Turismo de Base Comunitária é aposta para economia da floresta

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Desenvolvimento do turismo social e ambientalmente responsável, integrado à vida das comunidades, dinamiza  outras atividades econômicas, como a produção agrícola familiar, oferta de serviços como culinária, lazer, passeios e a produção cultural de artesanato e cultura;

Cada vez mais promover a sustentabilidade aos povos das comunidades da floresta amazônica tem sido fundamental. Entender a necessidade de possibilitar formas de geração de renda com respeito ao meio ambiente e valorização da cultura tradicional empoderando as comunidades é a proposta do Programa Economia da Floresta do Saúde e Alegria.

Foto: Valter Oliveira/PSA.

Neste sentido, duas atividades com grande potencial econômico se destacam na região do oeste do Pará: o artesanato e o turismo. As ações voltadas à hospitalidade visam a fomentar o turismo comunitário, possibilitando que as populações da floresta se apropriem da atividade turística na Amazônia e a exerçam de maneira ecologicamente correta, economicamente viável e socialmente justa, disseminando sua cultura com responsabilidade. As comunidades recebem capacitação e apoio para a criação de polos de visitação e hospitalidade com infraestrutura.

“A gente vem executando ações com infraestrutura em alguns locais alvo. Estamos concluindo consultoria sobre inventário do potencial turístico e plano de visitação de comunidades da Flona e Resex para implantar polos turísticos […] Também estamos mapeando as comunidades que já desenvolvem atividades de turismo e precisam de apoio em infraestrutura” – explicou a técnica do Saúde e Alegria, Jarine Reis.

Paralelamente ao fomento do turismo comunitário, o PSA realiza um programa de desenvolvimento do artesanato baseado no resgate de técnicas tradicionais, que utilizem matéria-prima extraída da floresta de forma sustentável, e no apoio ao empreendedorismo, com assessoria organizacional, capacitações e estruturação de vendas e marketing.

Atualmente, o programa implementado pelo PSA envolve cerca de 60 artesãs em seis polos comunitários, que desde 2015 integram a Cooperativa de Turismo e Artesanato da Floresta (TuriArte).

(Vídeo produzido pela Turiarte sobre o TBC na comunidade Arimum, no Rio Arapiuns e os artesanatos de palha de tucumã).

Resgate do Artesanato da Floresta

O trabalho do PSA com artesãs e artesãos de comunidades tradicionais paraenses tem suas origens no Projeto de Resgate da Cestaria de Palha de Tucumã e Geração de Renda em Urucureá, implementado em meados dos anos 1990 e idealizado por Márcia Gama, artista plástica, arte-educadora e empreendedora social que coordena o Núcleo de Gênero Mulher Cabocla do PSA.

Na época, a dificuldade de comercializar a produção fazia as artesãs da região do Rio Arapiuns abandonarem a técnica tradicional do trançado de fibras – por exemplo, utilizando corantes industrializados e explorando cada vez menos a criatividade em formatos. Desestimuladas, as artesãs não se organizavam para empreender com uma estratégia comum que fortalecesse a atividade e garantisse a qualidade e a visibilidade dos produtos.

O projeto comandado por Márcia Gama começou com o resgate dos pigmentos naturais junto às artesãs mais antigas. O resultado foi a criação de uma coleção de alto valor cultural e comercial, que passou a conquistar novos mercados. As artesãs agora tinham compradores fixos e encomendas regulares, destacando-se em feiras de negócios no Brasil e no exterior.

Foto: Adriana Pontes/PSA.

A partir do sucesso dessa primeira experiência, iniciou-se uma nova etapa de trabalho com as artesãs: a formalização do empreendimento e a construção de autonomia na gestão. O empenho culminou na Associação de Moradores e Produtores Rurais e Extrativistas de Urucureá (Asmopreura), criada em 2000. Com isso, foi possível não só aumentar a produção de cestarias, como também adequá-la às normas de certificação socioambiental. Por estabelecer um modelo a ser seguido, o programa rendeu reconhecimentos importantes ao PSA, entre eles o Prêmio Cidadania e Iniciativas Sociais Inovadoras, do Banco Mundial, em 2002, e o Prêmio Nacional de Planos de Negócios da Ashoka-McKinsey, em 2005. Desde 2008, a experiência tem sido expandida para outras comunidades, incluindo uma variedade cada vez maior de produtos artesanais.

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