Água potável: solução testada na Amazônia está ajudando atingidos por enchente no RS

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Cinco mil filtros-canudos de nanotecnologia estão sendo destinados às populações do Rio Grande do Sul, numa soma de esforços entre o Projeto Saúde e Alegria, Greenpeace, Water Is Life e 342 Artes

A solução de água potável através de filtros de membrana testada na Amazônia pelo Projeto Saúde e Alegria em uma parceria com a Water Is Life poderá ajudar a prevenir doenças transmitidas pela água e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas pelas enchentes no Sul.

Na Amazônia, essa parceria viabilizou 835 tecnologias para o tratamento de águas contaminadas, beneficiando mais de 16 mil ribeirinhos de comunidades do rio Arapiuns, das várzeas barrentas do Amazonas, e também aldeias Munduruku e Kayapó do médio e alto Tapajós impactadas pelas águas contaminadas garimpos ilegais.

“São tecnologias extremamente úteis para situações como esta dos atingidos por enchentes no estado gaúcho. Na Amazônia, usamos filtros de balde, agora estaremos destinando filtros-canudo, portáteis, que oferecem mecanismo de tratamento imediato, essencial quando o fornecimento de água pode estar contaminado ou indisponível”, disse Baruc Venditto, da Water Is Life Brasil.

Neste mês de maio, em meio às enchentes no Sul, estava acontecendo em Brasília o Seminário “Tecnologias Sociais de Acesso à Água em Áreas de Conservação na Região Amazônica” com membros de governos e organizações sociais. Na ocasião, o coordenador do Projeto Saúde e Alegria, Caetano Scannavino, aproveitou a oportunidade para reforçar a importância dos filtros de membrana como soluções que funcionaram no Norte e poderiam ajudar o Sul. Destacou também a necessidade de alianças com a sociedade civil para ajudar a escalar o acesso à água potável, banheiros, energias renováveis e internet para as populações excluídas”.

“Quando vimos o ocorrido no Rio Grande do Sul, pensamos imediatamente na solução dos filtros. Um grande parceiro nosso, o “Água Camelo”, que desenvolveu filtros acoplados em mochilas, felizmente tinha unidades em estoque, foram ágeis e já mandaram pro Sul o que tinham. E nós, com a Water Is Life, fomos também buscar o que havia de estoque em outros países. Novos parceiros se juntaram a gente nessa corrente de solidariedade, com a mobilização da turma do Movimento 342 Artes e do Greenpeace, que conseguiu levantar os recursos para a aquisição e vinda para o Brasil de mais 5 mil unidades, do tipo filtro-canudo. Chegaram e estão sendo encaminhados pras famílias de lá em situação de maior vulnerabilidade. Ficam nossos agradecimentos também à Ministra Marina Silva, que nos ajudou na articulação com as autoridades para agilizar a chegada e trâmites de distribuição”, disse Scannavino.

Os filtros representam uma solução prática, eficaz e de baixo custo para tratar a água contaminada, fortalecendo o princípio de dignidade. A coordenadora do Programa de Infraestrutura Comunitária do PSA, Jussara Salgado, explica que diferentes tecnologias estão sendo distribuídas, conforme as necessidades de cada território mapeado: Filtros balde de nanotecnologia; Filtros de uso comunitário e Mochilas filtradoras. “Os filtros são compostos de nanotecnologia, micromembranas que fazem a retenção de 99,9% das impurezas, tornando a água potável, própria para consumo, melhorando a qualidade de vida da população, e diminuindo os índices de doenças de veiculação hídrica”.

Agora, essas 5 mil unidades estão sendo distribuídas para o Rio Grande do Sul em uma ação de apoio do Norte ao Sul do país: “Perder o acesso à água potável, elemento fundamental e direito garantido na Constituição, é o mesmo que perder o direito à vida. A tragédia no Rio Grande do Sul levou casas, pessoas, a memória e a liberdade de centenas de milhares de gaúchos, mas para quem segue resistindo a essa situação extrema, nós queremos que a vida ainda seja uma escolha possível. E foi por esse motivo que além de levarmos alimentos e medicamentos, nos unimos ao Saúde e Alegria para compartilhar essa tecnologia e garantir também o acesso à água potável”, afirma Carolina Pasquali, diretora executiva do Greenpeace Brasil.

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