Por meio de articulação da ONG Saúde e Alegria com as ONGs Expedicionários da Saúde e Motirõ, serão distribuídos aparelhos para o Hospital Regional do Baixo Amazonas, Hospital de Campanha, Hospital Municipal de Santarém e de Belterra, Barco Hospital Abaré e Aldeia indígena Zoé;
Chegaram à Santarém as primeiras 63 máscaras de mergulho adaptadas para facilitar tratamento de pacientes com síndrome respiratória em decorrência da Covid-19 em comunidades da Amazônia. A ideia é que os equipamentos ajudem a diminuir o impacto do déficit de respiradores no SUS.
A iniciativa faz parte das ações do PSA para o combate ao novo coronavírus na Amazônia, e conta com o apoio de parceiros, explica o médico Fábio Tozzi, da equipe de Saúde da ONG “As máscaras de mergulho foram doadas pela Decatholn para os Expedicionários da Saúde, que se uniram à ONG Motirõ para desenvolver os equipamentos a partir de metodologia usada na Itália para oferecer suporte respiratório para os pacientes que tem síndrome respiratória grave na infecção por Covid. A simplicidade desse sistema pode ocupar uma grande lacuna que o sistema de saúde está tendo para oferecer suporte respiratório aos pacientes”.
A primeira remessa, de 63 máscaras, também será distribuída em regiões de difícil acesso, como a Aldeia Indígena Zoé (2) e o Barco Hospital Abaré (3) que atende 72 comunidades rurais nos municípios de Santarém, Belterra e Aveiro na Amazônia. Na zona urbana, os equipamentos serão distribuídos para o Hospital Regional do Baixo Amazonas (20), Hospital de Campanha (20), Hospital Municipal de Santarém (10) e Hospital Municipal de Belterra (8).
“Esse equipamento faz com que até 40% dos pacientes que poderiam necessitar de um respirador mais complexo, não precisem, devido à pressão positiva e alta concentração de oxigênio transmitidas por ele. Para o tratamento com esses aparelhos são necessários um fisioterapeuta, um médico, um enfermeiro e a linha de oxigênio. É muito simples de ser montado e é bem econômico. Pode ser um grande avanço para os lugares onde o SUS não consegue absorver a demanda de pacientes com insuficiência respiratória porque não tem a quantidade suficiente de respiradores” – complementa Tozzi.
Neste sábado, 09/05, o PSA começou a realizar distribuição, enquanto são produzidas mais máscaras cirúrgicas para a Secretaria de Saúde. “Em proposta emergencial alinhada ao Plano de Combate ao Coronavírus, o PSA deu início à fabricação de máscaras descartáveis por meio da contratação de uma empresa e da formação de uma rede de costureiras de Alter do Chão, mobilizadas para o serviço pelo Clube de Mães. Nosso objetivo foi construir uma rede de costureiras que façam as máscaras com qualidade e higiene para mandar pra Semsa” – explicou o médico fundador do Saúde e Alegria, Eugênio Scanavinno.
Na Capital
Em Belém, foram entregues 81 e há previsão de mais 450 para atender a necessidade emergencial, disse Tozzi.
Fabricados com máscara de mergulho, os itens são uma alternativa copiada de Luiz Antonio Barbieri, CEO da Owntec, idealizado em um projeto nascido na Itália que é baseado em máscaras de mergulho full face vendidas na rede Decathlon. Seguindo o exemplo da empresa no país europeu, a Decathlon do Brasil recolheu os produtos das lojas e distribuiu uma quantidade para o projeto Motirõ (lê-se Motirô), que vem trabalhando com foco em apoiar o Sistema Único de Saúde (SUS).
O Motirõ é “um grupo de pessoas físicas, praticamente, que são dedicadas a buscar soluções open source para ajudar nas questões da covid-19”, explicou Victor Souza, empresário e voluntário da ONG Expedicionários da Saúde (EDS). O projeto tem, em sua maioria, engenheiros como integrantes, mas participam também empreendedores e profissionais da saúde.
Souza citou a missão de desafogar o sistema público de saúde utilizando máscaras de mergulho como variação para aparelhos de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP — continuous positive airways pressure). “O respirador é colocado como a única opção no tratamento de pessoas com a covid-19 e, hoje, ainda é. O CPAP entra como uma alternativa para desafogar os respiradores e deixá-los para serem utilizados só nos casos mais graves”, explicou Souza.
Em vídeo, o médico Fábio Tozzi explica sobre o uso das máscaras. Confira: