Você lembra quando foi a última vez que recebeu uma carta? Em tempos de tecnologias digitais, receber informações escritas à mão tornou-se raridade. Programa Alô Comunidade foi agraciado com mensagem por Programa Alô Comunidade foi agraciado com mensagem de ouvinte da comunidade Vila Amazonas;
Com a popularização dos aplicativos de mensagens instantâneas, o uso das correspondências tem se tornado cada vez mais escasso. A redução do envio de cartas é atestada pelos Correios. Segundo a empresa, o volume de correspondências entre pessoas físicas diminuiu cerca de 70%. A maioria delas, atualmente, são boletos bancários, contas telefônicas e de energia elétrica e revistas.
Apesar disso, a cultura de enviar cartas ainda se mantém viva para uma minoria. Nesta semana, o Programa Alô Comunidade produzido pelo Projeto Saúde e Alegria e comandado pelo jornalista Raik Pereira foi surpreendido com o relato escrito de ouvinte da comunidade Vila Amazonas.
Duvilda Guimarães, moradora da comunidade fez questão de enviar um alô direcionado para amigos e para a equipe do programa. Na carta disse: “É com especial carinho que escrevo para o programa, para pedir que você mande um alô aos amigos: Renato, Natanael, Valdira, Leonara, Denilto, Edilso, Conceição, Jonas, Fátima e eu mando um alô pra você. E aqui desejo muita saúde, paz, amor, alegria pra você e sua família”.
A carta foi a primeira recebida dentre centenas de mensagens de texto e voz no WhatsApp, e SMS que chegam diariamente para os números do programa (93 99143-3944/99131-9195). Para o locutor, receber a carta foi um momento de nostalgia e alegria em poder disponibilizar um espaço democrático para as comunidades: “Além do ouvinte enviar mensagem para registrar audiência e mandar alô, ele também usa o programa para denunciar e questionar. O Alô Comunidade tem sido utilizado para que as lideranças passem recados e avisos para o seu povo sobre reuniões, assembleias, vacinação, etc. O sms ainda é bastante enviado por pessoas que não tem o aplicativo Whatsapp. Temos um fluxo bastante grande para um programa de 30 minutos que diferente dos demais é um programa que não toca música e que tem 90% das mensagens de moradores do interior” – ressaltou Raik.
Ferramenta de interação para moradores ribeirinhos e indígenas
Com apresentações às 14h00 de domingo à sexta nas Rádios Rural de Santarém e Princesa Fm, o Programa Alô Comunidade está completando sete meses de operação. Idealizado pelo Projeto Saúde e Alegria para ser um instrumento de suporte às comunidades no período da pandemia, o programa foi planejado inicialmente para apoiar a campanha #Com Saúde e Alegria Sem corona, para levar informações das atividades realizadas pelo PSA e seus parceiros.
“Nossa proposta é que o Alô Comunidade continue sendo essa voz popular, ampliando suas temáticas para além da pandemia. Estamos trabalhando numa reformulação, mantendo a linha editorial do diálogo direto com o ouvinte, mas sendo ainda mais abrangente, valorizando o vasto universo da vida como ela é nas comunidades da Amazônia”, explicou Fabio Pena.
A população ouviu e aderiu ao chamado de participar diariamente, enviando depoimentos, mandando alôs e denunciando situações delicadas, acrescentou o locutor do programa, Raik Pereira: “O programa foi pensado para ser exatamente isso. Das comunidades para as comunidades, e delas para o poder público para apresentarem suas demandas, reivindicações, angústias, anseios. É tão verdadeiro e natural que as comunidades assumem esse programa. As comunidades chamam esse programa de nosso programa”.