4° Encontro de fortalecimento das mulheres empreendedoras da floresta, do campo e das águas é marcado por preparação para Marcha das Margaridas 

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Rodadas de encontros resultaram no fortalecimento e maior articulação entre as mulheres empreendedoras  nos territórios da Resex Tapajós-Arapiuns, PAE Lago Grande e região do planalto

Dialogando coletivamente, mais de sessenta mulheres das organizações de base comunitária dos territórios da Resex Tapajós Arapiuns, Várzea, Pae Lago Grande e região do planalto de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos descobriram muitos desafios em comum na luta pelo acesso à políticas públicas para a saúde da mulher, no combate à violência, na busca pela estruturação de seus empreendimentos, pela igualdade de gênero em atividades produtivas  e na educação. A partir dos desafios e das fortalezas pensaram em soluções estratégicas para os territórios e  propuseram mudanças para quem vive na floresta, no campo e nas águas.

Durante dois dias, discutiram propostas concretas a partir da socialização das discussões dos três encontros realizados em cada um dos territórios e elaboraram uma carta de reivindicações com demandas e propostas. A carta será levada para Brasília para a 7º Edição da Marcha das Margaridas, que será realizada em agosto de 2023. O documento validado por todas, será entregue no evento ao presidente Lula e à Ministra Cida Gonçalves.

Esse momento é muito importante para essa parceria, pois possibilita acesso aos assuntos que a gente não tinha conhecimento, como a área da saúde, educação, território e principalmente a violência contra mulher e criança”, explica Nara Lúcia Azevedo, liderança da Ponte Alta, região do Eixo Forte. A terceira etapa do encontro contemplou a construção dessa carta de reivindicação com demandas e propostas e escolha de representações para participar da Marcha, uma ação estratégica das mulheres do campo e da floresta que integra a agenda de Movimentos Sindicais, proporcionando reflexões sobre as condições de vida das mulheres. É  também momento propositivo e de negociação política com o governo federal.

O encontro contou também com a presença de mulheres pescadoras que defendem equidade nos direitos de quem exerce a função. “Hoje a pesca é importante porque é uma fonte de renda e alimentação para as mulheres e seus filhos. Estamos correndo atrás de benefícios que possam ser melhorados para as mulheres pescadoras”, comentou a diretora da Colônia de Pescadores Z-73 de Novo Progresso, Talita Campos. Na comitiva de 16 mulheres que representarão o Tapajós no evento, duas levam a bandeira das pescadoras artesanais, ressalta a coordenadora da Sapopema, Wandicleia Lopes: “elas estarão levando demandas e discutindo como elas podem melhorar a qualidade de vida e a valorização da mulher que dedica sua vida a pesca artesanal”.

O acesso à educação de qualidade em territórios rurais tem sido um grande desafio para mães que partilharam do desejo de desenvolvimento para a área. Reginalda Godinho da comunidade Anã, região da Resex Tapajós-Arapiuns destacou que esse é um tema prioritário e recorrente dentre as discussões: “A educação liberta. Conhecimento é poder. Voltado para mulheres em um mundo machista, a educação é a chave para a libertação das mulheres. Estamos debatendo propostas de uma lei de ensino diferenciado para as extrativistas”.

Com o objetivo de fortalecer a participação das mulheres nas organizações de base comunitária como protagonistas nos empreendimentos, o encontro também oportunizou fomentar o debate sobre organização da produção, visão estratégica, empoderamento e sucessão das mulheres dentro das organizações nos territórios e o fortalecimento do protagonismo da mulher na agricultura familiar, no extrativismo e na economia solidária. Ao fim, como próximos passos, foi discutida a possibilidade da criação de uma rede de articulação de mulheres empreendedoras a fim de buscar estratégias para fortalecimento das organizações de base comunitária, e da sociobioeconomia no oeste do Pará.

Formar a rede de mulheres empreendedoras da floresta é justamente conectar essa diversidade cultural, indigena, quilombola, extrativista, pescadora para proporcionar eixos de geração de renda, políticas públicas para o fortalecimento e capacitações. Mostrar para a sociedade que as mulheres do campo produzem e buscar parcerias de organizações para termos a conexão de mulheres e ter independência financeira e protagonismo na sociedade e no território”, afirmou a mobilizadora social do Projeto Mulheres Empreendedoras da Floresta, Marluce Coelho.

O evento está no contexto do Projeto Mulheres Empreendedoras da Floresta, liderado pelo Projeto Saúde e Alegria e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém, financiado pela União Européia e Fundo Amazônia em parceria com a TNC e a Sapopema. “Temos atuado no território dentro do âmbito do projeto Águas do Tapajós para fortalecer as organizações de base. Nós reconhecemos que a participação da mulher é importante na conservação dos recursos naturais, na conservação dos recursos aquáticos”, conta a especialista em conservação da TNC, Lucilene Amaral.

Pensamos nessa estratégia de união das mulheres desses territórios, e como elas podem ter um norte para caminhar juntas em prol dessa fortaleza, porque os desafios são praticamente os mesmos. É um marco do projeto” – coordenadora do núcleo de negócios da sociobioeconomia de base comunitária do PSA, Olivia Beatriz.

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