Curso foi realizado entre os dias 6 e 8 de novembro e reuniu enfermeiros e técnicos que atendem os indígenas do território
O Projeto Saúde e Alegria (PSA), por meio do Programa Saúde na Floresta, e o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) – Rio Tapajós, realizaram uma formação para profissionais da saúde sobre Tuberculose. O objetivo é capacitar enfermeiros e técnicos de enfermagem sobre prevenção, monitoramento, diagnóstico precoce e tratamento da doença. A iniciativa contou com apoio do Unicef, por meio do projeto “Emergência Munduruku; Água, saneamento, higiene e promoção de saúde para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade da Terra Indígena Munduruku”. A formação foi realizada entre os dias 6 e 8 de novembro, no auditório do Centro de Referência em Assistência Social – CRAS em Itaituba.
“A Tuberculose ainda é uma doença que está presente no Pará, inclusive o estado é campeão nas estatísticas de casos de Tuberculose. E a doença está presente nas Terras Indígenas, por isso há uma necessidade que os profissionais estejam capacitados, para saber identificar, monitorar e tratar os pacientes”, destacou a Assistente Social do PSA, Efraina Barbosa.
As orientações foram destinadas aos profissionais que atuam no setor de Prevenção e Controle das Doenças e dos Agravos, que pertence à Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI). Participaram enfermeiros e técnicos de Itaituba, Jacareacanga e Novo Progresso e CASAI Itaituba. Ao longo da formação foi apresentado o panorama de casos da doenças no país e na área de atuação da divisão, os profissionais receberam orientações sobre como fazer a notificação e monitoramento dos casos, e também como monitorar os casos nos territórios.
“Falamos sobre a diferença entre os diagnósticos de Tuberculose, doença, e a Tuberculose Latente, que é uma realidade que temos no Brasil é um ponto que a gente precisa tocar para erradicar a Tuberculose como um problema de saúde pública. Nós pudemos também ouvir deles, quais as maiores dificuldades que eles tem em campo, não apenas em relação a Tuberculose, mas em outros aspectos como diagnóstico, desafios culturais” ressaltou a médica do PSA, Ana Carolina.
“Essa iniciativa é crucial para garantir que os pacientes recebam o cuidado necessário de forma oportuna e para evitar a disseminação do bacilo. Ter em nossa capacitação uma médica infectologista como ministrante foi de grande valor, considerando sua especialidade no estudo de doenças infecciosas causadas por bactérias, vírus, fungos, parasitas e protozoários. A médica abordou o tema com um enfoque especial na integração de conhecimentos científicos e tradicionais, respeitando as especificidades da saúde indígena”, explicou a Enfermeira do DSEI, Natasha.
No fim da formação, os 20 profissionais que participaram do curso receberam os certificados. Representantes do PSA, DSEI-Rio Tapajós e os profissionais que participaram do curso entregaram o certificado de conclusão. A expectativa é que as práticas de prevenção, diagnóstico precoce da doença, tratamento e monitoramento dos casos sejam cada vez mais eficientes e possibilitem redução dos registros de Tuberculose nos territórios.
“Nós realizamos uma roda de conversa para debater estratégias de como realizar a educação em saúde no território. Principalmente como uma linguagem Indígena, fácil e acessível. E que contemplem as línguas portuguesa, Munduruku e Kayapó. Para que todos consigam entender as atividades de prevenção em saúde, focadas em higiene, cuidados com a água, prevenção de acidentes com crianças e alimentação saudável nas aldeias”, finalizou Efraina.