1ª Jornada do Programa Saúde da Floresta em 2025 leva atendimentos em Saúde e arte-educação para o Médio Arapiuns

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Durante a jornada foram realizados atendimentos médicos especializados, coleta de PCCU, palestras em Saúde e cuidados com as crianças além de oficinas em arte-educação e o Gran Circo Mocorongo

Neste mês de fevereiro às comunidades São Pedro, Curi e Mentae e as aldeias São Pedro do Muruci e Esperança, no Médio Arapiuns, receberam a 1ª Jornada de Saúde e Arte-Educação realizada pelo Projeto Saúde e Alegria, por meio do Programa Saúde na Floresta em parceria com as comunidades locais e Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) neste ano de 2025.

Durante toda a ação foram realizados atendimentos em dermatologia, clínica geral, saúde da família, além de dezenas de oficinas em arte-educação impactando centenas de jovens de diferentes faixas etárias. “O rio Arapiuns é uma área bastante isolada, mas que nós estamos junto com a Secretaria de Saúde, com um grande esforço para trazer atendimento regular de qualidade, e durante todo esse ano essas ações vão continuar”, enfatizou o coordenador do Projeto Saúde e Alegria.

Impacto positivo

Distante do centro urbano de Santarém, terceira maior cidade do estado do Pará, com população superior a 300 mil habitantes, os povos e populações tradicionais do médio Arapiuns enfrentam até 12 horas em viagem de barco para receber atendimentos especializados em Saúde, que em sua grande maioria são referenciados pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio das Unidades Básicas de Saúde das comunidades para os hospitais e clínicas de Santarém ou ainda na capital do estado.

Diante deste cenário, em parceria com a Semsa e as comunidades, as ações e serviços do Saúde na Floresta disponibilizam acesso a atendimentos em saúde especializada, como os atendimentos em dermatologia que foram realizados pela Dra Natália Mila, que atendeu aproximadamente 120 pacientes durante esta jornada.

“Nos atendimentos foram identificados, em sua grande maioria, casos de doenças fúngicas, como micoses superficiais, que podem ser associadas ao clima da região, e profundas, que estão associadas às suas atividades laborais e contaminação do solo. Em casos específicos foram realizadas biopsias para o seguimento clínico.” ressaltou a especialista após citar que está é uma importante etapa para o início do tratamento.

Além dos atendimentos em dermatologia, foram realizadas em média 300 consultas em clínica geral e aproximadamente 40 coletas do PCCU, exame preventivo do câncer do colo de útero. A jornada também contou com a presença de um grupo de acadêmicos do curso de medicina da Uepa que estão concluindo o internado.

Yuka Nishikawa esteve entre o grupo de internato, para ela, o convite para participar da jornada foi a possibilidade de conhecer uma nova forma de fazer medicina na Amazônia, conhecendo a realidade dos povos, sua cultura e ancestralidade.

“Quando a gente vem pra cá, a gente entende qual é a origem dos nossos pacientes de fato, e gente se reconecta, é como se eu estivesse encontrando uma nova medicina, na verdade. A gente conversa, ouve essas pessoas e ela nos trazem mais conhecimento do que a gente passa pra elas”, ressaltou Yuka após citar o uso da medicina tradicional baseada na ancestralidade e saberes dos povos da floresta.

Arte-Educação

Dentro da proposta do Programa Saúde na Floresta foram realizadas oficinas de educomunicação com a produção de podcast, fotonovela, tiktok, programa de rádio, publicações para redes sociais e atividades lúdicas, integrando os saberes tradicionais das comunidades atendidas.

“O grande objetivo do Projeto Saúde e Alegria é promover o fortalecimento de educação popular na Amazônia no sentido de a gente poder utilizar as ferramentas de tecnologia pra construir conteúdos educativos que possam ser utilizados não só no âmbito das comunidades e das aldeias, mas em escola, UBS e que esses produtos saiam daqui do Arapiuns, do Tapajós e ganhem o mundo”, frisou Diego Godinho, educador popular do PSA.

Nesta jornada foram trabalhados temas elencados pelas comunidades durante as mobilizações como: Saúde e Meio Ambiente, Saúde e Educação e Saúde da Pele isso tudo sem deixar de lado assuntos relevantes como mudanças climáticas, segurança alimentar e cuidado com as crianças pequenas.

Gran Circo Mocorongo

O Gran Circo Mocorongo, há quatro décadas, desenvolve por meio de suas apresentações, de caráter lúdico e educativo, a sensibilização de temas relevantes em parceria com os povos e populações tradicionais da floresta, seja com a arte circense, dança, música ou paródias desenvolvidas durante as atividades.

“Viemos com arte-educadores, comunicadores populares, fazendo oficinas com os jovens para criação de produtos educativos, TikTok, programa de rádio, fotonovela, história em quadrinhos, isso em parceria com a escola. E, depois de tudo isso, o grande resumo de tudo, vem no grande circo Mocorongo, que é um grande espetáculo que acontece à noite nas comunidades, com todos os artistas das comunidades, talentos locais e tudo que os grupos produziram”, finalizou o coordenador do PSA após dizer que “cada uma das jornadas traz um tema diferente”.

Texto: Martha Costa – Comunicadora do Programa Saúde na Floresta.

Fotos: Guilherme Bastos e Letícia de Almeida.

Assessoria de imprensa: Samela Bonfim (93) 99234-9241

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