Agroextrativistas apostam na horticultura comunitária, meliponicultura e criação de galinhas em São Francisco do Arapiuns, no PA

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Programa Floresta Ativa do Projeto Saúde e Alegria incentiva geração de renda com a floresta em pé, promovendo capacitações e fornecendo infraestrutura para empreendimentos sociais

Na comunidade São Francisco da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, em Santarém, agroextrativistas estão entusiasmados com novas oportunidades de mercado através de apoios do Programa Floresta Ativa do Projeto Saúde e Alegria. Cooperadas da Acosper, as produtoras rurais têm participado de capacitações para potencializar as produções e fornecer itens para o Ecocentro – que deve iniciar operação ainda neste ano.

Recentemente, os moradores participaram de curso sobre horticultura auxiliando na implementação de uma estufa. Eles receberão um viveiro, instalação de sistema de abastecimento de água movido à energia solar e apoio para as atividades de manejo do mel de abelha sem ferrão, esclareceu a engenheira florestal do PSA, Diane Ribeiro.

Reunião comunitária para planejamento das ações de apoio aos comunitários. Fotos: Diane Ribeiro/PSA.

Helena Matos, liderança da comunidade, ressaltou que a renda para as mulheres da comunidade é uma prioridade, possibilitando independência financeira, com proteção à floresta. “São projetos muito bons que vão fortalecer as hortas comunitárias para as mulheres da comunidade, projeto de meliponicultura, criação de galinha, e SAFs com produção de mudas certificadas para comercialização. A comunidade está empenhada e feliz com as infraestruturas que nós vamos receber, como o sistema de água que será movido à energia solar. Vai ser muito bom. O objetivo dessa água é ajudar na irrigação, melhorando a produção” – ressaltou. As mulheres contam com o apoio também da Feagle e STTR- Santarém.

As verduras, legumes, frutas, galinhas e mel, produzidos por elas serão comercializados no Ecocentro que está sendo estruturando para se tornar referência em sociobioeconomia de base comunitária, boas práticas produtivas e geração de renda com a floresta em pé. Além da região do Arapiuns, o espaço será o polo para as produções das regiões do Tapajós, Arapixuna e Várzea (Pixuna, Santa Maria e Tapará Miri).

Além de gêneros alimentícios e da expectativa de fornecimento de insumos para a merenda escolar, os extrativistas vem abrindo frentes para atender as demandas do setor de cosméticos (sementes, óleos, manteigas), vestimentas (borracha para sapatos orgânicos), dentre outras potenciais.

Nesse sentido, o Ecocentro será fundamental como polo para o processamento, beneficiamento, armazenamento, escoamento, controle de qualidade e comercialização desses produtos. Estará situado no antigo galpão da Acosper a ser revitalizado, vizinho a sede do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém na rodovia BR 163 (Santarém-Cuiabá).

As instalações serão construídas de forma modular, com previsão de início das operações já em meados deste ano, a partir da parceria da cooperativa com o STTR, o Projeto Saúde e Alegria (PSA), o Imaflora e outras organizações.

O apoio ao Ecocentro é parte do Programa Floresta Ativa, implementado pelo PSA em parceria com as organizações da região. “Nós fazemos um trabalho de apoio à produção e incentivo ao envolvimento na estratégia coletiva dos produtores. Procuramos garantir os investimentos necessários para implantar a unidade de processamento e beneficiamento da produção, assim como a assessoria técnica para gestão da cooperativa no desenho e modelagem dos negócios” – esclareceu Davide Pompermaier, coordenador do Programa.

A Floresta Ativa tem prestado assistência técnica aos agricultores e extrativistas para melhoria da segurança alimentar e da renda familiar, com práticas que aumentam a produtividade, diversificam a produção, recuperam áreas degradadas e reduzem a necessidade de abertura de novas áreas, do uso do fogo e riscos de incêndios florestais. A cada ano, novas famílias se mobilizam para restauração florestal, coleta de sementes, produção de mudas, implantação de SAF’s (sistemas agroflorestais), culturas de quintal, pequenas agroindústrias, manejo para extração não-madeireiros, e criação de abelhas sem ferrão.

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