Moradores das comunidades Assentamento PA Moju I e II e PDS Igarapé do Anta praticam o manejo da espécie florestal na região há pelo menos três anos. O Projeto Saúde e Alegria está ampliando as ações do Programa Floresta Ativa para as comunidades que receberão assistência técnica e apoio estrutural;
Com o início da safra do cumaru (Dipteryx odorata) em 2021, moradores de dois assentamentos do município de Mojuí dos Campos se planejam para a colheita anual. Entre os meses de julho a setembro, os frutos do cumaru, conhecidos como a baunilha brasileira, caem no chão, favorecendo a coleta.
Nesta semana, técnicos do Projeto Saúde e Alegria visitaram propriedades rurais no Assentamento PA Moju I e II e PDS Igarapé do Anta para identificar agricultores e agricultoras que possuem plantios de cumaru nativo. Durante as visitas, foram identificados plantios entre 3 e 7 anos, possibilitando adequada frutificação dos cumarus para a safra.
“A atividade foi para identificar essa produção e criar uma estratégia de fomento ao plantio, desde a colheita, armazenamento, beneficiamento e a comercialização. Tudo está na fase inicial. Assim como aconteceu com a andiroba, a gente quer que os agricultores estejam felizes com o seu trabalho com a floresta em pé, tirando renda disso. Que a gente possa ter cada vez mais árvores plantadas, próximo dos roçados em sistemas agroflorestais” – ressaltou o Engenheiro Florestal do PSA, Steve Mcqueen Fernando.
O programa Floresta Ativa do PSA tem oportunizado a geração de renda com a cadeia produtiva de produtos não madeireiros. Empresas buscam informações junto à entidade para adquirir produtos de manejo, acrescentou Mcqueen: “O Saúde e Alegria trabalha há um bom tempo na região e por conta do bom desenvolvimento com saúde, comunicação e educação e agroecologia, as pessoas nos procuram para se informar sobre a possibilidade da compra dessas sementes. Nós enquanto entidade, procuramos outras entidades de classe Trabalhadoras. Neste caso do cumaru, procuramos o presidente do STTR de Mojuí dos Campos – Antônio Valdir, o coordenador da Cooperativa dos Trabalhadores Agroextrativista do Oeste do Pará – ACOSPER – Denis dos Santos e a Agricultora Rosinha da comunidade Rainha da Floresta do PA Moju que participou da visita nos assentamentos”.
Além do cumarú, outras espécies ganham cada vez maior visibilidade no mercado. A andiroba tem representado uma forte aliada à conservação da floresta. Enquanto coletam os frutos da espécie, os extrativistas cuidam de áreas e evitam o desmatamento. Na Floresta Nacional em Belterra, moradores das comunidades São Domingos, Pedreira e Nazaré, praticam o manejo da andiroba na região há mais de vinte anos. Os extrativistas recebem apoio técnico do PSA com acompanhamento contínuo, e em 2019 surgiu a oportunidade da comercialização de sementes para a empresa de cosméticos Natura. Em uma única venda foram comercializadas quase oito toneladas (7.840,30) gerando cerca de trinta e um mil reais para os manejadores.