Equipe visitou sede da Central do Cerrado e trocou experiências sobre dinâmica de trabalho e cooperativismo
Um encontro realizado em Brasília, nos dias 6 e 7 de agosto, reuniu organizações que estão desenvolvendo e contribuindo na estruturação de negócios da sociobieconomia. Representantes da Cooperativa dos Trabalhadores Agroextrativistas do Oeste do Pará (ACOSPER), da Central do Cerrado,), da Raízes do Campo, da Local.e, do Projeto Saúde e Alegria (PSA) e da WWF-Brasil participaram do intercâmbio com o objetivo de trocar experiências, construir elos, discutir sobre gestão, organização da produção, acesso a mercado, erros e acertos na estruturação dos negócios comunitários. O encontro também foi uma fonte de inspiração para a implementação do Ecocentro da Sociobioeconomia.
“Ampliar as relações, trocar informações e absorver essas experiências exitosas que estão ocorrendo entre as organizações. A Central do Cerrado, é uma iniciativa muito bonita, muito boa que a gente pode também integrar alguma dessas experiências aqui no Ecocentro, principalmente na forma de gestão, na forma de onde é que vem a produção, como é que organiza essa produção para poder agregar valor no produto que vem das comunidades” disse o Presidente da Acosper, Manoel Edvaldo Santos.
Ao longo dos dias de visita, os representantes tiveram a oportunidade de visitar a sede da Central do Cerrado, entender a dinâmica de trabalho da cooperativa, conhecer espaços de venda de seus produtos, como Carrefour e Mercado Malunga. A Central do Cerrado é uma central de cooperativas formalizada desde 2010, que atualmente atua com 23 organizações cooperadas. O trabalho da Central contribui desde a organização da produção até, fracionamento, rotulação e acesso a mercados justos e solidários. No Encontro foi possível entender os serviços oferecidos pelas organizações, suas estratégias comerciais e os princípios e valores que sustentam os empreendimentos.
“A ideia do intercâmbio é aprender com as trocas de experiências para contribuir e pensar em possibilidades e oportunidades de gestão e parcerias com o Ecocentro. Foi muito interessante ver nas prateleiras de mercados importantes do Distrito Federal produtos da agricultura familiar e da sociobioecomomia, com uma apresentação tão bonita e atrativa. É necessário que a população tenha cada vez mais acesso a esses produtos e que as comunidades possam mostrar para o mundo o que são capazes de produzir” ressaltou Olivia Beatriz, do Projeto Saúde e Alegria.
“Outros eventos já foram previstos para o próximo ano, para que essa discussão, essa forma de relação em rede seja ampliada com a participação dos próprios agricultores e extrativistas das comunidades, dos quilombos, das aldeias e assim por diante. Na nossa avaliação, foi muito importante, não só nós daqui da região de Santarém, mas de outras regiões que estiveram participando do evento lá em Brasília. Foi uma coisa que nos surpreendeu, principalmente para mim, foi ver produtos que vêm das comunidades com uma marca da comunidade comercializada através da Central do Cerrado” pontuou Edvaldo.
“Voltei com muito conhecimento, muito incentivo, de saber que é possível. É possível quando se trabalha no coletivo, quando se pensa juntos, quando somamos os nossos conhecimentos e desafios, saber que é possível realizar. Então, foi muito importante, muito rico, eu irei carregar comigo essas experiências, para que aqui na nossa cooperativa, na ACOSPER, juntamente com o Agroindústria, que nós temos aqui o Ecocentro” ressaltou Maria Arruda, Acosper.
O ECOCENTRO
O Ecocentro da Sociobioeconomia foi inaugurado em julho de 2024. O objetivo do empreendimento é facilitar a agregação de valor e a comercialização da produção agroextrativista de base comunitária da região oeste do Pará, como um pólo de multiprocessamento, armazenamento e comercialização de produtos da sociobioeconomia.
O empreendimento é resultado de uma soma de esforços da Cooperativa dos Trabalhadores Agroextrativistas do Oeste do Pará (ACOSPER), do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Município de Santarém (STTR), com suporte técnico do Projeto Saúde e Alegria (PSA), por meio do Programa Floresta Ativa que vem fortalecendo cadeias produtivas da sociobieconomia através de assistência técnica, investimentos em assessoria para negócios e capacitação empreendedora e cooperativista, em uma perspectiva de valorizar a economia da floresta em pé.