Jovens e mulheres discutem participação e protagonismo em cooperativas e associações da agricultura familiar no Tapajós 

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Etapa garantiu o fortalecimento de temas ligados à participação e empoderamento de jovens e mulheres nas organizações e fez o lançamento do edital de chamada pública do Projeto Mulheres Empreendedoras da Floresta

A mulher tem esse papel de liderança”, refletiu Luiza Lopes da comunidade Carão, região do Rio Tapajós durante o último módulo programado do curso do programa de educação do cooperativismo e associativismo da agricultura familiar agroextrativista do baixo Tapajós do Projeto Mulheres Empreendedoras da Floresta. O evento foi realizado no período de 27 a 30 de novembro, onde mais de cinquenta pessoas participaram e discutiram sobre o futuro das organizações e a necessidade de ampliar a participação ativa de jovens e mulheres.

A presidente do STTR-STM, Maria Ivete Bastos, explicou que muitas organizações de base ainda enfrentam desafios para garantir a participação desse público e que pensar em estratégias para essa integração é um elemento fundamental para o sucesso das instituições. “É muito importante nós estarmos tratando hoje do protagonismo da mulher, da produção e como que a mulher interage nessa luta olhando para essa realidade. Como combater a violência doméstica e política. Estamos organizadas em associações, nos empoderando economicamente”, destaca. O empoderamento econômico é potencializado pela produção orgânica das mulheres e jovens. Conhecer claramente as etapas do processo é uma das maneiras de apoiar as iniciativas comunitárias, ressalta: “O fundamento de tudo isso é fazer com que a mulher consiga melhorar sua qualidade de vida e seja cada vez mais empreendedora”.

Encontros são marcados por reflexões sobre a força de ser mulher e jovem nas cooperativas e associações.

Ricardo Ayres, jovem liderança da comunidade Membeca, região do Lago Grande, explica que o módulo aprofundou temas delicados e necessários. “Para entender a dinâmica do associativismo, é preciso voltar um passo atrás para entender como que são constituídas algumas relações, entre elas o machismo estrutural que foi debatido, as ações feministas que desconstroem muitas vezes as bases de como as cooperativas foram construídas e vem fortalecer o engajamento das mulheres nesses espaços”.

O sexto módulo do curso de gestão e governança, foi ministrado pela equipe  Pedagógica da Unicafes, destacando a sustentabilidade dos empreendimentos, o protagonismo, autonomia, identidades e ancestralidades. A coordenadora pedagógica da entidade, Kelly Santiago, ressaltou: “a importância de jovens e mulheres dentro dos empreendimentos. Estamos trabalhando com a metodologia popular a partir dos princípios de que as pessoas que estão aqui são autoras das suas próprias histórias. E principalmente elas podem discutir e construir um espaço mais equitativo, inclusivo e igualitário”.

A formação foi o último módulo oficial do curso, com previsão de mais um grande encontro para revisão dos conteúdos anteriores. Para a coordenadora de monitoramento do Projeto Mulheres Empreendedoras da Floresta, Olivia Beatriz, foi um momento para celebrar os resultados da iniciativa até agora e ampliar a participação do público em novas ações do projeto. “Foi muito esperado porque a participação de mulheres e jovens ainda é delicada. Está sendo um módulo que explica como funciona a sociedade patriarcal, as dificuldades que as mulheres e os jovens enfrentam em uma sociedade que ainda é machista e como a juventude e as mulheres conseguem enfrentar isso. É um desafio trabalhar a questão de gênero em todos os espaços. Está sendo uma boa oportunidade pra falar sobre inserção e estratégias”.

Dentre as diretrizes para que as mulheres tenham mais espaço e voz, uma nova oportunidade lançada pelo STTR-STM pode ajudar a fomentar projetos de cooperativas e associações de base comunitária que trabalham com a produção agroextrativista; produção agroecológica e/ou turismo de base comunitária na área de abrangência do projeto Mulheres Empreendedoras da Floresta.

Organizações com esse perfil poderão receber apoio entre R$ 20 e 70mil para executarem seus projetos.  O envio das propostas das organizações de base comunitária poderá  ser feita até 21 de janeiro de 2024 neste link. A iniciativa, que é do STTR-STM em parceria com o Projeto Saúde e Alegria com apoio da União Europeia, pode representar um aporte importante para comunidades tradicionais como a da Sonia Martins, do Atodi, Rio Arapiuns. “É um aprendizado que a gente está buscando para o empoderamento das mulheres na nossa comunidade. Esse aprendizado está sendo muito bom e a gente está levando isso pra nossa comunidade. Reunindo com elas dentro das comunidades para que elas entendam o que a gente está fazendo aqui, pra ser multiplicado”.

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