um procedimento perigoso para a vida das populações tradicionais e preocupante relata o indígena: “A gente usava o fogo na comunidade e deixava a gente preocupado porque é uma responsabilidade grande deixar a natureza viva. Hoje nós descobrimos que precisamos até convidar o vizinho a deixar essa prática” – reforça.

Drone: Henrique Martins/PSA

A oficina roça sem fogo reuniu cerca de quarenta produtores, dentre eles Wanderley Carmo também da aldeia Parauá. Para o jovem conhecer novas formas de abrir uma roça na floresta foi surpreendente: “Uma boa estratégia do trabalho para não usar mais o fogo para destruir a natureza e poluir o ar”.

A agricultura de base ecológica consiste no preparo das áreas sem queima com corte da vegetação de capoeira. A roça sem o uso do fogo é uma estratégia de responsabilidade do Educador Agroflorestal Valdemar Guimarães que destacou a importância da oficina: “eles tem uma oportunidade com o curso agroflorestal, porque levamos informação, calculo de produção e geração de renda. Mostramos também que espécies como o Cumarú e Andiroba valem a pena investir porque grandes empresas como a Natura tem interesse e é preciso aproveitar as oportunidades” – finaliza.

Durante os quatro dias, os participantes refletiram sobre a maneira como estão produzindo, quais suas maiores dificuldades, desafios e como podem melhorar a produtividade sem afetar o meio ambiente.

Desmatamento

O desenvolvimento sem dúvida tem sido a palavra chave para quem atua no setor produtivo. Entretanto, muitos produtores já entenderam que para manter o recurso para as gerações futuras, é preciso aprender novas técnicas e métodos de uso sustentável.

Nos últimos anos, o desmatamento só cresceu. Segundo dados divulgados em 2015 pelo Ministério do Meio Ambiente, a Amazônia teria perdido 5.831 quilômetros quadrados de floresta em apenas um ano. O aumento na época de 16% estava relacionado, em sua maioria às queimadas. Somente no Pará, foram mais de 36 mil focos.

Repensar práticas atuais é fator indispensável para planejar o futuro e começar a frear esses dados alarmantes. Para isso o Projeto Saúde e Alegria está disseminando técnicas de agricultura sem fogo nessas regiões.

Novas etapas

Drone: Henrique Martins/PSA

Os participantes foram convidados a outras fases da Oficina para que sejam acompanhados e disseminem o conhecimento como forma de conservar o meio ambiente. A iniciativa que oferece auxilio na abertura de roçado sem uso de fogo e mostra possibilidades de geração de renda tem data para novos encontros: entre os dias 11 e 14 de Março.

A oficina Roça Sem Fogo é uma realização do Projeto Saúde e Alegria com apoio do BNDES e Fundação Konrad Adenauer.

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