Filtros de nanotecnologia auxiliam indígenas Munduruku no tratamento de água contaminada pelos garimpos

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Na primeira etapa do Desafio Fundo Catalisador 2030, foram distribuídos 200 filtros de membrana, que retém 99,9% dos vírus, bactérias e impurezas

Uma iniciativa colaborativa entre várias organizações resultou na distribuição de duzentos filtros-baldes junto as aldeias Munduruku do Médio e Baixo Tapajós, áreas impactadas por garimpos ilegais, zonas rurais dos municípios de Itaituba e Jacareacanga, no estado do Pará. A ação do Desafio Fundo Catalisador 2030 visa apoiar comunidades indígenas em áreas críticas da Amazônia, onde a falta de acesso à água potável é uma preocupação urgente.

Durante expedição, indígenas participam de capacitações técnicas para uso das tecnologias. Fotos: Acervo Projeto Saúde e Alegria.

As aldeias da TI Sawré Muybu, pertencentes à etnia Munduruku, dependem exclusivamente de fontes superficiais, como rios, igarapés e chuvas. Sujeitas à contaminação por resíduos de garimpo ilegal, essas fontes estão em sua maioria poluídas e comprometem a qualidade da água de consumo.

“Antes nós consumíamos água suja do igarapé. Sofria muito com diarreia quando o rio estava chegando com a enchente. Com os filtros, melhorou bastante. Essas doenças diminuíram mais e melhorou bastante a nossa saúde” – Senin Karo Munduruku, indígena da aldeia Sawre Aboy.

“A gente vai beber água boa, de qualidade” – Josafá Munduruku.

Os filtros-baldes representam uma solução prática, eficaz e de baixo custo para tratar a água contaminada. Cada unidade consiste em um balde com uma mangueira que canaliza a água até o cilindro do filtro, onde ocorre o processo de purificação através de uma membrana especial que retém até 99,9% dos vírus, bactérias e impurezas. Uma, explicou a coordenadora do Programa de Infraestrutura Comunitária Jussara Salgado: “Os rejeitos do garimpo vão para esses rios e acabam contaminando a água que eles utilizam para beber, tomar banho e outras atividades domésticas. Esse filtro-balde torna de forma imediata a água imprópria  em potável.

“Pra nós e pra nossa aldeia, é muito importante porque nós não temos poço e a gente economiza água do igarapé. Eu quero agradecer pelo apoio pra nós” – Iris Saw Munduruku, da aldeia Sawré.

“Aqui nessa aldeia não tem poço. Esse tipo de equipamento é muito bom para evitar muita doença que está acontecendo devido à água poluída. A gente fica preocupado, mas chegando esse tipo de equipamento ajuda muito” – Gerildo Karo Munduruku, agente de endemias.

Parcerias e distribuição

O Desafio Fundo Catalisador 2030 uniu esforços do Projeto Saúde e Alegria, Water is Life, DSEI Rio Tapajós, e as associações indígenas Pariri (Médio Tapajos) e Wakoborun (Alto Tapajos), com vistas a distribuição total de 600 filtros, adquiridos através do apoio da Água Ama/Ambev.

“É muito importante para a população porque diminui os casos de diarreia para as comunidades terem água potável. Essa parceria é de suma importância para a população. Eu abracei essa causa e essa parceria para avançar e melhorar esse sistema de abastecimento e tratamento nos territórios” – Haroldo Sá, coordenador do Dsei Rio Tapajós.

Em uma logística intensa, a entrega das tecnologias sociais nas aldeias do médio e alto Tapajós representa uma esperança renovada para as comunidades Munduruku. Além de fornecer acesso a água potável, essa iniciativa contribui para a preservação ambiental e a saúde das pessoas. A luta pela proteção dos direitos dos Povos da Floresta continua, e cada pequeno passo faz a diferença.

“A atenção à saúde na Amazônia é sempre um desafio, com áreas de difícil acesso, sem infraestrutura, sem comunicação. Alianças são essenciais. A gente vê resultados melhores quando nossos entes públicos buscam parcerias com a sociedade para suprir essas dificuldades e ajudar a fazer acontecer. Os filtros são exemplos, com tecnologias de ponta na ponta, adaptadas e resolutas, que além de trazer bem-viver pra quem precisa,  acaba construindo soluções  de baixo custo e alto impacto passíveis de escalar via políticas públicas também para outras regiões.” – Caetano Scannavino, coordenador do Projeto Saúde e Alegria.

Relacionamento com imprensa: Ascom@saudeealegria.org.br

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