Saúde no ar: Resgate aéreo vai garantir transporte de pacientes em áreas isoladas da Amazônia

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Iniciativa da Fundação Dieter Morszeck e do médico e coordenador do programa Erik Jennings, vai possibilitar atendimentos em comunidades do Oeste do Pará. Inicialmente, as operações terão como base cinco vilas com grande contingente populacional, onde 20 pontos de pouso em terra e na água foram mapeados

Na última sexta-feira (10), a Fundação Dieter Morszeck e a Prefeitura de Santarém através da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) assinaram um termo de cooperação para atuar em parceria nas atividades que envolvem o resgate de pacientes em áreas remotas. Durante a cerimônia, foram apresentadas as instalações do Hangar da Fundação Dieter, dentro do aeroporto Maestro Wilson Fonseca, os hidroaviões e a equipe de saúde.

O projeto irá atuar no resgate de pacientes em áreas remotas, dentro do Sistema Único de Saúde, onde a regulação estadual e municipal acionará os aviões para o resgate. De início as operações terão como base cinco vilas com grande contingente populacional, onde 20 pontos de pouso em terra e na água foram mapeados.

Aeronaves modernas e equipadas para pouso em terra e pouso na água. Foto: Agência Santarém.

O projeto não vai estar só pra resgatar. Vamos melhorar para que a gente possa fazer atendimentos naquele lugar com o que a gente já tem no avião, para resolver aqueles problemas lá, sem precisar trazer para o município. Também é um dos objetivos. Salvar vidas é o forte e isso faz bastante diferença”, explicou o coordenador Erik Jennings.

As duas aeronaves modelo Quest Kodiak 100 (uma na configuração terrestre e outra na configuração anfíbio – pouso em terra e água), instrumentalizadas com equipamentos médicos e cirúrgicos certificados pela ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil), já iniciaram as operações antes mesmo da inauguração. Realizaram o resgate de um homem na comunidade de Vila Socorro e de uma bebê no distrito de Curuai no Lago Grande.

Enquanto ambulanchas consomem três horas para transportar pacientes em algumas comunidades, as aeronaves realizam o mesmo trajeto em doze minutos. Para o prefeito Nélio Aguiar, o resgate de pacientes em situação de vulnerabilidade vai ser otimizado e contribuir significativamente para o salvamento de vidas: “Eu que sou médico sempre digo que muitas das vezes a vida de uma pessoa pode ser salva por causa de minutos. Então, os benefícios dessa parceria são muitos e impactarão positivamente a vida das pessoas na região. Com o resgate de pacientes em áreas remotas, será possível reduzir a mortalidade infantil e materna, proporcionar um atendimento médico mais eficiente e rápido, além de garantir o acesso a tratamentos e procedimentos”.

O médico Erik Jennings, que coordena o programa, Dieter Morszeck, presidente da Fundação, e o prefeito Nélio Aguiar. Foto: Agência Santarém.

O Projeto Saúde e Alegria comemorou a inauguração de mais uma política pública que vai possibilitar atendimento aos moradores de áreas isoladas. O coordenador geral do PSA, Caetano Scannavino comentou sobre a felicidade da instituição em poder ter mediado e colaborado para este projeto tão importante para a Amazônia: “Emocionado aqui de finalmente ver acontecer esse sonho que ajudamos a trazer pra região do Tapajós, se tornando realidade. Agora temos modelos de atenção básica por terra, pelas águas e pelo ar com o resgate e atendimento de pacientes em áreas remotas da Amazônia através de hidroaviões, na forma de um serviço de apoio ao SUS, prefeituras, SESPA, DSEIS”.

Eugênio Scannavino, fundador do Projeto Saúde e Alegria participou da inauguração e contou que este era um desejo antigo. Ele fez as articulações iniciais com o presidente da Fundação, Dieter Morszeck. “Um sonho que começou lá atrás. A família Morszeck apoiava o Saúde e Alegria e quando eles vieram nos visitar, conheceram o Barco Hospital e a gente falou sobre o avião hospital”, explicou.

Eugênio Scannavino ressalta importância do transporte aéromédico para Amazônia.

Com a experiência de política pública com a primeira unidade de saúde fluvial, o Barco Hospital Abaré, o coordenador do PSA, mencionou a grande utilidade que os aviões teriam para a região e fez a ponte entre o médico Erik Jennings e o empresário. “Simultaneamente tinha o Dr. Érick com esse sonho. É piloto, gosta de avião. Então nós conectamos os dois. Chegamos a desenhar o projeto que envolve muitas expertises, questões logísticas. De lá pra cá eles foram construindo. Eu fico feliz porque o forte desse avião já era um desenho com essas cores que existiam no projeto inicial há mais de sete anos “, ressalta.

A Fundação Dieter Morszeck é uma fundação sem fins lucrativos, com atuação em projetos de saúde na Alemanha, Portugal, República Checa e Ucrânia. Esse será o primeiro polo de atendimento no Brasil e a Amazônia foi escolhida devido ao contexto de dificuldade da assistência de saúde em áreas de longas distâncias.

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