Jovens debatem proteção territorial e contexto climático na região do Tapajós

Compartilhe essa notícia com seus amigos!

Oficinas tem objetivo de mapear as vozes da juventude e promover discussões sobre as dificuldades de cada território 

Entre os dias 7 e 10 de outubro, jovens atuantes nos movimentos sociais participam de um curso sobre proteção territorial e clima. A iniciativa é uma união de organizações, como a Cooperativa TURIARTE, Coletivo Jovem Tapajônico, Projeto Saúde e Alegria (PSA), e da Coalizão Vozes do Tapajós (VAC). A atividade é uma parceria com Fundação Konrad Adenauer (KAS), Fundação Toyota do Brasil e Instituto Clima e Sociedade (ICS).

O objetivo desse diálogo é promover o debate com jovens moradores de territórios tradicionais sobre a defesa dos seus territórios. E convidar as organizações locais e governamentais para discutir a importância do território e da luta pela conservação. Essas discussões e o acesso às diferentes realidades colaboram para a formação de jovens sobre mapeamento comunitário e instrumentos digitais que podem ser utilizados nesse trabalho. Outro fator importante é debater o contexto climático, como a seca, as dificuldades trazidas por ela e as soluções possíveis para diminuir os impactos da mesma, além de espaços de incidência sobre políticas para o clima.

Foto: Cristian Arapiun

“A importância do curso é que eu possa adquirir mais conhecimento para levar para o meu povo, para a minha aldeia, e poder repassar o que eu vim aprender aos meus parentes, sobre preservar o meio ambiente e nosso território. Esse curso foi muito importante para que nós possamos estar sempre juntos com os outros povos, para que juntos nós possamos fazer uma cadeia fortaleça mais cada vez a força dos povos indígenas” disse o jovem Denivaldo Arapiun, do Território da Praia Grande.

Foto: Cristian Arapiun

Esse debate fortalece ainda mais a participação da juventude em questões importantes para a proteção territorial e as discussões em torno das mudanças climáticas. Jovens receberam ainda informações sobre a atuação dos órgãos federais nesses processos, como o IBAMA e o ICMBio. Além disso, entenderam também qual o impactos da participação dos grupos existentes que atuam dentro dos territórios, como o Coletivo Jovem Tapajônico e Guardiões do Bem Viver, MAM, Movimento tapajós vivo, AMTR, TI Maró, TI kumaruara, FOQS, CITA, Suraras, CITUPI, STTR, Sapopema, Daje, que fazem parte do VAC Tapajós.

“Eu, como uma jovem liderança dentro da minha aldeia, sempre busco estar dentro desses movimentos para ficar por dentro dos assuntos que estão sendo debatidos dentro do território, principalmente que está sendo muito falado agora dentro do movimento, que é a crise climática, que fala sobre as queimadas, a estiagem. Então, eu acho muito bacana esse tipo de debate, porque isso me traz mais conhecimentos, e isso é uma coisa que eu gosto de estar participando desses movimentos, participando desses debates, debatendo sobre os assuntos mais importantes do nosso território, estando na luta junto com as outras juventudes” ressaltou o jovem Lúcio Kumaruara, da Aldeia e Comunidade Suruacá, Território Kumaruara.

NA CONSTRUÇÃO DE UM FUTURO MELHOR

Foto: Cristian Arapiun

Ao longo dessa formação os jovens realizam um balanço de lutas e conquistas dos territórios tradicionais, o papel da gestão pública dos territórios, a relação entre crise climática e juventude, sonhos e soluções para o que se vive nessa região, cidadania ativa e crise climática, mapeiam os problemas e as soluções, e finalizam construindo um novo futuro. Os jovens debateram também a participação desses territórios, por meio da juventude, na COP-30 e como estão os andamentos de políticas públicas ainda em construção. 

Foto: Cristian Arapiun

“A gente tá aqui com essas juventudes, trabalhando sobre, fortalecendo, na verdade, o protagonismo dos jovens. A gente não tá criando coisas novas. A ideia é o que também eles já fazem, que a gente pode fortalecer, já está fazendo alguma coisa pra colaborar, e como é que a gente busca incentivar cada vez mais, como é que a gente entende como é que isso funciona dentro de cada comunidade, dentro de cada aldeia, para que a gente possa estar ajudando, porque às vezes essa juventude já está fazendo algo, mas não está tendo reconhecimento, não está tendo apoio das suas próprias lideranças, dos seus próprios presidentes de comunidade” pontuou o coordenador Coletivo Jovem Tapajônico, Walter Kumaruara.

Compartilhe essa notícia com seus amigos!

Deixe um comentário

Rolar para cima