Iniciativa global Vozes da Ação Climática (VAC) é coordenada na america latina pela Fundação Avina, WWF e Hivos. Evento é realizado antes da programação do Fospa em Belém do Pará
Discutir a justiça climática é uma das metas do Programa que amplia a temática para os mais afetados pelas mudanças climáticas. O Vozes da Ação Climática (VAC) busca possibilitar espaços de diálogos para aqueles que mais protegem o mais ambiente e que são os mais prejudicados. “É um projeto voltado para o debate nas bases comunitárias, realidades locais porque as populações tradicionais, indígenas e ribeirinhas ao mesmo tempo que protegem o meio ambiente, estão sendo os mais ameaçados por problemas causados por outros setores da sociedade que promovem um modelo de desenvolvimento que destrói a natureza e criam essa crise climática que estamos vivendo no mundo todo” – contou o coordenador de Educomunicação do PSA, Fábio Pena.
O encontro do Programa Vozes Pela Ação Climática Justa reúne representantes de organizações que se integram ao projeto para compartilhamento de experiências locais sobre o debate do tema em seus respectivos territórios. O Projeto Saúde e Alegria coordena a coalização ‘Vozes do Tapajós combatendo as Mudanças Climáticas’ integrada por seis instituições com atuação na região do alto e médio Tapajós e baixo Amazonas. Juntos, Saúde e Alegria, Sociedade para Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (SAPOPEMA), Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (CITA), Conselho Indígena Tupinambá (CITUPI), Suráras do Tapajós, Coletivo Audiovisual Munduruku Dajekapapeypi e Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR), estão promovendo uma agenda comum sobre o tema das mudanças climáticas, agregando e fortalecendo iniciativas que já compõem a agenda de trabalho das organizações.
“É muito importante utilizar esse espaço de forma dinâmica para que as organizações possam falar sobre o que tem feito dentro de seus territórios e de que forma pode compartilhar essa forma de atuação e captar de outras organizações o que eles estão fazendo para somar junto com o que já tem sido. É um espaço único nessa temática de mudanças climáticas” – destacou Iane Borari da Associação Suraras do Tapajós.
O encontro discute o que pode ser feito nas comunidades para minimizar os impactos das mudanças climáticas e quais ações no dia a dia podem contribuir para diminuir a degradação ambiental.
O Programa VAC é uma iniciativa mundial implementada em sete países para oportunizar que povos de comunidades tradicionais, indígenas e ribeirinhas, ocupem espaço de visibilidade e decisão. “A ideia é fortalecer essas pessoas para que cada vez mais tenham a sua visão de mundo ecoando para todo o mundo. Aqui, estamos reunindo doze coalizões, cada uma tem várias organizações da sociedade civil amazônica. No total são 64 organizações parceiras, que juntas, estão construindo esse programa no Brasil” – ressaltou a gerente programática da Fundação Avina, Juliana Strobel.
Na última semana, a delegação global da aliança Vozes Pela Ação Climática Justa (VAC), visitou comunidades e aldeias da região da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns em Santarém, na Amazônia. Os visitantes conheceram as iniciativas das organizações do Projeto Vozes do Tapajós nas aldeias de Solimões, Vista Alegre, Carão, CEFA e Alter do Chão, numa rica troca de experiências em diálogo com lideranças comunitárias sobre os desafios e as soluções climáticas que as comunidades da Amazônia podem oferecer para o mundo. “Foi uma viagem incrível de muito aprendizado pra nós porque é no momento que a gente vai visitar as comunidades é quando a gente compreende um pouco melhor os desafios e oportunidades. O que a gente viu é que realmente são pessoas que estão muito conectadas com a sua terra e o que fazem já é uma ação climática justa e são aquelas que tem a solução: manter a floresta em pé. A gente volta com as baterias recarregadas para seguir trabalhando” – acrescentou Strobel.