Projeto Ciência Cidadã Para a Amazônia é avaliado durante encerramento em Santarém

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Durante oito meses, estudantes da comunidade Aracampina e Aldeia Solimões participaram do projeto que utiliza tecnologia como ferramenta educativa e monitoramento de espécies migratórias dos rios da região

Na programação de encerramento das atividades realizada nesta segunda (27) na Universidade Federal do Oeste do Pará foi promovida avaliação pelos próprios estudantes das escolas selecionadas para o projeto. No Brasil participaram voluntários de Porto Velho, Tefé e Santarém devido a dinâmica da pesca e impactos de grandes construções.

Coordenado pela Sapopema com apoio do Projeto Saúde e Alegria e Colônia de Pescadores Z-20 em Santarém, o projeto estimulou a participação dos estudantes no uso do Ictio para adicionar informações sobre os locais de pesca, espécie capturada, quantidade, peso. Esses dados coletados compõem um grande banco de dados sistematizados pela Wildlife Conservation Society.

No encontro de avaliação os estudantes puderam contar sobre a experiência de coleta de informações para o aplicativo e destacar o uso do Microscópio de papel para análise da qualidade da água nas próprias comunidades. O professor da Aldeia Solimões Dailon Aves e a estudante da escola Estefane Silva, disseram que durante a coleta perceberam a presença de microrganismos no rio que passa na frende da aldeia. Apesar da experiência piloto ter sido finalizada, eles garantem que vão continuar usando as ferramentas no processo educativo e instrumento de conservação ambiental: “A gente está na expectativa de que se não continuar nós vamos continuar na aldeia. Foi muito bom, conseguimos resultados ótimos com o trabalho com os jovens’, disse Alves

Segundo a coordenadora local do projeto Socorro Pena, há possibilidade dele ser incorporado à politicas públicas voltadas a produção de dados e educação ambiental: “Essa é uma fase da experiência piloto. É possível usar m instrumento capaz de contribuir para o sistema de monitoramento as comunidades se mobilizarem para política de manejo comunitário e que eles podem estar dialogando sobre o envolvimento da escola, comunidade para outras atividades de ordenamento pesqueiro. A experiência revelou que esse é um instrumento importante e que pode ser implementado e adaptado a uma política publica para a comunidade.”

O coordenador de recursos pesqueiros e paisagens aquáticas da WCS – Guillermo Estupiñán explicou o processo inicial de teste da tecnologia e perspectiva: “O projeto estava previsto de concluir agora e tinha o objetivo de avaliar a ferramenta, testar ela, melhorar o funcionamento e fazer com que as pessoas compreendam a importância de um envolvimento cidadão no monitoramento de pesca”.

Dados coletados

Os registros de coletas no período de agosto de 2018 a abril de 2019 representaram importantes fatos sobre a pesca em Aracampina e Solimões. Neste período na várzea foram informadas a pesca de 4100.8 toneladas divididas em 505,5 quilos de sardinha, 488 kg de dourada e 354 kg de tambaquis. Solimões registrou o total de 3054 toneladas de peixes sendo, 1331 kg de charuto, 279 kg de pacús, e 275 kg de jaraquis. As principais espécies por mês podem ser conferidas no gráfico abaixo.

Projeto Ciência Cidadã

Com a proposta de possibilitar a ciência de forma prática e atrativa aos jovens, o projeto Ciência cidadã utilizou duas ferramentas no processo. O Ictio (peixe em grego) é um aplicativo desenvolvido para a WCS onde meio dele, voluntários coletaram informações durante a pescaria e lançaram em um sistema para análise e cruzamento de dados.

No Pará, foram selecionadas para participar do programa as comunidades Aracampina localizada na Ilha de Ituqui, na margem direita do Rio Amazonas e a Indígena de Solimões – margem esquerda do Rio Tapajós na Reserva Extrativista Tapajós/Arapiuns. O projeto é fruto de parceria entre Sapopema, Ufopa, Saúde e Alegria e WCS.

O foldescope é um microscópio de papel que identifica microorganismos presentes na água. Com isso é possível de maneira prática saber a qualidade da água nos locais de captura de peixes e de coleta do liquido para consumo diário. Nas escolas, o microscópio portátil também tem contribuído para as aulas de ciência e biologia.

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