Oficina de Meliponicultura na Flona Tapajós fortalece manejo de abelhas sem ferrão

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Capacitação voltada à meliponicultores da Floresta Nacional do Tapajós reuniu moradores de cinco comunidades. Proposta é ampliar a produção visando aumento da renda;

No período de 13 a 14 de março, a comunidade Prainha I, localizada na Flona Tapajós, sediou a primeira oficina de meliponicultura da região. Liderada pelo Programa Floresta Ativa do Projeto Saúde e Alegria, contou com a parceria da Federação da Flona, Acosper, Coomflona e ICMBio, para apoiar fontes de renda relacionadas à sociobiodiversidade e fortalecer as cadeias produtivas.

A formação contou com a presença de dezessete moradores das comunidades Prainha I, Martaxin, Paraíso, Prainha II e Itapaiuna. O objetivo foi apresentar os manejos corretos para a criação de abelhas sem ferrão. Durante o evento, os participantes aprenderam sobre práticas de manejo racional, como o momento adequado para dividir as colmeias, o modelo de caixa mais indicado e técnicas para multiplicação de enxames.

“Essa renda adicional para os comunitários torna-se algo lucrativo para a Flona. É um projeto que beneficia a todos, além de incentivar a industrialização dos produtos dentro do ecocentro” – Manoel Lopes, presidente da comunidade Prainha I.

A oficina integrou conceitos teóricos essenciais e envolveu atividades práticas para a fabricação de caixas específicas para cada espécie de abelha. Além disso, os participantes aprenderam como coletar o mel de forma correta, preparando-os para aumentar seus plantéis de caixas e, consequentemente, suas produções.

Eles também aprenderam práticas de multiplicação de enxame, transferência de enxame, como coletar o mel de forma correta. A intenção é preparar essas famílias para que futuramente possam entregar seu produto para a Acosper, industrializando o mel dentro no Ecocentro”, destacou o coordenador de Assistência Técnica do PSA, Márcio Santos.

A oficina de Meliponicultura busca fortalecer a relação entre as comunidades locais e a conservação ambiental. Por meio de parcerias com a Federação da Flona Tapajós e ICMBio, a perspectiva é que as ações proporcionem oportunidades concretas para os moradores da região.

Manejo de abelhas é uma das apostas de atividades econômicas em comunidades tradicionais.

“Aprendi muito! Antes, não sabia como fazer a caixa, mas agora tenho experiência e noção para produzi-la. Antes, pensávamos que criar abelhas era apenas para nosso consumo imediato, mas agora enxergamos um retorno significativo no futuro” – Juliane Correia, 35 anos, moradora de Prainha I.

“Aprendemos não apenas a tirar o mel, mas também como cuidar das abelhas. Esses conhecimentos abriram muitos caminhos para produzirmos mais mel e, ao mesmo tempo, contribuíremos para a preservação das abelhas. Isso significa mais renda para nós e para nossa comunidade” – Amanda Ribeiro, 18 anos, Prainha I.

Casa do mel 

À esquerda, entreposto de mel, e à direita, parte da usina de óleos.

Próximo de mais um sonho saindo do papel e se tornando realidade, o Ecocentro será fundamental como polo para o processamento, beneficiamento, armazenamento, escoamento, controle de qualidade e comercialização de produtos da sociobiodiversidade como mel e óleos, ampliando frentes para atender as demandas do setor de cosméticos (sementes, óleos, manteigas), de vestimentas (borracha para sapatos orgânicos), entre outras potenciais.

A previsão de investimentos para o Ecocentro/Casa do Mel/Unidade de beneficiamento de óleos é de mais de quatro milhões de reais (4.069.586,58). A perspectiva é que o centro de bioeconomia de base comunitária processe e agregue valor aos produtos, com usina extratora de óleos, destiladora de copaíba, casa do mel e despolpadeira de frutas.

Para tanto, o Programa Floresta Ativa tem investido na capacitação dos produtores desde a extração do mel. O espaço será o polo da produção direta de 180 manejadores capacitados para a coleta do mel conforme as regras de higiene e contará com a atuação de cinco manipuladores. A grande expectativa do Programa Floresta Ativa do Projeto Saúde e Alegria, é que com a padronização do processo, o espaço seja inaugurado já com o Selo de produção Artesanal do Mel, garantindo ainda maior segurança ao consumidor final.

Meliponicultores recebem assistência técnica do Programa Floresta Ativa.

O Floresta Ativa tem prestado assistência técnica aos agricultores e extrativistas para melhoria da segurança alimentar e da renda familiar, com práticas que aumentam a produtividade, diversificam a produção, recuperam áreas degradadas e reduzem a necessidade de abertura de novas áreas, do uso do fogo e riscos de incêndios florestais. A cada ano, novas famílias se mobilizam para restauração florestal, coleta de sementes, produção de mudas, implantação de SAF’s (sistemas agroflorestais), culturas de quintal, pequenas agroindústrias, manejo para extração não-madeireiros, e criação de abelhas sem ferrão. Nesta empreitada, conta com o financiamento de apoiadores como o BNDES e Rewild, CAF, Natura, FUNBio, WWF Brasil e Good Energies.

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