Capacitação orienta sobre visão estratégias de negócios, com proteção dos territórios e mantendo a floresta em pé
O Projeto Saúde e Alegria (PSA) realizou, entre os dias 25 e 28 de novembro, a primeira etapa do curso de formação de agentes locais para promoção da sociobioeconomia. A formação é destinada a 25 jovens de territórios da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (RESEX), do Projeto de Assentamento Agroextrativista do Lago Grande (PAE-Lago grande), da Floresta Nacional do Tapajós, e demais territórios tradicionais da região de Santarém. O curso é realizado em regime de alternância, ou seja, integrando tempo escola e tempo comunidade. A iniciativa é uma parceira do PSA, por meio do Projeto Escola Floresta Ativa, e com apoio do ICS, Fundação Toyota, Good Energy e USAID.
“O curso tá trazendo aprendizado de como o meu modo de conhecimento pode ser usado, e articular meios de como a gente pode melhorar a comercialização, produção, e vê da melhor forma possível como incentivar a sociobioeconomia e cuidar do meio ambiente. Ele traz muitos benefícios, e que eu possa levar esse conhecimento para implantar dentro da comunidade”, disse Marinelson da Comunidade de São Domingos, na Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra.
“A gente trabalha com empreendimento de turismo de base comunitária, e eu creio que o que aprendi aqui vai ajudar muito a gente a desenvolver os projetos dentro da aldeia. A gente tá aprendendo e levando pra repassar para quem ficou na aldeia, para se qualificar pra trabalhar no nosso viveiro, nossa pousada, e dentro do nosso território”, destacou a Cacica da Aldeia Vista Alegre na RESEX, Irenilce Batista.
A primeira etapa da formação ocorreu no Centro de Formação Chico Roque, e apresentou conceitos como cadeias de valor, sociobioeconomia, serviços socioambientais, além de debater história da produção dos territórios tradicionais do Baixo Tapajós, e começar a formulação de um planejamento estratégico da organização da produção. O tempo escola também discutiu temas como a soberania alimentar e a importância da produção local para a autonomia dos territórios.
“A ideia da sociobioconomia é fomentar esses conhecimentos e essas práticas para geração de renda. Entendemos como podemos promover uma geração de renda nas comunidades, mas respeitando o tempo, os modos de produção e os conhecimentos tradicionais. A gente tá pensando aqui como podemos formar pessoas pra impulsionarem a geração de renda, mas uma geração de renda que respeite os conhecimentos ancestrais e mantenha a floresta em pé”, explicou a Assessora Pedagógica do PSA, Fernanda Folster.
O objetivo dessa formação é integrar os conhecimentos com as práticas já utilizadas em territórios da região, e dessa forma contribuir para a estruturação e visão estratégica dos negócios da sociobioeconomia, bem como na proteção dos territórios e povos do Baixo Tapajós. Formar os jovens capazes de analisar criticamente e trabalhar com cadeias de valor, colaborar para a proteção dos territórios e manter a floresta em pé.
“Estamos propondo inovações, transformações, modernização na produção para o futuro. E esse futuro vai ser com os jovens, por isso precisamos trazer esses jovens para discutir, se empoderar e participar do processo. Nós temos três desafios transversais ao longo desse discussão, é o protagonismo da juventude, empoderamento econômico das mulheres e o enfrentamento às mudanças climáticas”, contou o Coordenador do Programa de Economia da Floresta do PSA, Davide Pompermaier.