Filtros de água chegam às escolas de comunidades de várzea do Baixo Amazonas. Próxima etapa será nas aldeias MUNDURUKU impactadas pelos garimpos

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Nova jornada de distribuições é fruto da soma de esforços do Projeto Saúde e Alegria, CAUSE, Sanofi e Água Segura em parceria com a Sapopema, Colônia de Pescadores Z-20, Mopebam e Feagle

Novos filtros de água para uso comunitário desembarcaram em doze escolas municipais de Arapixuna, Urucurituba e Ituqui, região de águas barrentas da várzea do rio Amazonas.

O barco do Projeto Saúde e Alegria chegou aos territórios para essa expedição de apoio ao saneamento no período de 24 a 27 de janeiro, beneficiando moradores das comunidades de Maicá, Moacá, Picãe, Jari do Socorro, Centro de Marimarituba e Pinduri, Nova Vista do Ituqui, Igarapé do Costa, Arapemã, São Ciríaco, Piracaoera de Cima, Piracaoera de Baixo foram beneficiados.

São filtros de alta capacidade, que possibilitam a remoção das impurezas das águas, que em geral são consumidas pelas famílias diretamente dos rios, sem o devido tratamento.

Os filtros comunitários foram entregues para as escolas das comunidades, que irão fazer o tratamento da água do rio, do poço e da chuva. Essa água potável será consumida e usada no preparo dos alimentos. É uma tecnologia avançada, que vai ajudar muito”, explicou o técnico do PSA, Silvanei Rodrigues.

Antes x depois da filtragem. Fotos: Silvanei Rodrigues/PSA.

As comunidades selecionadas são as que se encontram nas zonas mais impactadas pelas águas barrentas e contaminadas por despejo inadequado de dejetos. Até a conclusão desta etapa, a operação deve totalizar a entrega de 46 filtros coletivos em 46 comunidades, beneficiando cerca de 10 mil ribeirinhos das regiões da Resex Tapajós-Arapiuns, Várzea e Lago Grande.

Vai ajudar bastante na nossa escola, contribuir para que a água fique mais limpa e a gente tenha uma vida mais saudável” – Maria Alves, educadora Alimentar Arapemã.

Durante as distribuições, são também ministradas as oficinas de higiene e manutenção dos filtros, para autogestão comunitária. “Chegou pra ajudar bastante a situação da água na nossa comunidade. Quando chega a seca a gente sofre muito com isso. Chegou num momento bom, um filtro muito bonito. Nós observamos todo o processo, a apresentação. Foi excelente pra comunidade”, Maria Isabel Oliveira, Escola São Raimundo, Centro de Marimarituba.

Devido nós usarmos a água barrenta do rio Amazonas, com a filtragem da água, é muito bom para as nossas crianças que vão beber água saudável, limpa”-  Carla Vasconcelos, Arapemã.

As doações foram possíveis graças à união do Projeto Saúde e Alegria, da consultoria CAUSE, da farmacêutica Sanofi e da organização Água Segura, que contaram com a parceria da Sapopema, Colônia de Pescadores Z-20, Mopebam e Feagle.

Para a Sapopema, que tem como público direto, pescadores e pescadoras da várzea do Baixo Amazonas, essa é uma ação fundamental para possibilitar meios para o uso de água de qualidade, explica a coordenadora da instituição, Wandicleia Lopes: “Visa contribuir para que as famílias tenham acesso a água potável e assim diminuir os problemas causados por micoses pelo uso água inadequada”.

A próxima etapa da iniciativa é a implantação dos filtros nos Territórios Indígenas Munduruku, regiões do Médio e Alto Tapajós, onde a situação se agrava em função dos garimpos, com mananciais contaminados também pela lama, dejetos e mercúrio da extração ilegal do ouro.

“O potencial de trabalhar em alianças é um fator determinante para o nosso Projeto. Oferecemos soluções de acesso e qualidade à água que são geridas em conjunto com a comunidade e para ela é essencial construir estratégias integrais que incorporem o setor privado e os cidadãos, favorecendo a participação das comunidades locais para melhorar a sua gestão da água e do saneamento” – Manuel Sauri , Diretor Executivo do Projeto Agua Segura.

“Estamos muito felizes com os resultados expressivos alcançados e a diferença que fizemos na vida dessas famílias. É gratificante saber que contribuímos para vidas mais saudáveis, com o propósito de trabalhar para a prevenção e deixar um legado atrelado ao compromisso que guia a marca Enterogermina: mitigar a mortalidade infantil por diarreia aguda, que atualmente é a 2ª maior causa óbitos infantis no mundo, devido à ingestão de água contaminada e condições precárias de saneamento” – Juliana Mendes, Marketing pilar digestivo em Consumer Healthcare na Sanofi.

“A concretização dos nossos projetos WASH (água, higiene e saneamento) através de abordagens integrais representa uma oportunidade para todos aqueles que pretendem promover um impacto positivo através das suas organizações e empresas, e uma estratégia diária que antecipa o mundo no mundo. queremos viver” – CEO da Água Segura, Manuel Saurí.

Vamos levar essa solução e tentar juntá-la com tecnologias locais para incluir a filtragem de metais pesados” – Bruno Barbosa, diretor de Operações da CAUSE.

Caetano Scannavino, coordenador do PSA, reforça que a questão da água e do saneamento sempre foi entendida como uma das principais prioridades do trabalho. “É preciso de uma soma de esforços de todos, governos, empresas, organizações, academia, comunidades, para superarmos essa contradição amazônica, onde a população ribeirinha passa por estresse hídrico numa das maiores bacias de água doce do mundo. A contaminação dos rios é a origem de boa parte das doenças, ainda a maior causa da mortalidade infantil na região. Se já é difícil aceitar a perda de uma criança, em pleno terceiro milênio não podemos aceitar que suas vidas sejam levadas em função de diarréias, desidratação, doenças que poderiam ser evitadas”.

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