Ranking internacional da The Dot Good listou as “Top 50 do Brasil”, dentre as quais, a ONG Projeto Saúde e Alegria. Os critérios utilizados para avaliação foram baseados no grau de transparência, níveis de governança, gestão e planejamento estratégico desenvolvido pelas ONGs ranqueadas
O Thedotgood divulgou o ranking de organizações sociais que foram avaliadas a partir de suas ações e resultados com Organizações da Sociedade Civil (OSCs). Em 2023, foram apresentadas as Top 50 Brasil, como homenagem à diversa e inovadora ‘Esfera do Bem Social Brasileiro’. Durante o ano inteiro, uma revista independente monitora as organizações sociais que geram impacto, inovação, tem transparência, ações de proposição de políticas públicas e geram direitos para que populações possam acessar saúde, saneamento, educação e internet, por exemplo.
Dentre as cinquenta organizações ranqueadas, está o Projeto Saúde e Alegria, ao lado de instituições conhecidas como a Gastromotiva, Agenda Pública, Vagalume e Peabiru. Os resultados são fruto do acompanhamento do trabalho de organizações do setor ao redor do mundo e a seleção combina análise quantitativa baseada em evidências com pesquisa qualitativa sobre a atuação das organizações.
A diretora The Dot Good no Brasil, Adriane Menna Barreto, ressaltou que o poder coletivo dessas organizações é inspirador. E que “apesar dos inúmeros desafios que essas organizações enfrentam todos os dias, esse grupo de organizações se destaca pela dedicação constante de seus fundadores e suas equipes, superação, inovação, impacto e pela promoção de mudanças sistêmicas do Brasil”.
Nesta quarta-feira (05), representantes de trinta, dentre as cinquenta organizações ranqueadas, participaram do Primeiro Encontro Social Good Sphere na Biblioteca Parque no Rio de Janeiro. Scannavino recebeu o reconhecimento e compartilhou as experiências com implementação de tecnologias sociais voltadas para promoção de direitos sociais, saúde, educação, dignidade e inclusão digital.
“Este ano o PSA foi considerado uma das cinquenta melhores do Brasil. É uma grande honra a gente ter tido esse reconhecimento. Não foi porque nós nos inscrevemos ou procuramos. Foram eles que monitoram e chegaram a essa conclusão” – ressaltou o médico fundador do PSA, Eugênio Scannavino.
Para o médico que dedica quase quatro décadas ao desenvolvimento integrado da Amazônia e idealizou o primeiro barco hospital do mundo – que virou política pública, o reconhecimento é fruto da dedicação coletiva de muitos. “É uma premiação do trabalho, do esforço que a gente faz com colaboradores, parceiros, apoiadores. É resultado de todo mundo trabalhando por uma causa que é gerar bem viver para as comunidades que mais precisam”.
O reconhecimento ajuda doadores, patrocinadores e voluntários a conhecer melhor entidades que trabalham pelo benefício da sociedade. O ranking Internacional apontou ainda que as organizações do terceiro setor são responsáveis por 4,27% do PIB brasileiro, as ONGs empregam cerca de 6 milhões de pessoas e causam um impacto relevante no campo social e econômico do país. As iniciativas de diversas organizações brasileiras do terceiro setor estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, contribuindo para o cumprimento das metas estabelecidas pela Agenda 2030 da ONU.
Projeto Saúde e Alegria
O PSA atua na Amazônia com o objetivo de promover e apoiar processos participativos de desenvolvimento comunitário integrado e sustentável, que contribuam de maneira demonstrativa no aprimoramento das políticas públicas, na qualidade de vida e no exercício da cidadania.
Iniciou suas ações em 1987 junto a 16 comunidades-piloto da zona rural de Santarém/Pará. A partir de 2000, começou a expansão gradual de sua área de cobertura. Além de Santarém, atua hoje diretamente em mais três municípios do oeste paraense – Belterra, Aveiro e Juruti – atendendo em torno de 30 mil pessoas, sobretudo populações tradicionais, muitas delas em situação de risco e vulnerabilidade.
Procura somar esforços para inclusão destas populações, seja na facilitação do acesso aos serviços públicos, como na construção participativa de soluções adaptadas que tragam benefícios concretos e se constituam em tecnologias socioambientais passíveis de ganho de escala e replicação, inclusive em outros contextos.
Conta com uma equipe técnica interdisciplinar, que visita regularmente as comunidades para implementar programas voltados para o ordenamento territorial, fundiário e ambiental; organização social, cidadania e direitos humanos; produção familiar e geração de renda; saúde e saneamento; educação, cultura, comunicação e inclusão digital.
A arte, o lúdico e a comunicação são os principais instrumentos de educação e mobilização. Por meio de métodos abertos de construção multilateral do saber, adaptados ao universo cultural local, procura-se envolver todos os segmentos e faixas etárias, qualificando-os como multiplicadores – lideranças, produtores rurais, empreendedores locais, professores, agentes de saúde, grupos de mulheres, jovens e crianças.