Comunidades do Amapá recebem visita do Projeto Rede Floresta Digital

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Pesquisadoras realizam mapeamento de territórios que vão receber o projeto, e discutem processos de instalação e desafios

As pesquisadoras do Projeto Rede Comunitária Digital continuam as visitas de diagnóstico e trabalho de mapeamento nas comunidades que o projeto irá instalar as redes comunitárias. Dando continuidade ao trabalho, visitaram dois territórios do estado do Amapá, que foram contemplados pelo projeto, são eles: Quilombo do Curiaú e Associação das Mulheres da Foz do Mazagão Velho. As visitas foram marcadas pela força feminina e a expectativa de potencializar seus trabalhos, a partir da implantação das redes comunitárias. 

“Foram duas vivências muito ricas de reconhecimento e empoderamento das mulheres, que apresentaram suas principais atividades socioeconômicas e com uma forte determinação entre elas, de fortalecer a visibilidade dos seus diversos empreendimentos amazônicos. Saímos com bom mapeamento de informações dessas experiências regionais, para seguir esse processo em redes”, destacou a pesquisadora do PSA, Adriane Gama. 

O projeto é uma realização da parceria entre o Projeto Saúde e Alegria (PSA) e a DW Akademie. As visitas realizadas pelas pesquisadoras percorrem nove territórios distribuídos pelos estados do Amapá, Pará, Acre e Amazonas,. Durante os encontros,  são realizadas dinâmicas lúdicas e sistemáticas e por meio da metodologia da Mandala dos Saberes os e as participantes apresentaram as suas demandas e desafios que vão poder ser trabalhados com a comunicação e conectividade de base comunitária.

No quilombo, a participação e resiliência das Mulheres Filhas do Criaú, que fazem parte da Associação das Mulheres Mãe Venina, foi notável para as  pesquisadoras. Além da dedicação, as novas possibilidades animam as empreendedoras, que enfrentam problemas relacionados à crise climática na região. A chegada das redes comunitárias possibilita novas formas de divulgação dos produtos e ampliação na comercialização. 

“O Projeto Floresta Digital é muito importante para nós, mulheres negras, quilombolas. É fundamental para a melhoria dos nossos empreendedorismos, como o aumento da produtividade e na segurança das informações, além de levar nossos produtos a uma amplitude que não podemos alcançar fisicamente. Com isso, quem ganha somos nós mulheres da comunidade, que também temos uma cultura riquíssima, belíssima. Mas precisa dessas redes para vender os nossos produtos e atrair turistas aqui pra comunidade, e com isso vai melhorar a vida das mulheres e de suas famílias na comunidade”, pontuou a representante da associação, Isis. 

A visita foi tão especial que o projeto ganhou até uma homenagem. Dona Creuza, que faz parte da Associação, escreveu versos que celebram a chegada das redes no território. Confira:

“No rodar das Saias, nossa resistência.

Meio social e cultura digital.

Floresta digital, meio de intervenção.

Rede comunitária, conjunto de ações.

No rodar das Saias, nossa resistência.

Meio social e cultura digital”, cantou Creuza Miranda. 

A segunda visita aconteceu no território da Escola Família Agroextrativista do Carvão, em Foz do Mazagão e na Associação de Mulheres. No espaço de conhecimento comunitário dessa Escola, as pesquisadoras puderam entender os processos formativos com os alunos e suas atividades dos setores produtivos, a exemplos, da meliponicultura e a da agroecologia. Essas experiências demonstrativas permitem a elaboração de estratégias importantes para o desenvolvimento do trabalho na comunidade.

“Isso tudo representa nossos anseios, e nessa rede está descansando, pensando e refletindo tudo que queremos, sonhamos e projetamos. Pensamos em quem já se foi, e tinham dificuldades de se comunicar. Estamos aqui para embarcar nessa rede, e por meio do projeto, navegar pela economia, conquistas de direitos,  educação, empreendedorismo, e que essa rede nos leve longe”, exclamou a Coordenadora da Escola Familiar e representante do Projeto Floresta Digital, Dalva Miranda. 

Com apoio da equipe da coordenação da Escola Familiar, as pesquisadoras puderam conhecer também a realidade e vivências da comunidade da Associação das Mulheres Produtoras Agroextrativistas do Foz Mazagão (AMPAFOZ). Nesse território ribeirinho, foi realizado um diálogo sobre redes comunitárias, comunicação comunitária e tecnologias significativas para a região. Vale destacar também a participação de mulheres da Associação das Mulheres Produtoras Rurais do Assentamento Piquiazal nesta visita.

“Esse projeto chegou em uma boa hora porque precisamos colocar nosso produto em divulgação. E não tínhamos essa ferramenta, mas com essa iniciativa agora, vamos poder oferecer nossos produtos. O camarão, açaí, nosso cacau, e tudo que produzimos dentro da comunidade. O projeto possibilita que todos conheçam nossos produtos”, enfatizou a Presidente da AMPAFOZ, Rocilda Pacheco.

“Essa iniciativa vai trazer grande desenvolvimento para a comunidade, principalmente voltados para Associação de Mulheres. Por meio desse projeto, vamos fortalecer e formar localmente essas mulheres pela educação, a base de tudo que nos sustenta. Vamos saber quais políticas públicas nos atendem, que agregam nossa comunidade e que trazem benefícios para nós”, disse a tesoureira da Associação de Mulheres e mestranda, Luana Monteiro.

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