O Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil, Paulo Teixeira, visitou a aldeia Vista Alegre do Capixauã da etnia Kumaruara em Santarém. Recebido com rituais e celebração, ouviu demandas e recebeu carta das Mulheres Empreendedoras da Floresta com propostas elaboradas pelas próprias no evento realizado pelo projeto durante o período de 22 a 25 de maio em Santarém.
“As vinte e duas organizações se juntaram para escrever uma carta com demandas e propostas das cooperativas e associações que trabalham com a sociobioeconomia do Tapajós. Alguns pontos que foram demandados, desde o que está faltando e o que precisa ser feito”, ressaltou a coordenadora do núcleo de negócios da sociobioeconomia de base comunitária do PSA, Olivia Beatriz.
Dentre as propostas apresentadas, o pedido de que o próximo Plano Safra contemple políticas públicas e recursos destinados especificamente para o desenvolvimento da agricultura familiar e da sociobiodiversidade no contexto amazônico e políticas específicas e maior flexibilidade e taxa de juros zero e não tributação como IPI e ICMS para comercialização de produtos da agricultura familiar e do agroextrativismo.
A carta também pediu reformulações de recursos específicos destinados à comercialização dos produtos da sociobiodiversidade das comunidades, aldeias e quilombos para os grandes centros urbanos. No total, treze propostas foram apresentadas no documento elaborado pelas organizações. Leia a carta na íntegra abaixo.
Durante a visita, Teixeira conheceu o viveiro implementado pelo Programa Floresta Ativa do PSA em parceria com a aldeia, para apoiar a agricultura familiar, a implantação de sistemas agroflorestais, o reflorestamento, a segurança alimentar e a geração de renda. Ao longo das trocas de saberes e vivências, Paulo Teixeira destacou a importância de ouvir as demandas e aprender com os cuidadores da floresta. “Na Aldeia Vista Alegre recolhemos as demandas e aprendemos com os cuidadores da floresta. Vamos, assim, aprimorar as políticas públicas voltadas para biodiversidade e para florestas produtivas. Conservação e geração de renda por meio de políticas públicas construídas pelas populações dos territórios.”
Programa de educação do cooperativismo e associativismo da Agricultura Familiar Agroextrativista do baixo Tapajós
No período de 22 e 25 de maio, cooperativas, associações e organizações participaram do segundo encontro do segundo módulo do Programa de Educação e Cooperativismo e Agricultura Familiar Agroextrativista do Baixo Tapajós. Uma fase de aprofundamento da formação voltada à gestão financeira e da produção. As políticas de acesso a crédito e gestão de cooperativas foram destaques durante o encontro que também abordou técnicas para compras institucionais e comercialização ao PAA E PNAE, e mecanismos para acessar diferentes tipos de créditos como o PRONAF (Mulher, Jovem, Agroecologia e Bioeconomia).
https://soundcloud.com/projeto-saudede-e-alegria/ii-encontro-do-programa-de-educacao-e-cooperativismo-e-agricultura-familiar-agroextrativista?si=f6b2b52504654ce4a7eda21b9749c500&utm_source=clipboard&utm_medium=text&utm_campaign=social_sharing
“Foi uma oportunidade interessante para as cooperativas e Associações avaliarem como estão organizadas e quais desses créditos seriam os mais interessantes para elas. A gente vê que ainda é um temor por parte das organizações em relação às burocracias. Todas essas questões foram discutidas para que as organizações possam se preparar”, enfatiza Beatriz.