Evento estabeleceu diálogo com diferentes temas e acontecimentos políticos, econômicos e sociais da promovendo impacto no desenvolvimento sustentável
Belém no Pará sediou a Conferência Ethos 360º na última segunda-feira (18/09). Um evento que há mais de vinte anos contribui para a evolução do desenvolvimento sustentável e responsabilidade social no país, promovendo boas práticas empresariais nas diversas agendas de sustentabilidade, construção de políticas públicas que favoreçam um ambiente de negócios sustentável e a redução das desigualdades, beneficiando toda a sociedade. Este ano, as mais de 460 empresas associadas deliberaram por um Pacto Nacional que Combata às Desigualdades.
Dezessete painéis discutiram propostas e estratégias para compor a agenda 2030 e buscar o desenvolvimento integrado e sustentável. O coordenador do Projeto Saúde e Alegria Caetano Scannavino participou de dois painéis: “Reconhecimento, Desagravo e Desafios das Organizações da Sociedade Civil na Amazônia” e Guardiões da floresta em pé – luta, ameaças, desafios e conquistas.
No primeiro, dividiu a mesa de debate com a coordenadora de projetos em Integridade Instituto Ethos, Marcela Grego e com a gerente de Comunicação e Engajamento do Instituto Peabiru, Mariana Faro. Foram discutidos tópicos relacionados ao reconhecimento, valorização e dificuldades enfrentadas pelas Organizações da Sociedade Civil (ONGs) atuantes na região amazônica. O objetivo foi estimular a compreensão da relevância das ONGs na Amazônia e as barreiras que enfrentam e as oportunidades de colaboração para enfrentar os desafios nas regiões.
Na conversa, os painelistas falaram sobre o papel essencial desempenhado pelas ONGs na promoção da sustentabilidade, preservação ambiental, proteção dos direitos indígenas e fomento à participação cidadã na Amazônia e também sobre os impactos dessa criminalização das ONGs em suas operações e na segurança dos ativistas e membros envolvidos.
O segundo painel contou com a presença da liderança indígena do Tapajós, Jaciara Borari, com a coordenadora de projetos da Associação de Defesa Etnoambiental Kanidé, Neidinha Suruí e com Scannavino. Os três falaram sobre a atuação dos povos indígenas, os defensores da floresta amazônica, e os desmatamentos constantes na maior floresta tropical do mundo. Em 2022 a cobertura vegetal da floresta perdeu 10.573 km², o equivalente a quase 3 mil campos de futebol por dia, segundo relatório produzido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). E esse ano, apesar de uma ligeira diminuição, os números ainda são altos.
Os painelistas falaram sobre a necessidade de combater o desmatamento, e ao mesmo tempo, proteger os povos originários de invasores, grileiros, madeireiras ilegais, garimpeiros ilegais e narcotraficantes.
No evento, traçaram estratégias para garantir os direitos de quem defende o território a partir de exemplos concretos de colaborações eficazes entre ONGs, setores público e privado, focando em projetos voltados para a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável na Amazônia. “E eu vou um pouco mais além: será que é possível´fazermos a população local ter participação societária em algum empreendimento? destacou Caetano.
O evento nacional foi uma oportunidade para unir diferentes atores para propor caminhos para alcançar o desenvolvimento social e econômico na Amazônia. “Muito bom debate e oportuno o tema dos painéis. Grato ao Ethos pela valorização do trabalho das ONGs na região” declarou Caetano Scannavino.