Internacional: Gran Circo Mocorongo se apresenta na Colômbia e incentiva comunicação circense para fortalecimento de redes comunitárias

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Escola de Redes Comunitárias da Amazônia participou durante dez dias do Bootcamp 2022 Colômbia. Treze países participaram da formação do Programa de Formação de Promotores e Promotores Técnicos em Telecomunicações e Radiodifusão em Comunidades Indígenas 

O Gran Circo Mocorongo levou a magia circense para Fusagasugá na Cundinamarca, região da Colômbia. Em espanhol a palhaça Maria Peixe Boi (Adriane Gama), reuniu comunicadores indígenas da América Latina e promoveu um grande encontro a partir dos temas da oficina. Um momento de muita alegria e partilha de conhecimentos, contaram os participantes.

Estou muito encantada em conhecer a educação artística e popular, esta metodologia que nos ensinou Adriane”, disse Gisela Hernandéz, do povo Nawa, de San Juan del Rio, Veracruz, México, localizado em uma área de montanha. A ludicidade do Circo Mocorongo despertou o interesse da comunicadora mexicana em implementar atividades circenses em áreas de montanha. “Fiquei pensando depois dessa experiência, de montar um circo de montanha. Através da formação circense, trabalhar com uma perspectiva Freiriana, para conservar as montanhas. A pedagogia da Alegria é uma ideia genial. Abarca uma pedagogia circense que eu desconhecia completamente”, comenta.

O mexicano Francisco Ignácio, do povo Cuetzalan, também participou das atividades do Gran Circo e destacou a importância de se apropriar do recurso no México. “Nesse espaço do circo comunitário aprendi a desenrolar atividades com meus companheiros. Esse tipo de experiência podemos aplicar em nossas comunidades, principalmente para nossos meios de comunicação. Está nos fortalecendo muitas habilidades de como podemos ser palhaços e incluir crianças e adultos”.

A oficina de Circo como Metodologia de Trabalho e apresentação do Gran Circo na noite cultural fez parte das atividades do Programa de Formação de Promotores e Promotores Técnicos em Telecomunicações e Radiodifusão em Comunidades Indígenas que visa desenvolver a capacidade de criação, operação, manutenção e sustentabilidade de projetos de telecomunicações e comunicação em comunidades rurais e indígenas.

A iniciativa para a América Latina é um esforço conjunto entre a União Internacional de Telecomunicações (ITU), Redes por la Diversidad, Equidad y Sustentabilidad AC e organizações ligadas à comunicação comunitária e indígena que desenvolvem o programa de treinamento Techio Comunitário.

Os participantes são pessoas que desenvolvem projetos comunitários de comunicação ou telecomunicações em seus territórios. Desde 2019, o projeto é baseado na metodologia e nas necessidades de formação dos Povos Indígenas da América Latina. A conformação de cada um dos módulos e a estrutura curricular foram desenhadas com base em experiências formativas anteriores desenvolvidas por organizações da sociedade civil que têm procurado gerar as bases para a implementação de processos formativos que possam desenvolver capacidades técnicas em pessoas pertencentes a Povos Indígenas para o empreendedorismo e a sustentabilidade dos projetos de comunicação e telecomunicações em suas comunidades.

Daniela Bello, da equipe de Redes da APC México, participou recentemente do curso de energia fotovoltaica e construção de sistema Hermes em Santarém. Em Colômbia, falou sobre a formação de dez dias que reuniu representantes de comunidades indígenas de treze países da América Latina: “Objetivo é formar as pessoas nas comunidades para que sejam capazes de operar, https://saudeealegria.org.br/wp-content/uploads/2023/02/Criancas-com-Saude-e-Alegria-3-scaled-1-1.jpgistrar seus próprios meios de comunicação, incluindo radiodifusão e telecomunicações”. Bello ficou encantada com a participação do Circo Mocorongo: “As pessoas estavam muito entusiasmadas em participar porque foi uma experiência que nunca haviam vivido. Fomos animados a participar porque cremos que é importante trabalhar temas muito sérios de forma lúdica, com dinâmicas”.

Para Adriane Gama, arte-educadora e pesquisadora de redes comunitárias do PSA, o objetivo da Oficina Circo alcançado com sucesso pois através do caráter formativo e lúdico da arte circense sob a perspectiva freireana, da arte-educação, da educação popular e da educologia amazônica, “conseguimos incorporar nas apresentações dos participantes, apropriações e ressignificações das tecnologias através da colaboração, reflexão e criatividade que podem ser levados ao cotidiano de vivências e desafios em cada território dos participantes por meio da arte da alegria”, destaca.

O treinamento presencial e campo de treinamento em Fusagasugá foi realizado no período entre 7 a 18 de novembro. Nesta edição, os participantes fortaleceram seus conhecimentos sobre questões técnicas, mas também sobre o uso crítico de tecnologias, o ambiente regulatório e a sustentabilidade financeira e comunitária relevantes para seus projetos.

Foram debatidos temas sobre acesso alternativo à internet, meios de comunicação, licenças de conteúdos e direito para provimento de internet. Para o coordenador da Escola de Redes Comunitárias da Amazônia, Paulo Lima, o acampamento foi importante para avaliar os primeiros dois anos do projeto. “Aproveitamos para atualizar o futuro do projeto. Como o Saúde e Alegria vai continuar participando. Que tipos de modificações e aprendizados vamos incorporar para os próximos anos. Estamos chegando cheios de ânimo para o próximo ano para a escola e a área de inclusão digital como um todo”, ressaltou.

A metodologia do evento presencial incluiu o desenvolvimento de exercícios práticos técnicos e de reflexão organizacional, bem como a troca de experiências com organizações que conseguiram ao longo do tempo afirmar-se como referências na temática e partilhar pessoalmente com o resto das pessoas que participaram do programa. Tudo isso contribuiu para a consolidação de uma rede de promotores técnicos nas comunidades indígenas da região.

Escola de Redes Comunitárias da Amazônia apresentou iniciativas do Circo Mocorongo na Colômbia. Fotos: Adriane Gama/PSA.
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