Mais de cinquenta famílias foram beneficiadas com tecnologias de acesso à água e sistema fotovoltaico para bombeamento. Para o coordenador de programas econômicos e sociais do PSA, “Não dá pra pensar que as famílias vivam nas florestas só com a mensagem de amor pela natureza. Tem que ter desenvolvimento econômico, qualidade de vida, infraestrutura e serviço para de fato melhorar e criar condições de vida e desenvolvimento feliz para as populações locais”;
Mangal celebrou a entrega dos sistemas de abastecimento de água em grande estilo, mas com limitação de público e atendendo às normas sanitárias em prevenção à covid-19. O momento foi de alegria para os moradores que por muito tempo sofreram com a falta de água de qualidade nas torneiras e problemas de saúde, em decorrência da precariedade do líquido utilizado. “Muita gente usava água do Igarapé e essa água estava causando muitas doenças. Eles acabavam consumindo essa água sem nenhum tipo de tratamento e aí dava diarréias e outras doenças. Agora com o microssistema vai minimizar essas doenças” – comentou o coordenador do microssistema na comunidade, Fagner Araújo.
O histórico de casos envolvendo doenças de veiculação hídrica era uma preocupação acompanhada de perto pelo Agente Comunitário de Saúde Manoel Olavo que comemorou a entrega das tecnologias: “A água é primordial. Sem dúvida esse é um dos melhores e maiores projetos que a comunidade já recebeu. Não só em termos de grandiosidade, mas principalmente quanto à qualidade porque vai melhorar a qualidade de vida dos moradores e diminuir a incidência de pessoas com essas doenças nas unidades de saúde”.
Segundo o presidente da Associação de Mangal, Zenóbio de Almeida, os moradores se envolveram no projeto de saneamento desde o planejamento das construções e aguardavam com muita ansiedade a conclusão das obras. “Nós sofríamos muito com água, principalmente agora no inverno porque a água está suja, escura, sem condições de usar. Graças a Deus, nós tivemos uma parceria com o PSA que não mediu esforços para ajudar nossa comunidade. O sistema é muito bonito, as bases todas são de concreto e todas as casas foram contempladas. Hoje nós recebemos um projeto digno porque água é vida, saúde e nós estamos com vida e saúde”.
Um dos requisitos para implantação das tecnologias sociais é a participação comunitária, considerada base para construção de sistemas de acesso à água. As tecnologias são construídas de forma participativa por quem será beneficiado pelo projeto de instalação hidráulica. A estratégia é garantir o pertencimento e empoderamento das comunidades. Para tanto são realizadas reuniões, mutirões onde os moradores escavaram o caminho para levar a rede hidráulica subterrânea para todas as casas. E assim, aprenderam juntos como funciona uma rede de abastecimento enquanto outras equipes trabalham com técnicos na perfuração do poço e construção do elevado para instalar a caixa d’água central. Essa metodologia é adotada em todos os projetos de instalações hidráulicas para que os próprios comunitários possam cuidar e realizar manutenção nos sistemas. “É uma obra feita com a comunidade. O projeto é gerido pela comunidade que foi capacitada para que eles assumam esse termo” – explicou a coordenadora social da Somecdh, Michele Monteiro.
A comunidade Mangal foi beneficiada com o Programa Cisterna do Ministério da Cidadania, coordenado na região pelo Projeto Saúde e Alegria e executado em Mangal pela Somechdh. O programa se alinha à estratégia de desenvolvimento territorial do PSA que busca ampliar o acesso à água, saneamento, saúde e energia, ressaltou o coordenador de programas econômicos e sociais do PSA, Davide Pompermaier “A gente entende que o desenvolvimento do território se faz com um conjunto de ações conectadas. Todas voltadas a melhorar a qualidade de vida das populações locais. Não dá pra pensar que as famílias vivam nas florestas só com a mensagem de amor pela natureza. Tem que ter desenvolvimento econômico, qualidade de vida, infraestrutura e serviço para de fato melhorar e criar condições de vida e desenvolvimento feliz para as populações locais. Nós tentamos estruturar sistemas adequados ao contexto local, sistemas autônomos que possam ser geridos pela própria comunidade”.
Os serviços foram executados com o apoio do Ministério da Cidadania – Programa Cisternas, BNDES Fundo Amazônia, Água+Acesso-Instituto Coca-Cola / Fundação Avina e Charles Mott Foundation.
Fotos: @Mbóia