Comunitários que atuam com receptivo no Turismo de Base participam de formação que habilita para manipulação adequada de alimentos;
No período de 20 a 24 de maio, vinte pessoas participam do curso de boas práticas de manipulação de Alimentos na própria comunidade promovido pelo Projeto Saúde e Alegria em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). “A finalidade é capacitar essas pessoas que vão estar trabalhando na pousada com o preparo de alimentos. Com esse objetivo de trazer esse conhecimento, adequado conforme a legislação, nós estamos aqui para capacitar essa equipe toda” – explicou o nutricionista do Senar, Joilson Dutra.
O curso capacita os participantes nas boas práticas de manipulação, abordando temas como: doenças transmitidas por alimentos, higiene e saúde dos funcionários, qualidade da água e controle integrado de pragas, qualidade sanitária na manipulação de alimentos e procedimentos operacionais padronizados para higienização das instalações e do ambiente.
A formação faz parte das ações da Escola Floresta Ativa – uma plataforma para a capacitação das comunidades da Amazônia, visando fortalecer a economia da floresta em pé. A experiência ajuda a responder ao desafio da geração de renda nas comunidades associado às demandas existentes por serviços locais em cadeias produtivas da sociobioeconomia em evolução na região. O projeto pretende ser o braço de formação dos atores locais de iniciativas que já vêm sendo implementadas pelo Saúde e Alegria e demais parceiros, como a pousada comunitária construída pelo Programa Floresta Ativa.
“A gente está muito feliz com essa parceria porque é um projeto voltado para capacitação e educação, voltado para o treinamento de pessoas da própria comunidade, como agentes multiplicadores para manutenção e reparos de sistemas de energia renovável, turismo de base comunitária, mulheres artesãs, saúde, agrofloresta. É um projeto de formação para gerar autonomia e emancipação comunitária”, disse Caetano Scannavino, coordenador do PSA.
Durante a formação, os participantes puderam refletir sobre as práticas atuais e o que pode melhorar, considerando aspectos de segurança alimentar, destacou Dutra: “Os microorganismos estão presentes em todos os lugares, pois podem transmitir doenças através dos alimentos. É satisfatório trazer qualidade para atender os turistas que se hospedarão na aldeia”.
Para a educadora alimentar da escola e tesoureira da Aldeia Vista Alegre, Sandra Sousa, o curso possibilitou uma imersão sobre temáticas ligadas à produção dos alimentos: “fortalecer nosso conhecimento, abrir a nossa memória para algo que possamos fazer uma boa alimentação na nossa escola, pousada, turistas que visitam nossa aldeia. Pra mim está sendo um conhecimento novo”, pontua.
O projeto é realizado com apoio da Fundação Toyota do Brasil, que tem dentre os cursos a serem ofertados: turismo de base comunitária e seus serviços (gestão de empreendimentos coletivos, boas práticas de manipulação de alimentos, gastronomia, condutores de trilhas na natureza, boas práticas de receptivo), inclusão digital, manejo de óleos e sementes da floresta, manejo de abelhas e produção de mel, energias renováveis (formação de eletricistas do sol), artesanato da floresta, gestão e proteção territorial, entre outros. “Foca em desenvolvimento das pessoas em inclusão digital, empreendedorismo, turismo, artesanato. Tudo aquilo que as pessoas precisam para o desenvolvimento do país. Especialmente às vésperas da COP 30 no Brasil, isso é muito importante para preparar o país ”, destacou Roberto Braun, presidente da Fundação Toyota.
A Pousada da Aldeia Vista Alegre do Capixauã foi construída pelo Programa de Economia da Floresta do PSA na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (RESEX), localizada no município de Santarém, Pará, Brasil. Com o objetivo de promover o turismo sustentável na região, valorizando a cultura local e a natureza, está situada na Aldeia Vista Alegre do Capixauã, uma comunidade ribeirinha na Amazônia.
Recentemente, foram instalados sistemas fotovoltaicos off-grid para abastecer a pousada, permitindo que ela funcione de forma autônoma, sem depender da rede elétrica convencional. A estratégia é promover a floresta em pé, envolvendo diferentes frentes de trabalho para beneficiar tanto a comunidade local quanto o meio ambiente, oferecendo aos visitantes acesso à cultura, à biodiversidade e à vivência no território.
Foto de capa: Elis Lucien/PSA.