Atividade do Programa Floresta Ativa Tapajós do Projeto Saúde e Alegria, reuniu agricultores do Lago Grande, Resex Tapajós/Arapiuns, Flona Tapajós e várzea em intercâmbio;
Quarenta agricultores das comunidades Carão, Anumã, Pedra Branca, Surucuá, Francisco do Arapiuns, Jaguarari, Piracaoera de Baixo e de Cima trocaram experiências sobre as produções da agricultura familiar no Centro Experimental Floresta Ativa na Resex e na comunidade Piracaoera de Baixo, região do Urucurituba na várzea de Santarém. O momento foi oportuno para compartilhamento de informações sobre o processo de produção agrícola entre o público que atua em diferentes territórios, com o objetivo de garantir a renda de forma sustentável e responsável.
“O intercâmbio teve o objetivo de integrar vários produtores de vários locais, para que a gente possa apresentar atividades. O Projeto Saúde e Alegria dentro do Floresta Ativa têm um componente que é apoiar a instalação do Ecocentro que tem por objetivo absorver a produção desses agricultores. Dentro desse contexto do Ecocentro, entra a cooperativa Acosper que é grande parceira do projeto. O Intercâmbio busca mostrar pros produtores que existe potencial, existe mercado e cooperativas que podem dar suporte para a melhoria da comercialização” – explicou o extensionista rural do PSA, Marcio Roberto.
O evento realizado no período de 24 e 25 de agosto, integrou membros de cooperativas e agricultores familiares que buscam aprimorar técnicas produtivas para ampliar a rentabilidade com a floresta em pé. Para o presidente da Acosper, Manoel Edvaldo, a formação amplia as possibilidades de atuação dos participantes. “A gente vê com muita expectativa que essas comunidades e famílias possam desenvolver uma qualidade de vida muito melhor, porque com esse apoio técnico e suporte na infraestrutura como água, assistência técnica do Projeto Saúde e Alegria, tem tudo pra gente desenvolver nosso projeto em Santarém e região” – ressalta.
Experiências bem sucedidas foram apresentadas para inspirar os agricultores, evidenciando a importância de praticar a atividade sem o uso de agrotóxicos e com mecanismos legais de plantio. Um dos grupos informais, destacou que conseguiu comercializar hortaliças, totalizando 300 mil reais.
Os exemplos demonstrados no intercâmbio se tornaram referência para os agricultores que mencionaram a importância dos diálogos e visibilidade dos plantios e roçados na prática, para replicar em seus territórios.
“Eu vim pra cá buscar novos conhecimentos com as famílias de Carão. Vou levar novidades pra minha comunidade e pra outros comunitários pra melhoramentos da renda familiar” – cooperada da Cooprasu/Surucuá, Edilma Farias.
“Estar em Piracaoera de Baixo para conhecer a Cooperativa que trabalha com hortaliças e faz entrega para o Pnae anima a gente a fazer a produção orgânica de hortaliças, trabalhar com uma alimentação mais saudável para nossa família e merenda escolar” – Indígena do território Kumaruara do Território Tapajós, Luiz Henrique.
Economia da floresta | Cadeias da sociobiodiversidade
O intercâmbio integra as ações do Programa Floresta Ativa, no componente de assistência técnica rural para famílias com sistemas agroflorestais. São apoiadas estratégias de valorização de cadeias de valor da sociobiodiversidade, promovendo a economia dos povos da floresta. Por meio de ações estratégicas, as comunidades são fortalecidas para inclusão no mercado de produtos da sociobiodiversidade, com a adequada repartição de benefícios e a preservação da floresta.
O trabalho de assistência técnica desenvolvido pela equipe do PSA é focado na organização e no fortalecimento de associações e cooperativas. As cadeias de valor que ganham destaque, por terem maior potencial na região oeste do Pará, são a meliponicultura, sementes e óleos, fruticultura e alimentos orgânicos em geral.
O PSA ajuda a consolidar práticas inovadoras e sustentáveis de produção e beneficiamento que, unidas aos saberes tradicionais, agregam valor aos produtos da atividade extrativista e agrícola das famílias, atendendo mais adequadamente o mercado.