Saúde & Alegria assina projeto de prevenção ao câncer de pele e colo do útero para populações indígenas e quilombolas

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Assinado nesta semana, projeto apoiado pela Bristol foi um dos dez selecionados entre iniciativas do Brasil e África

O Programa de Saúde Comunitária do Projeto Saúde e Alegria anunciou nesta semana o lançamento de uma nova iniciativa em sua área de atuação. Em parceria com a Secretaria de Saúde Indígena, Organizações Quilombolas e Secretarias Municipais de Saúde de Santarém e Belterra, criará uma estratégia de alerta, mobilização de esforços e ações efetivas integradas para o enfrentamento ao câncer de pele e colo do útero.

As ações incluirão sensibilização, planejamento e apoio para ações concretas de abordagem desses temas dentro do sistema público de saúde, nos diferentes municípios, além de campanhas educativas e mobilização da população sobre a importância da prevenção, em conjunto com as organizações e representações próprias dessas populações.

A proposta é que profissionais de ponta da rede pública com EPS (Educação Permanente em Saúde) participem de formações para o potencializar as coletas de exames PCCU e vacinação HPV de rotina nas UBS remotas, e fortalecimento das rotinas de identificação e encaminhamento dos casos dentro do fluxo do sistema público.

Equipe do Programa de Saúde do PSA assinou projeto nesta quinta-feira (05). Ações devem iniciar ao público no início de 2024, após discussão do plano de trabalho com as organizações parceiras.

O projeto também apoiará jornadas médicas com especialistas, disponibilizando materiais, insumos e instrumentos adequados, em cada território, para busca ativa, diagnóstico e tratamento ou encaminhamento dos pacientes de risco, em conjunto com os serviços públicos e outros parceiros públicos, privados e universidades.

A médica do PSA, Mônica Carvalho, explica que  esse apoio a pacientes agilizará exames e tratamento de casos mais urgentes. “O projeto também oportunizará o monitoramento das experiências e construção de indicadores, elaboração de uma proposta de modelo de fluxo e rotina para estas morbidades, que possam gerar modelos replicáveis em outros territórios, através de políticas públicas ou parcerias”, ressalta.

A iniciativa será composta de etapa territorial que contemplará oficinas para cinco Unidades Básicas de Saúde com ênfase na Educação e prevenção, produção de conteúdos educativos para mídias sociais digitais e atividade lúdica educativa no Circo Mocorongo. “Essas serão ações de mobilização para as jornadas médicas que ocorrerão em seguida. Será uma Jornada Médica Especializada (Ginecologia e Dermatologia) na UBSF da respectiva região, com apoio com insumos e materiais para as UBS fixas desta região”, explicou a Coordenadora adjunta da Saúde, Luana Arantes.

Ao longo da execução, que inicia com elaboração conjunta do plano de trabalho entre as organizações parceiras, serão definidas as comunidades e UBS, e realizadas duas campanhas e jornadas no 1º ano e 2 jornadas no 2º e uma no 3º ano em territórios.

Saúde Comunitária

Saúde, alegria do corpo. Alegria, saúde da alma. O conceito simboliza a compreensão da saúde de forma ampla, ligada ao bem-estar não apenas físico, mas também social, emocional e ambiental.

O Projeto Saúde e Alegria (PSA) procura somar esforços às políticas públicas para assegurar o direito à saúde e reduzir os níveis de exclusão das comunidades amazônicas, tornando serviços assistenciais e do campo da atenção básica mais acessíveis, com forte viés de prevenção e educação, e utilizando a arte e o lúdico para a promoção da saúde & alegria como método de atuação.

Oficinas em saúde contam com a participação do Gran Circo Mocorongo.

Quando o PSA começou a atuar no oeste do Pará, em meados da década de 1980, encontrou uma situação drástica: altas taxas de mortalidade materno-infantil, crianças morrendo de simples diarreia por beberem água sem tratamento, direto dos rios, e ausência de condições mínimas de saneamento.

Por viverem em locais isolados, os pacientes tinham de ir às cidades mais próximas para enfrentar longas filas de espera, serviços insuficientes e custos de estadia que não dispunham. Doenças primárias e simples, por falta de ações básicas e preventivas nas comunidades, acabavam por se agravar e levar a um quadro emergencial de saúde na região.

Assim, em 1987 o PSA iniciou seu trabalho com o atendimento e a educação para combate e prevenção de doenças primárias. Nessa primeira fase, o foco foi a promoção do direito à saúde, com formação de agentes multiplicadores e capacitação de parteiras; implantação de tecnologias de saneamento básico; ampliação da vacinação; campanhas e mutirões; e ações lúdicas-educativas por meio do Circo Mocorongo. Além disso, foram criadas Comissões Locais Integradas de Saúde (CLIS) para que as próprias comunidades participassem da gestão das atividades.

Historicamente o PSA apoia estratégias de saúde por meio da estruturação de UBS ribeirinhas.

Com essa forte atuação nos campos preventivo, educativo e de saneamento básico, que ajuda a diminuir principalmente os indicadores de mortalidade infantil, restava o desafio de encontrar um modelo de atendimento médico inclusivo para essas populações rurais, isoladas dos centros urbanos. Foi então que, a partir de 2006, o PSA trabalhou na implementação do modelo de barco-hospital para o atendimento regular à populações ribeirinhas, levando o Programa de Saúde da Família, do Sistema Único de Saúde (SUS) até as comunidades.

Atualmente, o PSA direciona sua atuação em duas frentes: atenção básica em saúde e saneamento básico, ambas envolvendo educação e prevenção.

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