Equipamento para detecção da doença de chagas, dengue, zika, chikungunya e febre amarela ampliará testagem do Labimol

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Máquina leitora de placas de Elisa foi doada pelo Programa de Saúde na Floresta do Projeto Saúde e Alegria ao Laboratório de Biologia Molecular da UFOPA, que poderá realizar mais testes em moradores de vinte municípios do Oeste do Pará 

Mais de um milhão de moradores de vinte municípios atendidos pelo 9° Centro Regional de Saúde (9° CRS) poderão ser testados pelo Labimol, numa cooperação técnica entre a Universidade e o órgão de saúde estadual. Após a doação da máquina leitora de placas de Elisa (importante método diagnóstico cuja sigla representa o termo Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) pelo Projeto Saúde e Alegria ao laboratório, será possível realizar testes sorológicos imunoenzimáticos baseados em reações antígeno-anticorpo detectáveis através de reações enzimáticas e garante a identificação de diversas doenças infecciosas como: Doença de Chagas, Toxoplasmose, Histoplasmose, Leishmaniose, Dengue, Zika e Chikungunya; Hepatites virais, Sífilis, HIV e infecções respiratórias.

Equipamento doado possibilita leitura de placas de Elisa (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay).

Será o primeiro exemplar disponível em laboratórios conveniados ao Sistema Único de Saúde na região oeste do Estado do Pará e contribuindo com pesquisas científicas promovidas pela universidade federal. “O equipamento possibilitará um diagnóstico rápido e preciso de diversos agravos que hoje só estão disponíveis no LACEN/PA, localizado na capital do Estado do Pará e será possível um salto de qualidade no diagnóstico de diversas comorbidades no âmbito do SUS”, destaca a médica do PSA, Ana Carolina Pôrto.

O equipamento doado contribuirá com as testagens, aumentando a possibilidade de identificar amostras de municípios distantes e que possuem dificuldades em enviar amostras à capital do estado. “Por conta das grandes distâncias que nós temos na região, nem sempre as amostras chegam em tempo hábil ao laboratório, principalmente as que vêm de Faro, Prainha, Terra Santa, Novo Progresso, pois é complexo chegar aqui”, explicou o coordenador do laboratório, Marcos Prado. Quando coletadas em tempo hábil, os pesquisadores conseguirão processar as análises em tempo real e “caso o resultado seja negativo, a gente pode fazer a análise utilizando o método de Elisa para verificar as imunoglobulinas e ter um diagnóstico se o paciente está com alguma dessas doenças que a gente já testa aqui”.

Uma das grandes vantagens do equipamento – o primeiro a disposição pelo Sistema Único na região – é a possibilidade da identificação da doença de chagas, com transmissão por via oral, pela ingestão de alimentos contaminados por “barbeiro” ou suas fezes. “É muito importante pra região, considerando o hábito da população de consumir açaí, bacaba. Nós teremos condições de fazer essa análise da doença de Chagas na Universidade Federal do Oeste do Pará”, comenta.

No Hospital Municipal de Santarém, a testagem de pacientes com arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos) é fundamental para identificar, tratar e planejar ações de prevenção, ressalta o Médico infectologista João Assy:

O município tem a capacidade de realizar alguns exames laboratoriais no núcleo de vigilância epidemiológica do município. É possível fazer testes para dengue, leishmaniose, pesquisa para malária. Entretanto para outras doenças como a doença de Chagas e outras arboviroses, esses exames precisam ser enviados para Belém para confirmação de diagnóstico. Através do uso dessa tecnologia, desse novo equipamento, a gente vai poder num tempo muito mais rápido, ter acesso aos resultados desses exames. Isso não só é importante do ponto de vista do ponto individual por paciente que vai receber o resultado, mas para a saúde pública, saúde coletiva, na medida que boa parte dessas doenças infecciosas exigem medidas de controle de saúde pública para evitar a disseminação, aparecimento de outros casos”.

Ações de fortalecimento à saúde: outros apoios ao Labimol 

Fundado em 2020, o Laboratório de Biologia Molecular da UFOPA tem fortalecido as ações de testagem, exercendo um importante papel para a saúde nos vinte municípios da região Oeste do Pará. Com uma média de quinhentos testes realizados por mês, a perspectiva é que a unidade aumente o quantitativo de amostras processadas, ampliando os tipos de exames. “Nós também temos potencial de avançar para leishmaniose, HIV e para outros agravos que são diagnosticados por meio do método da Elisa”, comenta Prado.

Em 2020, auge da pandemia da covid-19 no baixo Amazonas, o PSA doou insumos como luvas, EPIS, ponteiras, equipamentos e acessórios no valor de cem mil reais. Na sequência, possibilitou a testagem em massa com a doação de equipamento, investindo mais de duzentos e trinta mil reais. “Ele nos possibilitou esses insumos e em seguida, nos doou o equipamento de PCR em tempo real que está sendo utilizado nas análises de rotina no Labimol, no valor de 232 mil reais, por meio da Usaid. Agora agrega mais um equipamento, um recurso da Universidade em benefício de 20 municípios do Oeste do Pará. Sempre numa parceria estreita”, complementa.

Um milhão de pessoas que habitam nos 20 municípios sob a jurisdição do 9° Centro de Saúde da Sespa serão beneficiados com o equipamento que passou a ser o único equipamento em condições de funcionamento no Oeste do Pará aplicado a diagnóstico de doenças aplicadas à saúde pública.

“O PSA segue com a dedicação para fortalecer o SUS e instituições públicas e a gente vem fazer essa doação na perspectiva de poder ampliar o diagnóstico dessas doenças que são feitas principalmente em Belém”, ressalta Pôrto.

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