Profissionais de comunidades ribeirinhas, participaram na última quarta-feira (04) do novo curso da Educação Permanente em Saúde (EPS), fruto da parceria entre o Projeto Saúde e Alegria, UFOPA e SEMSA de Santarém. O município conta com nove tutores formados na estratégia Alimenta e Amamenta Brasil. Com a formação, terá mais vinte e quatro novos tutores
A amamentação exclusiva até os primeiros seis meses e a alimentação complementar são fundamentais para o desenvolvimento adequado na primeira infância. Em Santarém, Oeste do Pará, enfermeiros de áreas ribeirinhas participaram na última quarta-feira (04), do curso de capacitação sobre o aleitamento materno e da alimentação complementar, saudável na atenção primária.
O módulo da Educação Permanente em Saúde segue os conteúdos disponibilizados pela Estratégia Amamenta Brasil, explicou o tutor e enfermeiro convidado, Alexandre Ferreira: “Foram trabalhadas duas unidades: alimentação, saúde e desenvolvimento infantil e um panorama sobre a situação do aleitamento materno e da alimentação complementar pelo Brasil”. A partir da formação, os profissionais de saúde têm a missão de multiplicar o conhecimento para outros agentes das comunidades: “Eles vão nos ajudar a difundir mais o tema. Desmistificar as dúvidas que a família tem. É muito importante porque a gente vai conseguir prevenir doenças que podem ocorrer na primeira infância”.
A intenção da formação é capacitar os enfermeiros de regiões isoladas da Amazônia, para potencializar o cuidado na primeira infância, estimulando o aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses e a inserção de alimentos naturais na alimentação complementar. Para a Enfermeira Valdicleia da UBS de Vila de Boim, região da Resex Tapajós Arapiuns, a formação supre uma importante demanda dos profissionais: “Isso é muito importante para avaliação das crianças dentro da comunidade, pra ver se está de baixo peso, se está fazendo a alimentação correta porque nos primeiros meses a alimentação é exclusiva materna e depois vem os complementares. Mas muitas vezes no interior, ocorre as alimentações complementares antes dos meses previstos” – esclarece.
Desde setembro de 2021, os enfermeiros participam de módulos que contam com a participação de infectologistas e dermatologistas, especialistas em temas como hanseníase, leishmaniose, malária e hepatites virais. A cada mês, novos temas são escolhidos conforme a necessidade das comunidades. Em março deste ano, a formação foi sobre intoxicação por mercúrio e acidentes causados por animais peçonhentos. “O município tem nove tutores formados e com esse curso poderemos formar mais 24 tutores. Essa estratégia pode trazer recursos para o município. O mais importante é sensibilizar os profissionais que atuam em áreas distantes e os comunitários na questão do aleitamento materno e alimentação complementar adequada. Essa oportunidade pode capacitar profissionais de saúde nesses temas como também esses tutores podem estar formando novas equipes em outras UBSs. É muito importante ter essa parceria entre o Projeto Saúde e Alegria, Semsa e Ufopa” – esclareceu a enfermeira do PSA, Marcela Brasil.