Eventos no território discutiram ações de mitigação das mudanças climáticas e Programa Luz Para Todos
Foi realizada no último sábado (17), a Assembleia Geral da Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Projeto de Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (FEAGLE). O Projeto Saúde e Alegria (PSA) participou das discussões e apoiou o evento. Além da assembleia, foi realizado pela primeira vez o Festival Cultural do PAE Lago Grande, com atrações de danças, músicas e iguarias regionais.
As pautas discutidas ao longo do encontro buscam soluções para comunidades da região do PAE (Projeto de Assentamento Agroextrativista) Lago Grande, que une três grandes territórios: Lago Grande, Arapiuns e Arapixuna. Entre elas, estão: recomendações do Ministério Público Federal sobre a resolução da questão fundiárias do PAE; expansão e inclusão de comunidades no Programa Luz para Todos, , planejamento de atividades da FEAGLE para o segundo semestre e prestação de contas.
“O interesse demonstrado aqui é acreditar que o Assentamento pode ser ainda mais benéfico para a população, se chegarem as políticas públicas adequadas para o território. Não adianta só demarcar ou criar o território e não trazer as políticas públicas que a população daqui tem direito. Como a ampliação do luz para todos, o acesso a crédito, o fomento para iniciativas sócio-produtivas do território” disse o Coordenador de Educação e Comunicação do Saúde e Alegria, Fabio Pena.
Para quem participou da assembleia, esse momento é para reunir ideias e entender as demandas de cada região. Na comunidade Nazário, a estiagem já impacta os moradores, que há anos esperam a chegada de energia elétrica e melhorias na infraestrutura do Ramal. “Nós não temos a energia para fazer uma irrigação, não temos uma assistência técnica que garanta. No verão passado perdi boa parte da produção. A informação é que tanto faz a mobilidade do ramal, a energia não chega por conta da distância. Mas se a longitude pra eles é um problema, como é que eles fazem a abertura de estradas e estradas?” questionou Eliana da Silva, Liderança da Comunidade Nazário.
A assembleia cobrou a chegada de energia em comunidades que já foram beneficiadas pelo programa Luz para Todos. A concessionária de energia justifica a falta de orçamento para levar energia a esses territórios. A cobrança dos comunitários ao Ministério Público e outros órgãos é para que as políticas públicas sejam implementadas nessas áreas.
“Equatorial dá como resposta que eles não têm orçamento para tal. Então é preciso que programas do próprio Governo possam ter esse incentivo para poderem fazer essa atividade. Então agora com a retomada do Programa Luz para Todos, está se abrindo essa oportunidade para que eles possam também fazer serviço de expansão por meio desse recurso Federal” espera o Secretário da Feagle e Membro do Coletivo Guardiões do Bem Viver, Ricardo Aires.
A assembleia encerrou com a esperança da chegada de políticas a esses territórios, e com a união de lideranças que tiveram presente para fortalecer essa voz. “Foi um resultado muito positivo, porque, de fato, faz muito bem as organizações que nos dão esse apoio com relação ao território, apoio logístico, pessoal, sentir o reflexo do resultado que a gente tem discutido e trazido para esse momento. Nesse espaço foi muito bom ter presente as organizações parceiras aqui e toda a nossa liderança, de maior parte, acredito que 80% das lideranças do território estavam aqui e muito bem empenhados com um demonstrativo de interesse muito bom” afirmou Rosenilce Vitor, presidente da Feagle.
FESTIVAL CULTURAL DO PAE LAGO GRANDE
Após a Assembleia Geral foi realizado pela primeira vez, o Festival Cultural do PAE Lago Grande. Esse projeto celebra a cultura e as tradições das comunidades do Projeto de Assentamento Agroextrativista, e busca promover a valorização das práticas culturais dos territórios, como o extrativismo, a agricultura familiar, a pesca, e as crenças. Essa manifestação tem o objetivo de fortalecer a identidade comunitária e os laços culturais.
“É um festival para mostrar a cultura local, uma forma de manifestar a resistência que perpassa pelos encontros e atividades, mas também pela nossa cultura e identidade” disse Darlon Neres, membro do Guardião do Bem Viver.
