Oficina técnica capacita juventude para produção audiovisual em territórios amazônicos

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Iniciativa do Projeto Saúde e Alegria com apoio do Projeto Enraizado na Confiança e Internews reuniu jovens da aldeia Muratuba e Vila Brasil para produção audiovisual sobre temáticas ambientais 

Apesar da Amazônia ser protagonista no debate das mudanças climáticas, tem sido diretamente afetada pela disseminação de notícias falsas sobre os impactos das alterações no clima. Como maior floresta tropical de grande importância no equilíbrio do planeta, os debates sobre esse assunto acontecem muitas vezes sem a participação ativa das populações amazônicas, que defendem a floresta para o bem da humanidade.

É por isso que o Programa de Educação, Comunicação e Cultura do PSA tem buscado fortalecer iniciativas de jovens para ampliar as narrativas reais do que acontece nas aldeias e comunidades, a partir dos próprios registros audiovisuais. “É necessário que os jovens dominem os meios tecnológicos para mostrar sua realidade, entrevistar suas lideranças e garantir que a voz dessas populações ecoem para além dos seus territórios para garantir a justiça climática – que é essas populações que não promoveram a crise climática, possam ter justiça ambiental, ser protegidas, ter acesso às políticas públicas e os modelos econômicos possam considerar melhor essas populações”, explica o coordenador de Educom do PSA, Fábio Pena. 

Na última semana, jovens de Vila Brasil (Guardiões do Bem Viver) e da aldeia Muratuba (CITUPI) participaram da Oficina Experimental de Roteiro e Edição Audiovisual realizada pelo Projeto Saúde e Alegria, com apoio do Projeto Enraizado na Confiança e Internews e mentoria do Telas em Rede. Na ocasião aprenderam técnicas para produção de narrativas para gravação de vídeos, captura e edição. A oficina foi ministrada pelo repórter cinematográfico João Albuquerque, diretor do Telas em Rede.

Como produto da oficina, foram elaborados dois vídeos que narram as consequências das mudanças climáticas na Amazônia e os efeitos das fake news nas comunidades tradicionais, indígenas e ribeirinhas. Os vídeos foram gravados em Santarém, com suporte técnico e mentoria. Veja abaixo:

Emanuele Fernandes, jovem da aldeia Muratuba destaca que a iniciativa tem representado um movimento importante de combate às notícias falsas que rondam as regiões. “Essa formação é muito importante porque onde eu moro a comunicação ainda é muito precária. Por ser muito distante as fake news ainda circulam muito e repassam como se fossem verdadeiras. Muitas vezes causam conflitos nos territórios. Estamos participando para que a gente possa levar conhecimento através de vídeos informativos que contam a verdade”, ressalta.

Pedro Soares da Vila Brasil também participou do encontro. Com experiência em rádio comunitária, reconhece a necessidade de aprender técnicas de produção de vídeos. “Muito gratificante porque aprendemos como levar informação de forma certa. Tem muitas comunidades que ainda recebem fake news através de vídeo e por isso estamos buscando aprender para combater a desinformação”.

Os grupos participantes do projeto receberam kits audiovisuais, com celulares, notebooks e microfones. Um apoio para ampliar a participação das comunidades nas redes sociais e eventos, comenta Walter Oliveira da equipe de EDUCOM: “Esse momento é pra aprender a mexer nessas suas tecnologias. Como fazer vídeos para postar nas redes sociais, mais elaborados para concorrer a festivais. Já é um encaminhamento para que eles possam passar sua informação com qualidade”.

Em novembro de 2025 a Amazônia será palco da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O maior evento de discussão climática do mundo será sediado pela primeira vez na Amazônia, e alerta para a necessidade de organização das populações que vivem nessa região e definição de estratégias e articulações para a COP em Belém. Formações também preparam os jovens para produções sobre a temática.

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