O Programa de Infraestrutura Comunitária do Projeto Saúde e Alegria assinou contrato com a organização social vencedora da chamada pública para iniciar as obras do Programa Cisterna na região. Mais de trezentas famílias de comunidades da Resex serão beneficiadas com tecnologias sociais para acesso à água e banheiros
Treze comunidades da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns localizadas nos municípios de Santarém e Aveiro, receberão investimentos de quase nove milhões de reais. Liderada pelo Programa de Infraestrutura Comunitária do Projeto Saúde e Alegria, a chamada pública 001/2023, anunciou a Sociedade, Meio Ambiente, Educação, Cidadania e Direitos Humanos (SomecDH) selecionada para executar as obras do Programa Cisterna do Ministério do Desenvolvimento Social.
A iniciativa irá beneficiar diretamente nesta primeira etapa, mil e quinhentas pessoas de 339 famílias com tecnologias sociais de acesso à água, conforme as necessidades de cada um dos territórios contemplados. Serão implementadas as seguintes tecnologias: 07 – Sistema pluvial multiuso comunitário; 08 – Sistema pluvial multiuso autônomo; 24 – Sistema pluvial multiuso autônomo com serviço de acompanhamento familiar para inclusão social e produtiva; e 25 – Sistema pluvial multiuso comunitário com serviço de acompanhamento familiar para inclusão social e produtiva. Um segundo edital será lançado neste ano e beneficiará novas comunidades.
As comunidades Jururá, Pinhel e Anduru (Aveiro) e Pau da Letra, São Tomé, Mirixituba, Vista Alegre, Pajura, Mapirizinho, Anumã, Americano, São Sebastião e Nova Vista do Arapiuns (Santarém), receberão o investimento total de R$ 8.790.243,45, para construção de sistemas de abastecimento, componentes para captação de água de chuva e banheiros.
Segundo a coordenadora do Programa de Infraestrutura, Jussara Salgado, as atividades iniciam a partir de fevereiro com a mobilização das comunidades e a previsão é de que as obras iniciem a partir do mês de abril pela comunidade Pinhel, região da Resex em Aveiro. Para seguir o cronograma, as equipes já estão realizando encontros de alinhamento entre os parceiros e apoiadores do projeto. As obras devem ser concluídas até 2026 e contam com a parceria da Tapajoara, CITA e ICMBio.
Tecnologias compreendem construção de banheiros e sistemas de abastecimento integrado.
Historicamente, para implementar os sistemas de água, o PSA utiliza a metodologia do processo de capacitação que inclui espaços de formação e informação, contemplando, temas voltados ao cuidado e tratamento da água para consumo humano, levantamento de doenças relacionadas ao saneamento, relação entre saneamento, ambiente, higiene e saúde e oficinas para manutenção de todos os componentes que compõem a tecnologia.
O saneamento básico é uma prioridade para o Projeto Saúde e Alegria que, ainda na década de 80, identificou através de seu médico fundador, Eugênio Scannavino, uma série de doenças ligadas à veiculação hídrica e falta de condições básicas de higiene em comunidades da Amazônia.
Desde lá, o PSA tem implementado sistemas de água e saneamento. Entre os anos de 2018 a 2021 foram implementadas 1.239 tecnologias sociais de acesso à água por meio do Programa Cisternas, dessas, 775 previam também a instalação de banheiros. Beneficiando comunidades dos municípios de Santarém, Belterra e Itaituba, impactando diretamente 3.100 pessoas com acesso à banheiros e esgotamento domiciliar e sanitário.
Segundo a coordenadora de projetos da SomecDH, Michelle Monteiro, os trabalhos já iniciaram com a fase de planejamento e organização dos materiais didáticos para a etapa dos diagnósticos e seleção de famílias, conforme os critérios do programa. “A gente está com muita expectativa pra começar, conhecer essas novas regiões que têm sido impactadas pela falta de água, inclusive nessa última seca de forma mais direta. A gente vê que esse projeto será de grande importância para essas regiões. Nesse novo desafio a gente também vai atender um novo município de Aveiro”, ressalta.