Pescadores afetados pela suspeita da síndrome de haff na região, não têm conseguido vender o pescado e estão enfrentando dificuldades para manter o alimento da família. Ação beneficiou comunitários das regiões Tapará, Ituqui, Aritapera e Urucurituba;
No período de 22 a 25, duas embarcações visitaram simultaneamente, 41 comunidades da várzea em Santarém, para distribuir 12.831 quilos de alimentos a 1.974 famílias de pescadores. A ação foi articulada pelo Projeto Saúde e Alegria, Sapopema, parceria institucional da Colônia de Pescadores Z-20, Coordenadores de Núcleo de Base e Conselhos Regionais de Pesca do Ituqui, Aritapera, Urucurituba e Tapará e apoiada pela Ação Cidadania.
Com a circulação de notícias falsas e incertezas sobre a doença de Haff, pescadores que tentam se recuperar dos impactos vivenciados pela crise da pandemia da covid-19, estão lamentando a brusca queda nas vendas de peixes, o que tem acentuado a crise para o setor pesqueiro.
“Essa doença atinge diretamente os pescadores que sobrevivem de fato da pesca, porque eles capturam tanto para alimentação quanto para venda e isso dificultou muito porque hoje não tem mais comprador para o pescado” – Francisco Edmi Batista, Santana do Tapará.
“Os pescadores todos estão sendo afetados porque ninguém quer comprar. Todos foram prejudicados” – Josivane dos Santos, Boa Vista do Tapará.
“Com essa doença que surgiu foi um fracasso. Nós pescadores ficamos muito alegres com a notícia dessas cestas e a gente agradece muito” – Raimunda Silva, Enseada do Aritapera.
“Não estamos conseguindo vender, porque apesar de ser apenas algumas espécies onde foram encontrados esse problema, os consumidores estão rejeitando todas as espécies” Anderlea dos Santos Corrêa, São Ciríaco.
Pensando em apoiá-los emergencialmente, as entidades se uniram para identificar os mais necessitados e realizar ação de doação de kits de segurança alimentar para os pescadores de Costa do Tapará, Pixuna, Santa Maria, Tapara Miri, Tapará Grande, Santana, Boa vista, Barreira, Correio, Ilha de São Miguel, Costa do Aritapera, Mato alto, Água Preta, Carapanatuba, Centro do Aritapera, Cabeça d’Onça, Centro do Surubiu Açu, Enseada do Aritapera, Boca de Cima do Aritapera, Santa Terezinha, Ponta do Surubiu Açu, Piracaoera de Cima, Piracaoera de Baixo, São Ciríaco, Campos do Aramanaí, Campos do Urucurituba, Igarapé do Costa, Arapemã, Aracampina, Nova Vista, Vila Marcos, São José, Conceição do Ituqui, Santana, Patos, Nossa senhora de Lourdes, Fé em Deus, Santarém Miri, Pérola do Maicá, Jaderlândia, Mapiri e Mararu.
“Há uma crise econômica forte na geração de recursos por essa população. Estamos muito contentes porque conseguimos responder com rapidez a essa demanda, esperamos apoiar essas famílias para que possam superar essa dificuldade” – ressaltou o coordenador do PSA, Paulo Lima.
Segundo a bióloga da Sapopema, Poliane Batista, os impactos na pesca já representam um dos mais delicados momentos para o público, que ainda se recupera dos reflexos da pandemia. “A atividade da pesca foi extremamente impactada. Os pescadores estão sofrendo imensamente com essa ausência de consumidores do pescado. Então nesse momento essa campanha é muito importante para garantir a segurança alimentar dessas famílias que são economicamente dependentes da pesca”.
A ação foi realizada com o apoio da Ação Cidadania, a qual tem como um dos comitês integrantes da Rede o PSA, e cujo objetivo é unir todos os setores da sociedade (governos, empresas, judiciário, organizações sociais, pessoas físicas e organizações militares) para combater a fome. “A gente está muito feliz de poder ajudar e dizer que essas doações vêm de pessoas do Brasil inteiro. A Campanha Brasil Sem Fome está ajudando todos os Estados do Brasil” – disse o Diretor Executivo da Ação Cidadania, Rodrigo Afonso.
*Colaborou Elis Lucien – repórter da Rede Mocoronga.