Acompanhamento faz parte das estratégias do Programa Floresta Ativa para promover geração de renda à moradores da floresta.
Durante a primeira rodada de visitas para levantamento produtivo nas comunidades Santi, Curipatá, Anumã e Carão, técnicos do Projeto Saúde e Alegria – PSA identificaram a evolução dos plantios de espécies florestais e frutíferas. A intenção do diagnóstico é avaliar espécies cultivadas e necessidades dos produtores, para planejar novos plantios de Sistemas Agro Florestais SAF.
“O objetivo é fazer esse levantamento com esses produtores e planejamento para que no início do período chuvoso a gente possa fazer enriquecimento dessas áreas, fazendo manejo, com novas espécies e melhorar as atividades deles” – destaca o técnico do PSA, Alailson Rêgo.
A partir dos resultados do mapeamento, serão elaborados projetos de plantios para introduzir a cultura de ciclo curto, médio e longo, conforme a necessidade de cada produtor. Nesta fase, os técnicos identificaram plantios de Urucum, Açaí, Andiroba, Banana, Pimenta do Reino, Ypê, Bacaba, Ata, Paricá, Pau Rosa, Piquiá.
O extrativismo tem contribuído para a geração de renda sustentável para as famílias manejadoras. Nas comunidades Santi e Anumã, por exemplo, já há venda das sementes para o projeto. Uma das moradoras beneficiadas, Terezinha Lopes, de Anumã, Rio Tapajós contou como a atividade tem contribuído para todos:
“Através desses projetos, a gente começou a plantar. É uma coisa muito boa a gente ter um plantio de reflorestamento porque o desmatamento está grande. A gente já coleta sementes de pau-rosa, andiroba. E nós queremos que continue porque a gente quer plantar mais”.
“Esse ano eu comecei a plantar açaí e cacau e pretendo aumentar mais o meu setor produtivo. Nós estamos recebendo um bom acompanhamento da equipe técnica e eu pretendo continuar plantando mais” – contou Juliete Dourado, de Anumã.
VALORIZAÇÃO DA FLORESTA EM PÉ
Fortalecimento das cadeias de valores da sociobiodiversidade da Região Oeste do Pará
O programa Floresta Ativa é um conjunto de iniciativas que tem como objetivo principal “alavancar a participação da economia da floresta de base Comunitária no desenvolvimento regional, por meio de empreendimentos e sistemas produtivos agroecológicos e florestais – integrados e permanentes – que reduzam as emissões de CO2 e contribuam para segurança alimentar, elevação da renda e inclusão social” – explicou um dos coordenadores do PSA, Davide Pompermaier.
As ações articulam organizações produtivas de base (associações e cooperativas) movimentos sociais, ONG’s, empresas e fundações privadas nacionais e internacionais, atores institucionais (governos federal, estadual e municipal em suas diversas instâncias) instituições de ensino e pesquisa.
Uma das principais ações é o apoio a produção agroflorestal e restauração florestal com sistemas agroflorestais, visando contribuir ao mesmo tempo para redução das perdas de florestas e para melhoria da renda das populações agroextrativistas, aumentando a oferta de alimentos, frutas e sementes para venda direta e para bioindustrialização.
Todo o ciclo do programa de produção agrícola e restauração florestal começa com a coleta de sementes. O trabalho é desenvolvido por grupos de coletores de sementes com amplo conhecimento sobre a oferta das diversas espécies nos seus territórios, orientados pelos técnicos do projeto. Eles são capacitados com novas técnicas para aprimorar seu trabalho. A coleta das sementes serve para suprir a demanda para plantio direto, para produção de mudas e para comercialização.