Mulheres amazônidas fortalecem conexões em oficina de redes comunitárias

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Evento promovido pela Casa Preta Amazônia no âmbito do projeto Rede Floresta Digital capacita mulheres para autonomia tecnológica em territórios da Amazônia

A Ilha de Caratateua, em Belém do Pará, recebeu uma oficina de redes comunitárias voltada para mulheres, promovida pela Casa Preta Amazônia com apoio da Rede Floresta Digital (iniciativa do Projeto Saúde e Alegria e DW Akademie) e o programa LocNet da APC. A formação, realizada no ponto de cultura Ninho do Colibri, integrou as celebrações de 15 anos da Casa Preta e buscou capacitar mulheres em práticas tecnológicas e fortalecer a conectividade em comunidades amazônicas entre os dias 24 e 26 de novembro.

Adriane Gama, pesquisadora da Rede Floresta Digital, destacou que a oficina foi conduzida por Tânia Silva, especialista em redes comunitárias. Segundo Adriane, o evento foi essencial para promover uma conectividade significativa centrada nas comunidades e fomentar, de forma acolhedora, a participação feminina em projetos sociodigitais. “A iniciativa dialogou sobre a apropriação crítica de tecnologias e o fortalecimento das mulheres em redes comunitárias, enfrentando desafios como a inserção de gênero nas tecnologias, especialmente em regiões remotas da Amazônia”, afirmou. 

Aline Vieira, representante da Casa Preta e do Floresta Digital, explicou que o evento reuniu mulheres de comunidades ribeirinhas, como Acará-açu e o assentamento Abril Vermelho. “Foi um momento de aprendizado prático, desde a montagem de cabos de rede até o entendimento de equipamentos como roteadores. Percebi o interesse das participantes em replicar o conhecimento em seus territórios, demonstrando o potencial de autonomia e transformação social”, relatou.

Tânia Silva, responsável pela condução da oficina, ressaltou a importância de capacitar as comunidades locais. “A internet depende de uma infraestrutura gerida por pessoas, e essa gestão é predominantemente masculina. Ao ensinar mulheres a operar e manter equipamentos como roteadores e cabos, buscamos reduzir a dependência de técnicos externos e custos, promovendo a autonomia das comunidades”, explicou. 

Daise Souza, moradora da comunidade ribeirinha de Acará-açu e participante da oficina, enfatizou o impacto da iniciativa em sua realidade. “Foi uma experiência nova e significativa. É importante ver espaços pensados para nós, mulheres, onde podemos compartilhar conhecimento e levar algo transformador para nossas comunidades”, afirmou.

O evento foi para além de uma capacitação técnica, representando uma semente plantada em prol da inclusão digital e da valorização das mulheres amazônidas. A expectativa, segundo as organizadoras, é que essas ações agregadoras se multipliquem, formando uma rede de mulheres capacitadas para liderar projetos tecnológicos em seus territórios.

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