Encontro Territorial do Programa Cisternas marca início das mobilizações de comunidades da Resex Tapajós-Arapiuns

Compartilhe essa notícia com seus amigos!

Nesta segunda-feira (19/02), foi realizado em Santarém o Encontro Territorial do Programa Cisternas. O evento contou com a participação de representantes de 13 comunidades e aldeias, além de representantes das organizações: Conselho Indígena Tapajós-Arapiuns (CITA), Organização da Resex Tapajós Arapiuns (TAPAJOARA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Semtras e Semap (Prefeitura Municipal de Santarém), a Sociedade, Meio Ambiente, Educação, Cidadania e Direitos Humanos (SomecDH) e o Projeto Saúde e Alegria.

As treze comunidades da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, localizadas nos municípios de Santarém e Aveiro, receberão investimentos de quase nove milhões de reais. A iniciativa beneficiará diretamente, nesta primeira etapa, mil e quinhentas pessoas de 339 famílias com tecnologias sociais de acesso à água, conforme as necessidades de cada um dos territórios contemplados.

Representantes de 13 comunidades e aldeias participaram do encontro.

O Encontro foi promovido pela executora SomecDH em parceria com o Projeto Saúde e Alegria, gestor do Programa na região. A coordenadora do Programa de Infraestrutura Comunitária do PSA, Jussara Batista, destacou a importância do encontro para a formação dos representantes das comunidades beneficiadas. “Reunimos 13 representantes das comunidades beneficiadas pelo primeiro edital para a etapa de formação, para entender quais tecnologias sociais e possam levar essas informações”, disse Jussara.

Maria Marlice Costa, da Aldeia São Sebastião, uma das beneficiadas nesta etapa, falou sobre os desafios enfrentados pela comunidade durante o período de seca. “Andamos muitos quilômetros para tirar água no rio e na subida a água leva na enxurrada e não é de qualidade, porque nossa aldeia tem logo na frente um cemitério. Quando a enchente é grande leva até as ossadas. Estamos muito felizes por estar aqui hoje para levar essa informação aos aldeados”, contou Maria.

Tecnologias do Programa Cisterna são adaptadas às realidades amazônicas.

O presidente da SomecDH, Joacy Brito, ressaltou a importância do trabalho conjunto entre as comunidades e organizações envolvidas. “A gente entende os desafios, a logística difícil, mas trabalhamos com muito afinco. As comunidades precisam estar junto com a gente. É um trabalho em conjunto que mobiliza todo mundo”, afirmou.

O Conselho Indígena Tapajós-Arapiuns, que representa 121 aldeias do baixo Tapajós, Santarém, Belterra e Aveiro, expressou gratidão pela oportunidade durante o evento. “Queremos agradecer, dizer que estamos muito gratos de fazer parte disso tudo”, disse Margarete Pedroso, coordenadora do CITA.

Logística para construções de obras na Amazônia é complexa.

O encontro também contou com a participação de representantes do poder público municipal, parceiros na implementação de tecnologias sociais. O Secretário Municipal de Agricultura e Pesca, Bruno Costa, destacou a importância da iniciativa para o município de Santarém. “O Programa Cisternas é fantástico, necessário e importante para o município de Santarém. Embora tenhamos muita água em abundância, é uma grande problemática na Amazônia. Nos sentimos muito felizes de ser parceiro desse processo que é conduzido pelo Saúde e Alegria e tem como executora a SomecDH”, disse Bruno.

Organizações parceiras somam esforços para garantir acesso à água potável em comunidades.

Celsa Brito, Secretária Municipal de Assistência Social de Santarém, enfatizou a necessidade da união de forças. “Um desafio que é levar as políticas públicas para as nossas regiões. A Assistência Social é onde está o cadastro Único que é a porta de entrada para os benefícios do governo Federal”, afirmou Celsa.

Tecnologias Sociais de Acesso à Água

Com conclusão das obras até 2026, serão implementadas as seguintes tecnologias: Sistema pluvial multiuso comunitário; Sistema pluvial multiuso autônomo; Sistema pluvial multiuso autônomo com serviço de acompanhamento familiar para inclusão social e produtiva; e Sistema pluvial multiuso comunitário com serviço de acompanhamento familiar para inclusão social e produtiva. Um segundo edital será lançado neste ano e atenderá novos territórios.

Serão beneficiadas as comunidades Jururá, Pinhel e Anduru (Aveiro) e Pau da Letra, São Tomé, Mirixituba, Vista Alegre, Pajura, Mapirizinho, Anumã, Americano, São Sebastião e Nova Vista do Arapiuns (Santarém).

Para implementar os sistemas de água, o PSA utiliza a metodologia do processo de capacitação que inclui espaços de formação e informação, contemplando, temas voltados ao cuidado e tratamento da água para consumo humano, levantamento de doenças relacionadas ao saneamento, relação entre saneamento, ambiente, higiene e saúde e oficinas para manutenção de todos os componentes que compõem a tecnologia.

O saneamento básico é uma prioridade para o Projeto Saúde e Alegria que, ainda na década de 80, identificou através de seu médico fundador, Eugênio Scannavino, uma série de doenças ligadas à veiculação hídrica e falta de condições básicas de higiene em comunidades da Amazônia.

Desde lá, o PSA tem implementado sistemas de água e saneamento. Entre os anos de 2018 a 2021 foram implementadas 1.239 tecnologias sociais de acesso à água por meio do Programa Cisternas, dessas, 775 previam também a instalação de banheiros. Beneficiando comunidades dos municípios de Santarém, Belterra e Itaituba, impactando diretamente 3.100 pessoas com acesso à banheiros e esgotamento domiciliar e sanitário.

Compartilhe essa notícia com seus amigos!

Deixe um comentário

Rolar para cima