Cooperativas e associações seguem consolidando seus negócios a partir do curso aprofundado de dois anos. No período de 21 a 24 de agosto se reuniram para definir estratégias de governança dos negócios comunitários
Setenta mulheres e jovens de organizações, cooperativas e associações participaram do Módulo III – participação e governança em cooperativas e associações do Programa de educação do cooperativismo e associativismo da agricultura familiar agroextrativista do baixo Tapajós: Governança, gestão, planejamento e avaliação. Ministrado pelo palestrante Daniel Rech, a nova formação buscou abordar questões para o melhor planejamento e avaliação, com a implementação de instrumentos para a construção do futuro. “Governança se refere a um conjunto de instrumentos para atividades das organizações. Traz instrumentos necessários para facilitar a atuação e manter essas organizações dentro da legalidade e regularidade”.
Para as mulheres da Cooperativa Mista dos Povos de Comunidades Tradicionais da Calha Norte (Copaflora), sediada em Oriximiná com abrangência em Alenquer, Nhamundá e que representa Quilombolas, Indígenas e Assentados, reunindo a produção de castanha, cúmaru, copaíba e pimenta, o momento foi importante para apoiar na organização da entidade. Maria Daiane Figueiredo, da administração da cooperativa, destacou que a formação possibilitou aprender recursos para melhorar o fluxo da organização. “Traz conhecimento pra gente desenvolver dentro da cooperativa. São coisas novas pra gente que vem do extrativismo, da agricultura. Amplia mais o nosso conhecimento”.
Para a presidente da Turiarte, Ingrid Godinho, que representa mais de 120 mulheres de 12 comunidades, desenvolvendo o turismo de base comunitária e promovendo bioartesanato, feito pelas mulheres a partir da palha de tucumã, “o módulo mais esperado de toda essa formação”. Durante o encontro de quatro dias, foram trabalhadas questões teóricas e práticas. “Professor foi didático para apresentar legislação, reforma trabalhista, questões burocráticas para as nossas organizações. Surtiu um efeito muito positivo pra gente da Turiarte. A gente nunca sabe tudo e obteve muitos conhecimentos. Vamos desafiados a reconstruir nosso planejamento estratégico em gestão e governança”, destaca.
O curso de Cooperativismo é uma atividade do projeto Mulheres Empreendedoras da floresta, executado pelo PSA e STTR-STM. A atividade foi desenvolvida em parceria com UNICAFES com o objetivo de capacitar e empoderar mulheres e jovens de cooperativas e associações para organizar mulheres, estruturando os negócios da floresta que valorizam a floresta em pé. “Muitas vezes a gente acaba passando despercebido. Muito valioso porque a gente veio buscar melhorar e colocar as coisas em prática” – comentou Edilson Figueira, vice-presidente do STTR.
O próximo desafio será em novembro, quando eles apresentarão o resultado do encontro no quarto módulo, aplicado às suas organizações, explicou a coordenadora do núcleo de negócios da sociobioeconomia de base comunitária do PSA, Olívia Beatriz. “Agora as organizações têm o exercício de colocar na prática o que eles puderam aprender”.
O Projeto Mulheres Empreendedoras da Floresta é financiado pela União Europeia.